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Cantora Rosanah: “Não superei a morte do meu filho”

Divulgação

Há 24 anos, a cantora Rosana – que agora assina Rosanah Fiengo – arrebatou o País com o sucesso O Amor e o Poder, tema da novela Mandala, da Globo. O sucesso, que foi gravado em vários idiomas, garantiu uma fortuna à cantora, que volta ao mercado com uma versão gospel ao lado de Claudia Valente, que lança seu primeiro álbum, Nascer de Novo.

Sem se importar com alguns críticos que apostam que esse dueto não passa de uma jogada de marketing, Rosanah ignora esse tipo de comentário e solta o famoso vozeirão, avisando que sua fé é inabalável. Foi graças a ela, aliás, que Rosanah aprendeu a lidar com perdas, como a morte de seu primeiro filho, que a aproximou ainda mais de Deus.

"Eu não superei a morte do meu filho. Por mais que procure aceitar o fato, o ser humano não está preparado pra perder entes queridos…"

Com o apoio da amiga Claudia Valente, a cantora passou a frequentar os cultos na Igreja Batista, no Rio de Janeiro, onde teve um 'encontro' com Jesus, que mudou seu destino.

Nesta entrevista, a cantora fala de religião, intimidade, beleza e confessa: torce pela recuperação da atriz Vera Fischer, que luta contra a dependência química. Confira!

 

O Fuxico: Por que você voltou à mídia com o sucesso O Amor e o Poder em dueto a empresária carioca Claudia Valente numa versão gospel.

Rosanah Fienngo: Eu não decidi esse retorno. Foi Jesus quem quis me unir à Cláudia, para que pudéssemos regravar esse clássico da música popular. O Amor e o Poder tem uma mensagem puramente cristã.

OF: O que representa esse hit em sua vida profissional e pessoal?

RF: Foi um presente de Deus. A música vendeu mais de cinco milhões de CDs, foi recorde nacional de vendas que até hoje ninguém superou esse número. Até hoje ganho muito royalty, inclusive do exterior porque gravei essa música em outros idiomas. Conquistei um público fiel que me acompanha desde então. O Amor e o Poder só me deu alegrias.

OF:Com ele veio o título de ‘deusa’. No auge do sucesso, você se sentiu poderosa?

RF: De verdade, não. Encaro o pseudônimo de ‘deusa’ com uma identificação pelo meu grande sucesso. Nunca deixei de ser ou de me comportar como um ser humano normal. Sinceramente nunca me deslumbrei.

OF: Apesar de tanto sucesso, você ficou muito tempo fora da mídia…

RF: Mas nunca deixei de fazer shows. Viajei demais, realizei sonhos pessoais e amadureci. Para algumas pessoas estar na mídia é essencial. Quando não conseguem, perdem o rumo. Eu sempre tive os pés no chão.

OF: O Amor e o Poder foi tema da personagem Jocasta personagem de Vera Fischer na novela Mandala, da Globo. Você acompanha o drama dessa atriz, que enfrenta uma dura batalha para desintoxicação?

RF: Sim. Acho que cada um tem uma reação diante de situações complicadas. Quando alguém se envolve com drogas, passa a viver em um mundo paralelo… Não vê que a felicidade está em pequenas coisas. Esse drama é muito complexo. Como disse Jesus: “Não julgues para não serdes julgados”.Creio que, no fundo, para os drogados a solução é apenas uma: Deus, que é o nosso bem maior. Ele seria a melhor reabilitação.

OF: Muitas pessoas apostam que investir no estilo gospel é uma jogada de marketing de cantores para retoranr ao mercado…

RF: Garanto que esse não é o meu caso. Não preciso disso. Participo de projetos gospel porque gosto, sempre cantei nos meus shows, esse estilo. Minha carreira de cantora secular continua igual. Assim como as cantoras norte-americanas que têm suas carreiras e participam de projetos gospel. No Brasil, isso também está acontecendo. Acabou esse preconceito de que o cantor popular não pode cantar gospel e vice e versa. Quem não gostar que não ouça nossas músicas, ora!
 

OF: Afinal, quando e por que você se converteu?

RF: Ah, isso é um longo testemunho. Minha conversão foi muito natural. Não precisei que ninguém me convencesse a entrar na igreja. Sempre fui cristã. Nasci em uma família católica, estudei em colégio de freiras e desde cedo leio a Palavra. Em 2000, fui batizada nas águas, na Igreja Renascer, em São Paulo. Quando voltei a morar no Rio de Janeiro, passei a frequentar a Igreja Batista do Recreio dos Bandeirantes, a convite da minha irmã em Cristo, Claudia Valente. Algumas pessoas buscam Deus por vários caminhos até encontrar aquele que mais rápido lhe conduz à paz, ao desapego material, à luz interior.
 

OF: A conversão a ajudou a superar a perda de seu primeiro filho?

RF: Eu não superei a morte do meu filho. Por mais que procure aceitar o fato, o ser humano não está preparado pra perder entes queridos. Eu estava grávida de cinco meses quando o bebê parou de se desenvolver. No exame patológico, acusou virose múltipla. Sofri muito na época! Dois anos depois, em um domingo à tarde, voltava de viagem quando avistei a Igreja Batista, da Barra da Tijuca, que ainda não frequentava. Então, decide parar ali e entrar. Estava vazia e silenciosa, assim como eu…

Eu me sentei, fechei os olhos e comecei a orar o Pai Nosso. De repente, ouvi uma voz suave dentro da minha mente: 'Você precisa ser mãe, necessita de um amor maior. Terá um filho e o nome dele será Davy. Vai para casa e não se preocupe com nada. Não tenha medo. Confie'. Enquanto eu ouvia essa voz, tentei me mexer, mas estava paralisada. Só pude me movimentar quando a voz cessou. Deixei a igreja me sentindo muito mais leve e feliz. No mês seguinte descobri que estava grávida. Nunca vou me esquecer essa experiência com Jesus” nosso salvador. Eu me libertei das amarras do coração. 
 

OF:A maternidade fortaleceu a sua fé?

RF: Muito. Fiquei muito mais sensível, humana e forte. Minha fé se fortaleceu demais. Hoje, sou uma mãezona, que conversa sobre tudo com o Davy. Sou amiga, presente em todos os momentos. Meu filho é uma bênção em minha vida.

OF:Você é uma evangélica praticante?

Rosanah: Sou sim. Vou à igreja pelo menos uma vez na semana, oro diariamente e procuro agir conforme a palavra de Deus.

OF: Os evangélicos não acreditam em previsões, numerologia… Você inseriu h em seu nome antes de se converter?
 

RF: Não fiz. Coloquei a letra h no meu nome porque sonhei três vezes com um anjo escrevendo meu nome com o “h” no final, em neon. Achei tão bonito que decidi adotar o “h”. Não acredito em numerologia. Minha vida é movida por Deus.

OF: Como evangélica, você deve saber que sua religião não aceita o homossexualismo. Como é sua relação com os gays, seus maiores admiradores?

RF: Ótima. Olha,Jesus foi criticado porque andava com pessoas mal vistas pela sociedade. Quem sou eu para virar as costas para um ser humano comum como eu, com defeitos e qualidades? Acima de tudo, creio que o respeito seja a base de qualquer relação.


OF: Você sempre foi uma mulher vaidosa. Tem medo de envelhecer?

RF: Não tenho nenhum tipo de problema com o fato de que um dia envelhecemos. Lido bem com esse assunto. Sou uma pessoa feliz, realizada profissional e pessoalmente. Não me importo muito com beleza exterior. Acho que quando você está bem emocionalmente, isso flui na sua aparência. Por outro lado, tomo pequenos cuidados que são essenciais na vida de toda pessoa. Gosto de limpar bem a pele antes de dormir e tento me alimentar de maneira saudável. Hoje, deixei de pintar os cabelos de preto. Meus fios são claros e a tinta acaba com a estrutura. Acho que sou mais cuidadosa que vaidosa. A vida nos transforma.

OF: Quando soube que seu filho seguiria a carreira artística qual foi sua reação?

RF: Eu sempre apoio as escolhas dele. Meu filho é um rapaz dedicado, tem muita personalidade e nunca fica em dúvidas quanto àquilo que quer. Notei esse perfil quando ele ainda era bem pequeno. Então, só opino onde eu vejo que ele está confuso. Acho que o dever de mãe é observar e agir onde o filho fica desprotegido psicologicamente. A criança precisa ser elogiada e apoiada para se tornar um adulto corajoso e seguro para poder enfrentar o mundo sozinho.
 

OF:Tem medo que ele se envolva com drogas?

RF: Claro que sim. Toda mãe fica preocupada com esses perigos. O segredo é ter uma relação de muito carinho e confiança com o filho para ter liberdade para falar sobre assuntos delicados como esse. Sempre o exemplo dos meus pais. Comecei muito nova. Com 12 anos já gravava em coro infantil e eles estavam sempre presentes em minha vida.

OF: Você está casada?

RF: Sou noiva de um médico nascido em Santa Catarina e que mora em São Paulo. Ele é carinhoso, bom caráter e cristão. Essas qualidades são muito importantes pra mim. E estou feliz de ter encontrado esse homem tão especial e que me incentiva demais.


OF: Como é seu cotidiano longe do palco?

RF: Moro em uma casa de três andares no Rio. Sem empregados é difícil ‘sobreviver’ nesse espaço imenso. Não sei cozinhar, mas adoro consertar tudo o que quebra… (rs) Sou uma pessoa simples. Meu cotidiano é normal mesmo. Divido meu tempo livre com atividades como mexer com meus programas de som, pintar telas à óleo, ver televisão, fazer minhas orações e malhar. Sou marombeira assumida.

OF: O que falta em sua vida para se tornar uma mulher e uma profissional realizada?

RF: Acho que não falta nada. Sou feliz como profissional. Tenho prestígio como artista e intérprete. Também sou completa como mulher e, acima de tudo, como pessoa. Agora, eu me esforço para agradar a Deus, já que é impossível agradar a todos os mortais, que são exigentes demais.
 

OF: Quais são seus próximos projetos?

RF: Tenho vários. Além de cumprir a minha agenda de shows, sou produtora e quero me firmar nessa atividade. Meu filho Davy é a minha mais recente produção. Ele é um filósofo moderno. Escreve muito bem, sinto muito orgulho dele e vou investir na carreira musical dele.
 

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