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Kito Junqueira: ‘Não lutei pra ter vagabundos no poder’

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Kito Junqueira, em cartaz todas as terças-feiras, ao lado de Eduardo Martini, na peça Sexo dos Anjos, no Teatro Itália, em São Paulo, acredita que o que mais anda faltando no Brasil é cultura.

“Vivemos essa imensa vergonha mundial, onde passamos por muitas coisas. Fui uma das pessoas que brigou muito pelas Diretas (anos 80), mas não para colocar esses vagabundos no poder. O que acho é que estamos sem nível. Estamos pagando preço alto por não termos espaço para gritar, e somos formadores de opinião. O que precisamos nos meios de comunicação é cultura, precisamos de espaço. Você liga a TV e o espaço é todo do bandido. Bandido não tem que ter mídia, tem que estar, sim, na cadeia”, desabafa.

Kito conta que, para se montar um espetáculo, por exemplo, tudo vai muito além de apenas colocar luz e som para o público assistir.

“Os bastidores são muito interessante. Vi isso quando comecei a publicar nas minhas redes sociais alguns momentos da montagem de Sexo dos Anjos. Como se faz, como é a montagem do cenário, os ensaios, a afinação de luz, tudo isso bomba, as pessoas gostam muito disso. E é muito bacana mostrar que vida de ator não é glamorosa. Poucos sabem o que passamos para montarmos um espetáculo aqui. Na Europa, por exemplo, existe patrocínio para os espetáculos. Aqui, parece que a gente tá pedindo esmola. Os responsáveis aqui no Brasil não param para pensar que, patrocinando, estão colocando a imagem da marca, o nome da empresa em vários lugares, que está tendo um benefício quando faz seu patrocínio e também está fazendo e ajudando a arte.”.

Aos 67 anos, Kito foi chamado e considerado galã nos anos 70/80. Ele agradece o título mas…

“Estudei arte dramática, fui aos Estados Unidos estudar, fiz Universidade em Nova Iorque, leio todos os dias, quando vou montar um personagem, estudo, busco tudo que posso fornecer para uma boa composição, crio as intenções do personagem, vejo o que ele representa no contexto, enfim. Mas hoje vejo que alguns artistas que surgem estão lá por serem bonitinhos. O título de galã, pra mim? Não aceito, na verdade nunca aceitei muito. Prefiro o título de ator! Agora, se quiserem falar que sou charmoso, interessante, educado… aí sim”, disse aos risos.

Sobre religião, Kito acredita que fazer o bem é o ponto chave.

“Religião é uma maneira de vida. Muita gente sai da igreja, de uma missa e já faz tudo errado. Fazer o bem para as pessoas. Isso é religião. Mas, na minha opinião, o ser humano está em fase de teste,  é uma experiência que não deu certo”.

O ator está longe das novelas desde 2013, quando fez uma participação em Flor do Caribe, na Globo. Mas não parou de trabalhar com arte.

“Fiz uma participação em Flor do Caribe. Quando me chamaram, havia a possibilidade de fazer outra novela, mas não me chamaram. Depois disso, fiz consultoria, dei aulas para alunos carentes, montamos três  espetáculos que mudaram  a vida daqueles meninos. Agora, com Eduardo Martini, estamos em cartaz e já resolvemos fazer mais uma peça. Temos uma sinergia completa e não pretendemos nos largar mais”.

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