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Bárbara Paz diz que não ter filhos possibilita dedicação integral à arte

Pedro Paulo Figueiredo/ Carta Z Noticias

Assim que recebeu os roteiros dos primeiros capítulos de Amor à Vida, Bárbara Paz viu que trataria de um tema que poderia gerar muito debate nas ruas. Principalmente pelo fato de sua personagem Edith, que é casada com o homossexual Félix, de Mateus Solano, flagrá-lo, já na primeira semana de trama, na companhia de outro homem. O que a atriz não imaginava era que isso poderia provocar uma série de confissões e desabafos por parte do público nas ruas. Mais ainda de mulheres que já sofreram na pele situações parecidas com a retratada na ficção.

"Outro dia, eu estava no teatro e uma fã veio conversar comigo, dizendo que viu a mãe passar várias vezes por o que minha personagem passou. A gente acha que é raro, mas isso é mais comum do que se acredita", avalia, entregando que não poderia estar mais feliz com a repercussão em cima da relação do casal na história de Walcyr Carrasco. 

Para viver Edith, que trabalha como estilista, Bárbara decidiu pesquisar a fundo o universo da moda. A intenção principal era descobrir a melhor maneira de manusear os tecidos e entender como funcionam as relações nesse mercado profissional. E contou ainda com a ajuda do preparador de elenco da própria novela, Sergio Penna. Até hoje, aliás, ela tem encontros com o profissional.

"Sou uma atriz em formação ainda. A cada trabalho, aprendo mais um pouco. Não tenho a menor vocação para me sentir em zona de conforto e achar que sei tudo. Minha onda é experimentar", atesta. 

Na verdade, interpretar Edith dá continuidade a um processo, no mínimo, curioso na carreira de Bárbara na tevê. A atriz iniciou sua trajetória em novelas interpretando heroínas românticas em Marisol e Maria Esperança, e fazendo uma amiga da mocinha homônima de Cristal, do SBT. Mas, desde que assinou com a Globo, vem ganhando personagens que circulam por tramas um tanto quanto undergrounds. Em Viver a Vida, viveu a drunkorexica Renata, sendo escalada para interpretar a vilã Virgínia em seguida, em Morde & Assopra.

"É interessante porque acho que essa linha de personagens tem até mais a ver com meu físico. E mostra que sou capaz de fazer desde as mocinhas aos mais estranhos tipos", diverte-se ela, que esbanja charme e sensualidade aos 38 anos. 

Outra preocupação de Bárbara foi com o visual de Edith. Tanto que a mudança ocorrida na passagem de 12 anos na história foi uma sugestão da própria atriz. Adepta dos cortes mais curtos, ela defendeu para a equipe de Amor à Vida a ideia de que isso deixaria um ar moderno e condizente com o ambiente em que a personagem transita. O resultado até poderia ficar próximo demais de seu último papel, a ambiciosa Virgínia de Morde & Assopra. Mas o tom louro distancia qualquer tipo de comparação entre as duas caracterizações.

"Eu usava cabelo curto na adolescência e, agora, não tenho mais paciência e nem vontade de deixar crescer. Quando é preciso para algum trabalho, é só colocar um aplique", diz.  

Em seu terceiro trabalho na Globo, Bárbara garante que encara o ritmo de gravar telenovelas da emissora que tem cinco folhetins atualmente no ar, desde Malhação a Saramandaia – com entusiasmo. Na época em que ficou no casting do SBT, a atriz gravou três novelas em seis anos, uma média de uma a cada dois. Agora, em seu quarto ano de contrato, já está na terceira, segunda delas no horário nobre.

"Adoro fazer novela. Moro no Brasil e sei da importância que o gênero tem na cultura do país", valoriza.

Ainda assim, Bárbara não esconde o interesse em poder participar de outros projetos tocados pela emissora. Como, por exemplo, os seriados. Além disso, conta que sonha trabalhar com alguns nomes com quem cruza nos corredores do Projac, complexo de estdios da Globo.

"Sou fascinada por tudo que o Ricardo Waddington faz e sinto o mesmo agora pela Amora Mautner. São diretores com um olhar ímpar. E gosto bastante do trabalho do Guel Arraes também", entrega.
  
 

Tudo ao mesmo tempo
 

Bárbara Paz tem contrato longo com a Globo e não ficou muito tempo fora do ar depois que, em 2009, passou a fazer parte do banco de atores da emissora. Mas sua inquietude artística transparece a todo momento. A atriz se mostra satisfeita com a fase atual na carreira. Porém, se envolve nas mais diversas atividades mesmo enquanto grava uma novela. Agora mesmo, ela escreve um livro, se prepara para ensaiar um espetáculo, planeja uma instalação com suas fotografias e artes plásticas e ainda trabalha em cima de dois documentários como diretora. Um deles sobre o próprio marido, o diretor Hector Babenco.

"Não consigo parar. Ócio é algo que não existe em minha vida. Nem me considero atriz, mas sim uma criadora. Como ainda não tenho filhos, posso me dedicar plenamente à arte", filosofa.

Outro projeto de Bárbara é investir em um centro de bikram yoga – cuja prática se dá em salas aquecidas a uma temperatura superior a 40C no Rio de Janeiro. A atriz tem como parceiras nesse empreendimento duas amigas: uma que vive na Inglaterra e outra que mora na França. E pretende também, em breve, ter uma residência na capital fluminense.

"Minha casa será sempre em São Paulo, mas acho que é importante ter um cantinho por aqui. Sempre fico em hotel e não é a mesma coisa. Isso deve facilitar minha vida e meus diversos projetos", supõe. 

Instantâneas
 

# Todas as novelas que Bárbara Paz fez na Globo tinham Mateus Solano no ncleo principal. Em Viver a Vida, os dois chegaram a fazer par romântico.

"O bacana é que já nos conhecemos bem. Um sabe o que esperar do outro em cada cena", aponta. 

# Bárbara venceu a primeira edição do reality show Casa dos Artistas, em 2001, no SBT. Foi assim que se tornou "queridinha" de Silvio Santos e garantiu a vaga como protagonista de Marisol, sua primeira novela na emissora, no ano seguinte. 

# A atriz apresentou, dirigiu e produziu todos os 13 filmes do projeto Curta Brasil, que o Canal Brasil exibiu em 2010. 

# Bárbara é formada pelo Teatro Escola Macunaíma e pelo Centro de Pesquisa Teatral de Antunes Filho. Ela também cursou jornalismo e já trabalhou com grupos teatrais como Parlapatões, Pia Fraus e o Grupo TAPA.

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