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Fábio Porchat encara dupla jornada na TV

Jorge Rodrigues Jorge / Carta Z Noticias

O texto de Fábio Porchat sempre chamou mais atenção em seus trabalhos do que sua própria presença. Tanto que muitas pessoas o viam mais como roteirista que como ator. Talvez por isso tenha soado tão inusitada a oportunidade de atuar em dois projetos simultâneos que, coincidentemente, não têm seu nome nos créditos de autores. Tratam-se dos seriados A Grande Família da Globo, onde vive o gay Júnior, chefe de Nenê, papel de Marieta Severo, e Meu Passado Me Condena, onde encarna o recém-casado Fábio, no canal pago Multishow.

"É bom experimentar isso, às vezes, de chegar sem a responsabilidade do texto. Até porque diretor mexe, ator vem falar com você… Quando você só atua, pode reclamar sem problema nenhum do autor", brinca.


O Fuxico – De que forma surgiu o convite para fazer A Grande Família?

Fábio Porchat – Trabalhei com o diretor Luis Filipe Sá em Junto & Misturado e ele é um dos diretores de A Grande Família. Eu já tinha feito uma microparticipação no seriado como o diretor do Tuco. Quando o Luis me ligou, pensei que o personagem tinha funcionado e queriam de novo. Foi então que soube que era um papel maior e diferente. E é um cara muito animado e alegre, além de ser gay. Tive certo medo. Até porque ali você tem um tom engraçado, mas real. Não é nem Zorra Total, nem novela. Fica no meio termo. Para mim, esse trabalho tem um significado bastante especial. 

OF – Por quê?

FP – Quando a nova versão de A Grande Família começou, eu ainda estava na escola. Acho engraçado contracenar com  Marieta Severo, Marco Nanini e o resto do pessoal agora. Sempre fui fã deles e do programa. Foi assustador. Mas fui até pé-quente no primeiro programa, já que bateu recorde de audiência do ano. Cheguei dando sorte! É muito prazeroso ver isso, principalmente diante dessa movimentação que acontece no gênero do humor. 

OF – Como você vê essa renovação que vem ocorrendo no humor nos últimos anos?

FP – O humor está na moda, não há dúvida. O cinema redescobriu o humor. A gente sempre teve grande audiência no cinema com Os Trapalhões, os filmes da Xuxa e outros do gênero. O próprio teatro também redescobriu as peças de comédia. Agora os espetáculos estão lotando sempre, o próprio stand up está em alta. Teve um tempo em que houve uma escassez, mas isso passou. Pela primeira vez na história, você não precisa estar na Globo para ser famoso. Temos comediantes em todas as emissoras. Marcelo Adnet, por exemplo, participou de dois programas na Globo até hoje. Foi no Esquenta uma vez e outra no Programa do Jô. E ele bomba na tevê. A internet faz com que você não seja mais refém da televisão.

OF – Você vê a internet como a grande responsável por essa renovação?

FP – A internet abriu espaço para as pessoas se revelarem. Qualquer um que escreva humor não precisa ser achado pela Globo ou escrever uma peça de teatro para tentar se destacar. Pode gravar uma coisinha com o celular, jogar na internet e estourar. Mas, de qualquer forma, surgiu, sim, uma nova geração. E muito talentosa. Veio no stand up, é boa e trabalha em várias frentes. Na tevê mesmo a gente tem o Pânico, Legendários, CQC, os comediantes da MTV. Em 1990, a gente não tinha nem tevê fechada. A internet é muito responsável por isso, mas também tem o mérito dessa galera, que é bacana. 

OF – Por que você se interessou pelo humor?

FP – Eu sempre gostei de ler humor, lia muito Luís Fernando Veríssimo. Mas foi o seriado Os Normais que me fez entrar no humor. Não sou da geração da internet, não me conectei aos 5 anos. Fui começar a mexer na rede com 15 ou mais. Tenho 29 hoje, mas sei que daqui a 14 anos esse cara que hoje tem 6 não vai nem saber o que é televisão. Os jovens de agora nem sabem mais o que é máquina de escrever. Eu mesmo já consumo muito na internet. E tenho um canal de humor chamado Porta dos Fundos. Sou eu, Gregório Duvivier, o site Kibe Loco e o site Anões em Chamas. Estamos sempre produzindo novos vídeos para colocar no ar e já temos empresas patrocinadoras. Com um mês de canal, as empresas começaram a aparecer. O futuro é meio pensar para a internet. Não queremos ir para a tevê porque já fomos. A ideia é ficar na internet, já que esse é o futuro. 

 

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