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Ney Latorraca conta porque recusou papel de blogueiro em Império

Fotomontagem – Globo e AgNews

São 70 anos, completados na última sexta-feira (25), disposição e um desejo permanente de ser feliz. Ney Latorraca, revigorado após um sério problema de vesícula, que o deixou 47 dias internado, em 2012, resume a sensação da nova idade.

"Não sou triste. Sou um garoto. Setenta é a idade escrita na certidão de nascimento, mas a minha cabeça e a minha alma são de uns 7. É uma data bonita. O som dela, né? Antigamente, as pessoas achavam que alguém com 70 era um velho. Isso acabou. Faço um balanço do que fiz quando coloco a cabeça no travesseiro e vejo que valeu a pena ter chegado nesta idade fazendo o que gosto. Tenho um currículo poderoso. Poucas pessoas têm, e me orgulho disso. Sabia que, se não acontecesse algo que me atrapalhasse, meu caminho estava traçado. Vivo em função da profissão. Mas gosto de ter meu tempo para ler, viajar, ver filmes. Não gosto de fazer uma coisa atrás da outra. É bom sentirem saudade do ator. Tenho meu público. Tive a prova quando fiquei doente. Sou um ator popular", disse ele em entrevista ao jornal Extra.

Ney, que voltou ao trabalho em 2013, na série Alexandre e Outros Heróis, na Globo, foi convidado para atuar na novela Império, atual sucesso na faixa das 21h. Mas recusou o papel do blogueiro Teo, que coube à Paulo Betti. Ele explica o motivo.

"Liguei para Aguinaldo Silva e expliquei que estava fazendo um tratamento de dente, uma coisa que precisava ir para São Paulo e ficar uns dois meses. Tenho que me dedicar a essa recuperação. Não podia pegar a batida de um estúdio direto. Ele falou: "Tá certo". E o personagem vai ser muito bem feito pelo Paulo Betti. Fui também chamado para o papel de Osmar Prado (Epaminondas) em Meu Pedacinho de Chão.Agora tenho que esperar. Você nunca pode perder o protagonismo, nem na vida nem na profissão. É você ser o principal no seu espaço, do seu núcleo. Não é o tamanho do papel, é a maneira que você se coloca. Você precisa ficar atento. Tenho que aprender a dizer "não" e não só "sim". Preciso pensar no que vai acrescentar para mim. Já que só tive coisas boas, que isso seja mantido. Se não, você dá uma vacilada", disse.

Na entrevista, o ator ainda confessou que o amor o fez superar os problemas de saúde.

"Eu não tinha noção, estava totalmente bobinho, em coma. A energia das pessoas para mim fez a diferença. Foi uma troca. Lembro do dia: 12 de dezembro. Cheguei na varanda, olhei e pensei: "Será que volto a andar"? Voltei só com terapia. Pensei que não ia dar. No quinto dia no hospital, você já perde as forças. Mas o amor é um remédio maravilhoso.Tive a prova de que as pessoas gostavam de mim. Não sabia que era assim. Fizeram novena, promessas. Cheguei nos lugares e fui aplaudido. E em casa, 500 telefones. Em casa, 500 telefonemas. Meu amigo, o Wilker (José Wilker, que morreu em abril), leonino, me mandava orquídeas uma vez por semana. Estão aí por sinal. É o que fica. O ator, na minha idade, não tem família biológica, tem uma formada pela própria classe.

Chamado por muitos de "Neyla", o ator comemora a empatia com o povão, e revela que aceita tudo, menos ficar sem aplausos. "Neyla é do povão. É "Seu Neyla''. Aceito tudo. Só não podem me esquecer. Sou amado, sou querido, sou possuído. Mandaria fazer uma gravação, uma caixa de riso e uma de aplauso para ouvir".

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