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Boni acha os programas humorísticos da TV sem graça

Divulgação/TvGlobo

Esta semana, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, deu uma entevista para a Revista Veja. Para a publicação, aos 81 anos o nome que é sinônimo de televisão falou sobre política, afirmou que será um erro João Dória se candidatar à Presidência da República, comentou sobre Xuxa Meneghel e ainda disse que não acha graça nos programas humorísticos que estão na TV.

Após assumir o posto de conselheiro das prefeituras das duas mais importantes cidades do país, Rio de Janeiro e São Paulo, ele comentou o que espera em relação às eleições presidenciais de 2018.

"A Lava Jato contaminou todos os políticos. A classe está desmoralizada. Acho que, legalmente, o Lula não conseguirá ser candidato. Os tucanos e os demais estão sem força nenhuma. Vão fazer campanha e esbarrar em uma porção de denúncias. O João Doria é inteligente, honesto e será candidato um dia, mas agora acho um erro. Ele tem que terminar esse mandato com êxito. Não entregaria o país na mão de nenhum dos políticos atuais. Tem que haver renovação".

Sobe o Big Brother Brasil ser considerado fútil, ele disse:

"O Boninho faz o melhor Big Brother do mundo e, enquanto houver audiência, ele vai fazer o programa. Todo entretenimento é fútil, ele nada mais é que uma distração necessária. Talvez o brasileiro goste tanto do BBB porque é um povo fofoqueiro. Outro dia falei para o Boninho: pega esse pessoal todo condenado na Lava Jato e bota no programa. Você vai ter dez anos de reality".

Para Boni, o humor na TV está "cheio de talento perdido".

"Não [acha graça no humor brasileiro na TV]. Dificilmente encontro alguém que me faça rir e refletir como o Chico Anysio. À exceção do Porta dos Fundos , que é muito bom, não há graça no resto porque é amador. É como assistir a um teatro de gente com talento, mas sem texto e direção. Um exemplo: o Marcelo Adnet precisa ser descoberto, ele mesmo não se achou. Dá meia dúzia de redatores bons e ele fará um sucesso imenso. Assim como ele, o humor brasileiro está cheio de talento perdido".

Sobre novelas, ele acha que faltam bons roteiristas para que elas não percam mais espaço para as séries americanas.

"As séries têm uma linguagem de suspense e expectativa que impede o espectador de perder a atenção. Perdemos público para as séries porque insistimos na mesma linguagem. Aqui as novelas eram longas por uma questão de custo, quanto mais capítulos, mais barato. Esse modelo está obsoleto, temos que roteirizar as novelas. Infelzmente não formamos bons roteiristas. Nos Estados Unidos, todo dia brotam dez sujeitos supertalentosos no mercado que nem conseguem emprego".

Temas como identidade de gênero não afastam o telespectador mais conservador, na opinião de Boni, mas ele frisa que se há um bom texto, um bom enredo, tudo fica bem melhor.

"Não tem a ver com isso (explorar temas polêmicos). É um problema de texto. Se você está apaixonado por duas velhinhas que vivem juntas e são homossexuais, o dia que elas se beijarem você vai ficar enternecido, vai sentir que há amor. Mas botar duas velhinhas para se beijar no primeiro capítulo? É uma apelação".

Sobre Xuxa Meneghel, agora apresentadora da Record, Boni disse que ela é uma boa apresentadora mas falta alguém para conduzí-la da melhor maneira.

"O problema do artista é que ele tem orgulho de ter feito sucesso. Então ele quer fazer o que deu certo, mas talvez esteja na hora de fazer diferente. Se a Xuxa tinha dificuldade de fazer sucesso na Globo, quanto mais na Record. Ela é boa apresentadora, mas não tem a importância que tinha no passado. Ela perdeu, não por falta de talento, mas por ter sido mal conduzida. É preciso lembrar que os baixinhos cresceram. E a Globo não tem que ser grata aos artistas que lhe deram audiência. Qual time iria botar o Ronaldo para jogar hoje? Eu convenci o Renato Aragão a parar de fazer o programa, não por falta de talento, mas porque não queria mais vê-lo levando tombo e cadeirada na cabeça".

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