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Gustavo Mendes quer ter o próprio programa na TV

Foto-Montagem

Gustavo Mendes é mineiro, nascido em Guarani, Minas Gerais, e tem 23 anos. Depois que apareceu com seu vídeo imitando a Presidente Dilma Rousseff, falando palavrões e dando ordens em esquetes na internet, sua carreira decolou de vez para o humor.Humor, aliás, é o que não falta na vida desse ator, que conseguiu chamar a atenção de Claudio Manuel, que, daí por diante, o levou para integrar a equipe do Casseta & Planeta Vai Fundo. No programa, porém, sua Dilma ficou menos 'bocuda', já que os palavrões estão proibidos no vídeo.

Extrovertido e muito bem focado no que quer, Gustavo conversou com O Fuxico e controu um pouco de sua vida, seu trabalho e seu sonho, que é ter o próprio programa de humor na TV:

O Fuxico – Como você decidiuser humorista?

Gustavo Mendes – Fazer humor sempre foi muito natural pra mim. Desde sempre, nunca pensei 'estou sendo engraçado'e sim que já sabia que era engraçado. Nunca quis ser outra coisa na vida, fazia imitação, piada, não como o engraçadinho da turma, era sempre muito natural.

OF – No que você trabalhava antes de fazer as imitações?

GM – Meu pai tinha um bar e eu ajudava. Cheguei a vender plano de celular para empresa também, mas à noite, lá estava eu trabalhando com humor.

OF – Fez faculdade de artes cênicas?

GM – Nunca fiz nada, comecei muito cedo e aprendi fazendo. Tive a sorte de encontrar grandes diretores muito cedo em Juiz de Fora, então aprendi na marra meu ofício. Mesmo quando não sabia fazer alguma coisa, eu fingia que sabia, ia para os testes cheio de mim (risos) para conversar. Prometia fazer mundos e fundos e na verdade não sabia nada. Daí me forçava a aprender para fazer bem feito. Isso me ajudou muito.

OF – Você já trabalhou no Show do Tom, na Record?

GM – Eu era contratado do programa. Fiz o Jan no quadro O Infeliz, sátira ao O Aprendiz. Lá, apareci muito pouco.

OF – É verdade que pensou em ser pastor?

GM – Olha, isso foi sempre muito intenso dentro de mim. Fiquei um período totalmente voltado à igreja, estudava e achava que tinha a missão de mudar o mundo. Como sou do interior, a única referência de palco, microfone e platéia que eu tinha era a igreja evangélica. Meu sonho sempre foi ser apresentador de TV, e um pastor era o mais próximo que eu tinha disso. Imaginava as pessoas me vendo, motivando todas elas. Tenho até um talento de questão sacerdotal. Já na questão de abdicar das coisas, essa eu não tenho (risos).

OF – E como é essa questão religiosa hoje em dia?

GM – Hoje olho a religião por cima, como comediante consigo estudar,

aprendo e falo sobre o assunto mas não me envolvo emocionalmente.

OF – De onde surgiu a idéia de fazer a presidente Dilma na internet?

GM – Quando criei a Dilma queria mostrar para o Tom (Cavalcante) e ter uma oportunidade maior, porque quando era contratado do programa, achava que não fazia nada lá. Aí coloquei na internet virou um fenômeno. E eu não sou da internet, sou do teatro e da TV. Sabe que com isso, ao invés de aparecer em caderno de TV eu saia nos cadernos de política dos jornais? (risos)

OF – Quantos acessos teu vídeo teve?

GM –  12 milhões

OF – Você coloca algum aplique para fazer os dentes dela?

GM – (risos) Não, são os meus dentes mesmo. Eu projeto eles para frente. São originais de fábrica.

OF – Que outras imitações você faz além da Dilma?

GM – Faço a Maria Betânia que adoro, Ana Carolina, Roberto Carlos, GAl Costa, Alcione, Sergio Chapelim, Fagner…

OF – Seu forte é imitar ou fazer piadas?

GM – Não sei. Na verdade gosto muito de contar piada. Imitação não achava engraçado, meu forte é fazer comédia no mais amplo significado, seja solo ou não, a comédia sempre esteve dentro de mim de forma intensa e verdadeira.

OF – Como foi que o Claudio Manuel te chamou para o Casseta e de que maneira você encarou?

GM – O programa do Tom ia acabar na Record. Aí, fui sondado por emissoras para ter projetos na casa. Ia conversar com outras emissoras, gravei piloto para uma delas, mas o Claudio Manuel fez um convite. Bom, primeiro, ele estava em um programa da Globo News, dando entrevista sobre a estréia do Casseta & Planeta Vai Fundo. Perguntaram a ele sobre a tradição dos Cassetas de imitar o presidente eleito e se já haviam preparado a Dilma. Ele elogiou meu trabalho dizendo 'ficou difícil imitar a Dilma depois que vimos um cara novo, o Gustavo Mendes, na internet". Fiquei maluco (risos). Daí, fui convidado a participar do Globo News em Pauta. Lá, pedi para agradecer ao elogio do Claudio Manuel. Depois disso, recebi um email dele perguntando se eu estava negociando com alguma emissora, que era para não fechar nada antes de falar com ele. Fui para uma reunião, achando que era só ele. Quando abri a porta, estavam todos os Cassetas por lá. Foi surreal. Me convidaram e disseram que dependia ainda do OK da casa. Fiquei!

OF – Como será essa nova temporada para você?

GM – Muito, muito, muito boa. Estarei mais de cara limpa, fazendo outras coisas. O formato é igual da primeira, com temas, tudo, mas terei mais espaço, com personagens interagindo de fato, sai da minha zona de conforto como a Dilma e jogo como eu mesmo com eles. Me deram muita liberdade pra criar, é um time genial, tem concepção de texto de comédia, tudo muito bom, será uma segunda temporada fantástica.

OF – Onde você se inspira para compor seus textos?

GM – Do dia a dia, observo tudo, sou muito observador. O tipo mesmo do mineiro quieto, que converso e vejo como fazer. Se a gente ficar mais cinco minutos conversando, vou começar a te imitar (risos). Tenho a bênção de ser cercado por pessoas muito bem humorados. Isso é uma opção, nunca me vi fazendo outra coisa, sou apaixonado por esse trabalho.

OF – Você é considerado a melhor imitação da Dilma e ela adora sua imitação. Se você fosse ela, basicamente o que faria na presidência?

GM – Firmaria o direito ao humor, que arte seja livre, que a identidade seja livre para poder falar e criar. O humor é um lubrificante social, tem papel fundamental. As pessoas parecem ter o rabo preso com isso. Eu firmaria a liberdade de imprensa. Ah, e principalmente, continuaria com uma coisa que ela fez ano passado, e este ano ainda não fez e me deixou muito triste: demitir um ministro toda semana.

OF – Como foi fazer Eloy di Marco em Cheias de Charme?

GM – Adorei fazer, me senti pouco a vontade às vezes, por estar em um ambiente que não conhecia ninguém, era outra equipe, enfim, entrei com a novela sendo feita. Mas a emissora, a  equipe queria saber se eu era figurante, se era ator (risos). Mas com atores que trabalhei, Claudia Abreu me ensinou muita coisa, o Bruno Mazzeo, a Leandra Leal, nossa, o elenco de pessoas maravilhosas. Esse trabalhjo foi um convite do Felipe Miguez. Segundo ele, a mãe dele é minha fã (risos). Amei fazer, pelo elenco, pela direção, autores, foi uma experiência incrível. Fazer uma novela na Globo é o auge. Eu ia ficar so três capítulos e fui até o fim da novela. Foi ótimo, as pessoas não  me conheciam bem, eu fazia um jogo de corpo que me deixava enorme. Fiz dois personagens extremos.

OF – Na internet, algumas coisas que fez falava muitos palavrões. Agora na TV é outra leitura. Faz falta o palavrão?

GM –  Na verdade, o palavrão me incomodava, mas era uma coisa da internet, uma exigência do site. Hoje, posso e consigo passar o recado sem usar palavrão. Não faz falta, pois a possibilidade de fazer humor pra todo mundo, chegar na casa de todas as pessoas me encanta muito mais do que falar palavrão. E na Globo, em relação a conteúdo do que vou escrever e interpretar, tenho carta branca.

OF – Pelo que vejo em fotos suas, a pele e sobrancelha estão sempre bem cuidados. Você faz algum tratamento estético?

GM – (risos) Sofro muito desde a adolescência com acne, então, desde que me entendo por gente lavo meu rosto muitas vezes por dia. A TV me deixou muito vaidoso (risos). Tenho cuidado natural, porque uso muita maquiagem. Agora também decidi malhar.

OF – Qual seu prato predileto?

GM – Modéstia a parte, cozinho muito bem (risos). Minha mãe adora o frango assado que eu faço. Eu indico meu strogonoffe de filé mignon, que é o melhor (risos), com risoto de shitake e aspargos.

OF – Quais são seus planos para o futuro?

GM – Ter um programa de auditório é meu grande foco, o sonho da minha vida, quero chegar a isso. Em quatro anos. Agora, o foco imediato é fazer temporada sucesso do Casseta, continuar com meu trabalho de autor, comediante e ator, viajar com o espetáculo Mais que Dilmais e pensar em um show nov para o ano que vem.

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