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Bruna Linzmeyer interpreta uma jovem autista em Amor à Vida

Pedro Paulo Figueiredo/ Carta Z Noticias

Em menos de três anos de carreira na tevê, Bruna Linzmeyer assume que seu interesse artístico permeia os tipos que destoam dos personagens mais típicos dos folhetins. A atriz já viveu uma russa espevitada em Afinal, O Que Querem as Mulheres, uma jovem em constante conflito interior em Insensato Coração e a dançarina de véus Anabela em Gabriela. Agora, a convite do diretor Mauro Mendonça Filho e com o aval do autor Walcyr Carrasco, Bruna encara o que considera o seu maior desafio: dar vida a uma autista na próxima novela das 21 horas da Globo, Amor à Vida.

"Assim que recebi o convite, caí em lágrimas. E olha que eu ainda nem tinha a noção do quão profundo esse tipo de trabalho pode ser. Acho que é dessas oportunidades que transformam nosso futuro, exploram lados do artista que ele mesmo desconhece", filosofa. 

Na história, Linda é filha de Amadeu, papel de Genézio de Barros, e de Neide, interpretada por Sandra Corveloni, e irmã de Leila e Daniel, personagens de Fernanda Machado e Rodrigo Andrade. A família está em constante adaptação à condição da menina, que vive como se estivesse em um mundo à parte na realidade. Uma construção que demanda uma intensa pesquisa e entrega de Bruna.

"Eu achava que sabia o que é autismo. Mas só agora que passei a conviver com pessoas assim e a ler tudo que encontro sobre o assunto, é que percebo que existe uma profunda falta de informação a respeito", avalia. 

O convite para viver Linda surgiu logo depois que encerrou suas gravações em Gabriela, em setembro do ano passado. Como já se preparava para uma temporada no Sul ao lado da família – a atriz nasceu em Corupá, no interior de Santa Catarina, e tem parentes em Florianópolis –, foi lá que Bruna começou a ter contato com autistas. Foram mais de seis meses de convívio intenso e muita leitura. Uma preparação complementada pelos workshops da novela e encontros com o coachSergio Penna.

"Fiz um trabalho individual intelectual e sensitivo, mas precisava embasar isso com a técnica. Coloco tudo em prática com a ajuda do Sergio, que orienta em como me comportar, falar e até na consciência que a personagem tem de sua própria condição", explica. 

No que diz respeito à caracterização, Bruna não tem a menor preocupação. A única coisa que precisa fazer é se despir por completo da vaidade que impera o meio artístico e as produções de novelas. Para isso, o cabelo está sem corte e sua cara fica sempre limpa, sem qualquer vestígio de maquiagem nas cenas. Uma prática que, segundo Bruna, tem lhe ajudado a entender seu próprio comportamento diante da feminilidade.

"Tudo isso tem clarificado minha mente em relação às escolhas que faço. De como me produzo ou me arrumo para determinadas situações e, para outras, escolho estar o mais natural possível. Tem sido um exercício bárbaro", argumenta. 

Para Bruna, o mais importante neste trabalho é poder mostrar para as pessoas que, assim como ela, a maior parte desconhece o que é de fato o autismo. E, quem sabe, ajudar a promover a inclusão social dos autistas, já que a atriz acredita que a maior parte dos portadores dessa disfunção viva de forma solitária.

"Nunca estudei com pessoas com deficiência intelectual ou física na escola. Espero que as novas gerações convivam bem com as diferenças desde pequenas, para não ficarem com olhares curiosos quando crescerem", torce.

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