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Sylvia Bandeira vive a história de Marlene Dietrich no teatro

Adelson Brasil

Sylvia Bandeira está longe da tevê desde que fez uma participação especial no início da novela Vidas Opostas, da Record, como a jornalista Suzana. Mas, no teatro a atriz está em ação e arrasando como Marlene Dietrich no espetáculo Marlene Dietrich, as Pernas do século, em cartaz em São Paulo desde 30 de março.

O Fuxico conversou com a atriz, que falou sobre a satisfação e a emoção de estar vivendo no palco a história de uma mulher que foi uma das mais importantes de sua geração e um mito em todo o mundo.

“A Marlene é simplesmente fascinante. É mesmo um mito e quanto mais eu a conheço, pelo estudo que fiz para a peça, mas me envolvo, mais admiro essa mulher fantástica que foi muito à frente do tempo dela e que até foi para a guerra para cantar e alegrar os soldados”, conta Sylvia cheia de entusiasmo.

A ideia de encenar este espetáculo surgiu quando Sylvia estava em cartaz com o musical Rádio Nacional, há alguns anos.

“Quando eu fazia Rádio Nacional eu fazia o papel de uma desquitada. Em uma das cenas, minha personagem dizia que se sentia como a Marlene Dietrich e ainda cantava um pedacinho de Lili Marlene, uma das canções mais famosas na voz de Dietrich. Na hora em que viu essa cena o diretor, Fábio Pillar me disse que eu deveria pensar em um dia interpretar a Marlene no teatro. Eu achei aquilo uma loucura, mas aquilo ficou muito forte na minha cabeça”, explica Sylvia.

Passado um tempo Sylvia finalmente resolveu que seria sim Marlene Dietrich no teatro e começou uma pesquisa incansável sobre a vida da diva alemã.

“Aí eu falei com o Aimar Labaki sobre o meu projeto e ele é um fã ardoroso da Marlene e já sabia muito sobre a vida dele. Ele então fez o texto, especialmente para mim. E como nós já nos conhecíamos e ele já adorava a história de Marlene, foi o casamento perfeito”, disse a atriz, satisfeita.

Depois de conhecer mais sobre a vida e a história da artista, Sylvia começou a se preparar efetivamente para o espetáculo, principalmente na parte vocal, já que canta vários sucessos de Marlene enquanto está em cena.

“Foi uma loucura. Eu sempre fui afinada, tinha uma voz bonitinha, mas daí a me apresentar, cantando em vários idiomas e ainda interpretando, era bem diferente. Tive então algumas aulas de preparação com a Márcia Luna Cabral, que também está na peça, e me ajudou demais. Não foi só na parte vocal, mas na resistência também. É muito difícil cantar, atuar, falar, sem perder o fôlego, com a respiração correta. É um prepara de atleta mesmo”, conta Sylvia.

A atriz explica ainda que se beneficiou com os idiomas que fala. Como tem fluência em várias línguas, por ter morado fora do país durante boa parte de sua vida, Sylvia afirma que essa parte de interpretar canções em línguas diferentes ficou mais facilitada.

“Eu pude aproveitar os idiomas que sei naturalmente, por ter sido criada fora do país por conta do trabalho do meu pai, que era diplomata”, diz a atriz.

O início do espetáculo mostra Marlene Dietrich velha, já no final da vida. A partir daí a diva vai relembrando sua história e contando tudo para um jovem, que no final acaba se apaixonando por ela.

“Eu não estou maquiada no início da peça como uma velha, não é uma caricatura. Fiz um trabalho de preparação corporal para ficar com aquela postura mais pesada das pessoas idosas. E no decorrer da peça, conforme ela vai chegando às histórias de sua juventude, vou perdendo esse peso”, explica Sylvia.

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A atriz explica que tem algumas coisas fortes em comum com Dietrich.

“Conforme fui conhecendo mais a personalidade da Marlene e me envolvendo com o texto, com o espetáculo, notei que tenho sim algumas coisas dela. A ousadia, por exemplo. Acho que de alguma forma, nunca me acomodei na vida, sempre busquei algo mais, assim como ela. Outra coisa em comum é o fato de ter morado em vários países, como aconteceu com ela. O sonho de ser cantora. Estou feliz com esse momento, com esse lado cantora que tenho agora no palco. E claro, além de tudo isso o fato de poder falar abertamente sobre o posicionamento em todas as áreas. Ela era livre, dava suas opiniões, era coerente e engajada, preocupada com o ser humano. Se meteu no meio de uma guerra para cantar para os soldados. Isso é maravilhoso!”, declara Sylvia, emocionada.

O espetáculo Marlene Dietrich, As Pernas do Século, têm sido um sucesso e segundo Sylvia, o público sai do teatro encantado. Até mesmo quem não conhece a história da musa alemã se emociona.

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Quem entende muito de teatro também aprovou a peça e emocionou a atriz com críticas pra lá de positivas.

“A Bibi Ferreira já esteve na plateia deste espetáculo. E ela, nem preciso falar: é o máximo, uma inspiração total para mim. A Bibi já tinha me dirigido três vezes no teatro, mas nunca tinha ido me assistir. Pois dessa vez ela foi. Não avisou ninguém, comprou o ingresso e lá estava ela. É claro que senti aquele frio na barriga, aquele nervoso. Quando acabou a apresentação ela me disse uma frase que me emocionou demais e que nunca vou me esquecer. ‘Espetáculo irretocável. Você está soberba Sylvia’, ouvir isso da Bibi é demais né?!”, contou a atriz, envaidecida.

A peça que conta a história de Marlene Dietrich está em cartaz em São Paulo, no Teatro Nair Belo, onde será apresentada até o dia 27 de maio

Sylvia Bandeira vive a história de Marlene Dietrich no teatro

Serviço espetáculo Marlene Dietrich – As Pernas do Século

Teatro Nair Bello (200 lugares)

Shopping Frei Caneca – Rua Frei Caneca, 569 – 3° andar.

Telefone: 3472-2414

Sexta, às 21h30. Sábado, às 21h. Domingo, às 18h.

Ingressos: R$ 60

Classificação etária: 14 anos

Duração: 90 minutos

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