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Marcos Mion descobriu uma nova forma de ser apresentador com Ídolos

Luiza Dantas / Carta Z Notícias.

Entre o cansaço e a satisfação, Marcos Mion mostra-se feliz com a oportunidade de ir além do humor escrachado do Legendários ao comandar a quinta temporada do reality musical Ídolos, ambos da Record.

Marcos Mion diz que descobriu uma nova forma de ser apresentador com Ídolos"Me senti prestigiado pela emissora. Mas é claro que não foi fácil conciliar as duas produções. Emagreci, fiquei longe da minha família, mas a experiência valeu muito a pena", avalia.

Aos 33 anos, mais maduro e com o objetivo de ser tornar um nome cada vez mais popular, o Mion atual em nada lembra o jovem verborrágico dos anos de MTV, emissora que, no início dos anos 2000, revelou seu humor corrosivo nacionalmente em programas como Supernova, Os Piores Clipes do Mundo e Covernation.

"O trabalho que desenvolvi na MTV me deu possibilidades de voos maiores", valoriza Mion, que entre idas e vindas no canal musical, teve uma breve passagem pela Band e hoje desponta como um dos principais apresentadores da Record.

"É bacana saber que a direção da emissora confia no meu nome. Comandar o Ídolos é uma honra e uma forma de diversificar meu jeito de apresentar", analisa.


O Fuxico – Passado o nervosismo de assumir o Ídolos, qual o balanço que você faz da sua participação no programa?

Marcos Mion – Acho que foi um grande aprendizado. E além disso, tive a oportunidade de ampliar meu público e trabalhar com pessoas diferentes. Admiro e respeito muito a equipe que trabalha comigo no Legendários, mas foi bom variar, participar de um outro esquema de produção. A verdade é que os meses que dediquei ao Ídolos me deixou mais versátil como apresentador, apesar de todo o cansaço.

OF – Foi difícil conciliar a apresentação dos dois programas?

MM – Extremamente. Mas, desde a hora que o Mafran Dutra (diretor artístico da Record) me falou que o Rodrigo Faro (ex-apresentador de Ídolos) seria escalado para um programa novo e diário, e que estavam pensando no meu nome para ocupar a vaga, eu sabia que seria difícil. Topei na hora, lógico. Mas desde que as gravações de Ídolos começaram, eu não sei mais o que é dormir direito. Tudo nos bastidores desse programa é superlativo.

OF – Como assim?

MM – No início, eram as viagens para os estados que receberam as audições. Depois a etapa de eliminações no resort. Nesta temporada, foram mais de 100 mil pessoas inscritas, o que significa muito tempo em cada cidade e muitas histórias para serem contadas. Para dar conta disso, existe outro número enorme de gente na produção. Ídolos é um programa caro e muito complexo de ser feito.

Marcos Mion diz que descobriu uma nova forma de ser apresentador com ÍdolosOF – Legendários é um projeto bem autoral. Como foi se afastar dele para as gravações do Ídolos?

MM – O Legendários é um programa que exige muito de mim. Me afastar disso foi duro. Por sorte, tenho uma equipe muito boa, que consegue tocar o programa de forma brilhante sem a minha presença. É um sonho meu que se tornou o sonho de uma equipe. Da qual eu dependi para poder participar de Ídolos. Tanto é que durante os últimos meses, tenho estado mais em contato com eles por e-mail e telefone.

OF – Você tem um jeito bem característico e extrovertido de apresentar. Foi complicado adaptar o seu estilo ao formato mais fechado como o de Ídolos?

MM – Nem tanto. Até porque, os diretores me deixaram bem livre para fazer a coisa do meu jeito. Mas é claro que passei a privilegiar a dinâmica da competição. Dentro desse formato, não dá para ficar fazendo gracinhas e piadas o tempo inteiro.

OF – Você chegou a buscar inspirações no modo como o Rodrigo Faro ou o Ryan Seacrest (apresentador do American Idol, famosa versão americana do reality) conduziam o programa?

MM – Eu já acompanhava o Ídolos e o American Idol antes de sonhar que um dia eu iria apresentar o programa. Nunca quis copiar o estilo de ninguém, mas sempre achei interessante a forma discreta com que ambos comandavam o Ídolos. Afinal, a grande estrela do show não é o apresentador, mas sim o competidor. Mantive isso na minha cabeça durante toda essa temporada.

OF– Rodrigo Faro é um dos apresentadores de maior prestígio dentro da Record e estava há quatro temporadas à frente do Ídolos. Você ficou apreensivo com as comparações?

MM – No momento em que a Record me chamou para o Ídolos, a emissora já estava disposta a encarar as mudanças. Eu só fiquei mais à vontade na apresentação, quando a direção do programa me falou para improvisar e ser eu mesmo. Eu adoro o Rodrigo, somos amigos pessoais. Mas queria entregar um trabalho que tivesse a minha cara. Como ele sempre comandou o programa muito bem e tem muitos admiradores, é claro que as pessoas iriam traçar alguma comparação. Fiz do meu jeito, é melhor ser criticado pelo que tenho de original do que tentar imitar o estilo de outra pessoa.

OF– A experiência no Ídolos despertou em você a vontade de comandar um programa com a visibilidade do horário nobre de uma terça ou quinta?

MM – Com certeza! Quando assinei o contrato com a Record, meu intuito era me tornar um comunicador popular. Passei anos da minha carreira me direcionando a um pblico bem segmentado na MTV. Foi minha grande escola. Chegou uma hora em que eu ansiava por algo mais. É esse plus que eu posso conseguir com a estrutura da Record. Nessa busca por uma ampliação de público, inclusive, o tom do meu humor mudou drasticamente. Hoje sou muito mais parado nas ruas por donas de casa, do que pelo jovens (risos).

Marcos Mion diz que descobriu uma nova forma de ser apresentador com ÍdolosOF – Na MTV, seus programas tinham total liberdade artística. De alguma forma, alguma ideia sua já foi mal recebida ou censurada pela Record?

MM – Não tem como comparar a liberdade de conteúdo em emissoras de tamanho e visibilidade tão diferentes. A Record tem suas responsabilidades e seu padrão de qualidade. Portanto, não existem vetos ou cortes, mas sim bom senso. É preciso ser racional na busca por um trabalho bom para mim e para a emissora. Quando comecei na MTV eu falava um monte de palavrões, é algo que não combina e que fica grotesco na tevê aberta. Amenizar o tom foi uma opção minha. Não quero ser o enfant terrible inconsequente que ninguém confia. Quero é ampliar meu público.

OF – A temporada atual de Ídolos está quase no final. Além de continuar no Legendários, você já arquiteta algum outro projeto para a tevê?

MM – Acho que agora preciso cuidar da minha família. Estou tão concentrado no trabalho, que depois do Ídolos, meu grande projeto é abraçar e dar atenção à minha mulher a aos meus três filhos. Eles entenderam bem esse tempo que fiquei um pouco longe de casa. Agora é hora de cumprir o melhor contrato que já assinei na minha vida, que é cuidar deles sempre (risos).
 

Fase atuante
A apresentação cheia de improvisos e cacos de Marcos Mion à frente do Ídolos, e sobretudo, do Legendários, tem uma origem: o teatro.

"Eu sou um cara dos palcos. Comecei a estudar teatro aos 14 anos e sempre tentei me dedicar a isso, mesmo direcionando a carreira para a minha porção apresentador", conta.

Foi a partir da paixão pela atuação, inclusive, que Mion conseguiu sua primeira experiência na televisão, um pequeno personagem no seriado Sandy e Junior, exibido pela Globo em 1999.

"Guardo boas lembranças desse tempo. Logo depois, saí do seriado e virei 'vj' da MTV", relembra Mion.

Entre um programa e outro, ele sempre tenta conciliar uma participação em algum projeto de dramaturgia. Foi assim que encarou um dos personagens principais de Bicho do Mato, novela da Record de 2006, fez participações nos longas Um Show de Verão, em 2004, e Muita Calma Nessa Hora, de 2010. E por fim, chamou a atenção ao dar vida à uma mulher durante a temporada da peça Camila Backer – A Saga Continua, apresentada entre 2005 e 2007.

"Quero muito voltar ao teatro. Todo final de ano eu traço planos para isso e sempre fico me sentindo frustrado. O palco exige uma dedicação que eu não posso entregar no momento", justifica.

Homem de negócios
Além de ator e apresentador, Marcos Mion também é conhecido por seu empreendedorismo. Atualmente, ele é sócio de diversos negócios na área de lazer, moda e alimentação, onde destacam-se a marca de roupas V.Rom e a casa noturna Disco, localizada em São Paulo.

"Sempre tive a cabeça voltada para os negócios. Na tevê, inclusive, lido com minhas criações como se fosse investimentos. Vejo o 'Legendários' como uma marca e tenho muito cuidado com cada passo do programa", compara.

Trajetória Televisiva

# "Sandy & Junior" (Globo, 1999) – Max.

# "Supernova" (MTV, 2000) – Apresentador.

# "Os Piores Clipes do Mundo" (MTV, 2000) – Apresentador.

# "Uá Uá" (MTV, 2001) – Apresentador.

# "Descontrole" (Band, 2002) – Apresentador.

# "Covernation" (MTV, 2005) – Apresentador.

# "The Nadas" (MTV, 2005) – Marcos.

# "Avassaladoras – A Série " (Record, 2006) – Rodrigo.

# "Bicho do Mato" (Record, 2006) – Emílio.

# "Mucho Macho" (MTV, 2007) – Apresentador.

# "Descarga" (MTV, 2007 a 2009) – Apresentador.

# "Quinta Categoria" (MTV, 2009) – Apresentador.

# "Legendários" (Record, 2010) – Apresentador.

# "Ídolos" (Record, 2012) – Apresentador.

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