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Rita Lee pagará indenização e tem viagens restritas por desacato a policiais

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Atualizada às 17h25

Rita Lee vai pagar R$ 40 mil ao Fundo Municipal da Criança e Adolescente da Barra dos Coqueiros. O valor corresponde a um acordo firmado em janeiro com o Ministério Público de Sergipe para evitar a abertura de um processo criminal contra Lee. A punição refere-se à acusação feita à cantora por desacato à autoridade e apologia às drogas em um show na Barra dos Coqueiros, região metropolitana de Aracaju. Rita, porém, ainda aguarda um comunicado da Justiça do estado para poder depositar esse dinheiro.

No dia 28 de janeiro último, a polêmica roqueira criticou a agressividade dos policiais militares contra seu público. Os policiais alegaram que algumas pessoas estavam fumando maconha na plateia.

Indigada, na ocasião, Rita Lee interrompeu a apresentação e disse no microfone:

“Vocês não têm o direito de usar a força na meninada – que não está fazendo nada! Cadê o responsável, eu quero falar! Esse show é meu, não é de vocês! Esse show é minha despedida do palco, e vocês continuam tendo que guardar as pessoas – não agredir. Seus cachorros – coitados dos cachorros. Mas esses cachorros filhos da puta não vão prender ninguém”, ela disse, interrompendo a apresentação por se sentir incomodada com a suposta truculência policial.

O Fuxico conversou por telefone nesta quinta-feira (15) com o advogado da cantora, Carlos Sanseverino, que alegou que os policiais militares presentes no show estavam prontos para arrumar problemas:

“Não se sabe bem porque, mas esses policiais foram ao show da Rita com a intenção de causar tumulto. O efetivo estava muito acima do normal para uma apresentação do tipo, além de estar fortemente armado – para quem vai apenas fazer uma segurança preventiva – com capacetes, cassetetes, armas calibre .40 e coletes à prova de bala. De repente, eles passaram a abordar o público de maneira muito ríspida. Ela foi informada do que estava acontecendo e pediu aos policiais pararem de empurrar os fãs. Eles simplesmente abandonaram a ideia de proteger as pessoas presentes, viraram de frente para a Rita Lee e começaram a brigar com ela também, que acabou xingando eles em retorno. Os policiais alegaram ter gente usando droga na plateia, mas a Rita verificou e não tinha ninguém usando nada, não houve nenhuma apreensão. Tanto que os próprios fãs dela registraram boletins de ocorrência contra esses policiais”.

Ainda segundo o acordo, Rita Lee, que foi ouvida na última quinta-feira (8) em uma audiência no 7º Juizado Especial Cível de Aracaju, também não poderá se ausentar de seu local de moradia, São Paulo, por mais de 30 dias, durante dois anos, sem uma autorização judicial.

"Ela aceitou essa condição porque nunca fica mais do que 10, 15 dias longe de São Paulo", disse Carlos Sanseverino.

O advogado explicou também que essas condições foram parte de um acordo para encerrar o processo criminal.

Mas ainda há o processo cível dos policiais presentes no show, que abriram 34 ações contra Rita Lee, cada uma pedindo cerca de R$ 24 mil. Sanseverino afirmou que houve uma tentativa de acordo para não levar essas ações para frente, mas que foi rejeitada.

“A Rita não concorda com essas ações. Ela teve o show invadido e tumultuado por policiais, ela que se sentiu ofendida. O que propusemos foi que se esses policiais reconhecessem que houve excesso por parte deles e se portaram da maneira errada, ela também reconheceria o abuso de linguagem e ambas as partes entrariam em acordo, essa era a nossa condição. A outra parte não aceitou reconhecer isso, provavelmente por medo de ser aberto um processo administrativo. Agora o caso está nas mãos da juíza, que analisará os depoimentos dos advogados e assistirá ao vídeo integral do show”.

Em seu Twitter, Rita Lee postou um link recomendando a leitura do blog do escritor Araripe Coutinho, que a defende do episódio:

“Fosse eu Rita teria mostrado a bunda também, teria ficado nua, me jogado do palco, embaixo atrás dos cacetetes dos policiais, para ver como é bom futucar o cão com a vara curta. Quando se perde a confiança na Justiça, ganha o ódio vingativo disse Frei Betto. Foi o ódio vingativo as palavras de Rita Lee… Mas daí levar Rita Lee presa, isto é tão absurdo, não é nem surreal, nem mesmo dadaísta”, diz o artigo, em defesa da roqueira.

Em seguida, a cantora postou uma mensagem enigmática sobre o caso:

“O Universo não negocia com terroristas”. 

No final da tarde desta quinta-feira (15), Rita Lee se manifestou novamente pelo Twitter, afirmando que a ação da polícia não teve nada a ver com a repressão a drogas. 

"A ação da polícia em Aracaju não têve nada a ver com repressão a drogas. Aconteceu porque estavam em briga com o governo por aumento há muito tempo. Na semana anterior fizeram greve branca durante o Carnaju, o carnaval fora de época, o que resultou em violência, mortes e críticas da imprensa e população. E no show resolveram fazer presença agressiva, a menos de 5 metros do palco, agredindo fãs de Rita que estavam ali para o que teria sido o último show de sua carreira. Uma agressão a um artista e seu público sem precedentes na história do show business!!! "

Resta à cantora aguardar a decisão da Justiça. 

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