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Roberta Close desabafa: ‘Me senti constrangida a vida toda’

Reprodução/TV Record
Gugu Liberato embarcou até Zurique, na Suíça, para ouvir o que Roberta Close mantinha guardado a sete chaves em seu coração. A conversa, exibida nesta quarta-feira (20), mostrou uma ex-modelo orgulhosa dos grandes momentos da carreira, corajosa por vencer obstáculos, mas também com várias mágoas.
 
A primeira questão levantada por Gugu foi qual teria sido o motivo para que Roberta ficasse dez anos sem dar entrevistas:
 
“Eu trabalhei com a mídia e para mim é difícil estar fora disso. Eu fiquei traumatizada no princípio por me ausentar assim. Mas eu sou uma pessoa que gosta de desafios. Então, quis provar pra mim mesma que conseguiria viver fora do mundo da mídia”, respondeu.
 
Em seguida, Roberta recordou os primeiros trabalhos como modelo fotográfico, especialmente a capa para a revista Close, quando tinha apenas 16 anos. 
 
A cirurgia
 
Roberta explicou o motivo pelo qual saiu do Brasil, em 1989, para a cirurgia de redesignação sexual.
 
“Fui para a Inglaterra, porque não via políticas ao meu favor, como cidadã. Fui procurar ajuda. Como o mundo é grande, decidi que tinha como achar um lugar”, contou.
 
Nome em documentos
 
Gugu quis saber sobre como o nome da ex-modelo aparece em seus documentos, visto que, logo que nasceu, foi registrada como Luiz Roberto Gambine Moreira.
 
“Roberta Gambine Moreira. O Luiza eles decidiram tirar, porque acharam que ficaria muito longo. Isso só depois do final de tudo que eu lutei na época. Foram 20 anos de espera. Mais de 18 laudos médicos, 16 publicações em jornais públicos. Eles me botaram obstáculos que eu nunca pensei”, explicou. 
 
A troca de nome não seria problema, e sim a mudança de um nome masculino para um feminino:
 
“Mudança de nome é fácil, o peso era o gênero. Essa era uma situação de constrangimento para mim. E assim foi toda a minha vida, eu me sentia constrangida”, desabafou.
 
Bullying
 
Outro momento de sofrimento que a entrevistada recordou foi o período em que apanhava na escola e nas ruas. 
 
“Hoje é bullying, né? Tem palavra para tudo agora, antes parecia que a gente que era errada. Mas a gente tira uma lição. Muitas vezes, me pergunto: por que será que era assim? Por que tão jovem e sendo obrigada a passar por tantos obstáculos, até para coisas simples como cantar. Até isso trazia coisas negativas”, citou.
 
À propósito do assunto bullying, Roberta atribui esse nome às críticas que recebeu após foto sua publicada há dois anos:
 
“Falaram que eu estava deformada, que eu era um monstro. Eu não me sinto um monstro. Me falaram que eu estava desfigurada”, relembrou.
 
Casamento
 
Gugu entrou no campo amoroso para saber mais sobre o marido de Roberta, o empresário Roland Granacher:
 
“Conheci ele aqui na Suíça. Quando ele foi ao Brasil pela primeira vez não falava português. Conheci em 1993, mas oficialmente só nos unimos bem mais tarde, já para depois dos anos 2000. Não nos deixavam também. Eu sempre tive problemas”, disse.
 
A vida que leva em terras suíças não é tão fácil como possa parecer:
 
“É um pouco triste, porque me sinto só. Sinto falta da minha família, isso é muito importante. Não é fácil. Muitos obstáculos. A língua, o tempo, o clima, a forma de viver, a forma de ter que se integrar a uma sociedade que você chega depois (…) Mas meu papel de esposa eu acho que cumpro bem”, completou.
 
A questão do hermafrodismo e a ideia de escrever um livro sobre bem estar também ganharam destaque. Além disso, Gugu mostrou mensagens carinhosas de amigos e familiares de Roberta.
 
Saudade
 
No encerramento, a ex-modelo, de 50 anos, não conteve as lágrimas ao falar da saudade da mãe:
 
"Minha mãe fez 50 anos de casada, logo antes de morrer. Era o sonho dela renovar os votos. Pois ela renovou os votos e morreu, coitadinha. Foi muito difícil para mim, Gugu, aqui sozinha, porque minha mãe dava muita força para mim. E ao mesmo tempo o povo me xingando, sem necessidade".
 
Audiência
 
Na audiência, Gugu manteve a vice-liderança isolada com 12 pontos no Ibope. A Globo (Sport x Santos pela Copa do Brasil) liderou com 14 pontos e o SBT (Programa do Ratinho) ficou em terceiro com 8 pontos. Cada ponto equivale a 62 mil domicílios na Grande São Paulo.
 
 

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