Biomédica baiana se torna a Barbie brasileira em edição especial

Por - 05/08/21

Foto: Divulgação/ Mattel

Yes, nós temos uma Barbie brasileira! E ela é preta! A biomédica baiana Jaqueline Góes de Jesus foi homenageada pela Mattel e ganhou uma boneca Barbie em sua homenagem pelo trabalho no combate à Covid-19. Ela foi escolhida com outras cinco cientistas mulheres pela fabricante de brinquedos.

Jaqueline, de 31 anos, faz parte da equipe responsável pelo primeiro sequenciamento genético do SARS-CoV-2 no início da pandemia na América Latina.

A homenagem faz parte da iniciativa “Mulheres Inspiradoras” criada pela Mattel para celebrar mulheres que se destacam. Desta vez, foram homenageadas profissionais que quebraram barreiras durante a pandemia de Covid-19.

“Enquanto cientista, mulher e negra, ser homenageada pela Barbie e me tornar um modelo para novas gerações é provar que através das oportunidades, o talento e inteligência podem alcançar e até gerar frutos positivos para uma nação”, disse Jaqueline sobre a homenagem.

Além da biomédica brasileira, outras cinco mulheres foram reconhecidas pela Mattel como heroínas da pandemia após trabalharem na luta contra o coronavírus e impactarem positivamente a comunidade: a enfermeira norte-americana Amy O’Sullivan; Audrey Cruz, que atuou na linha de frente em Las Vegas e foi importante no combate ao preconceito racial e a discriminação; a psiquiatra canadense Chika Stacy Oriuwa, que expôs o racismo sistêmico na área da saúde; Sarah Gilbert, do Reino Unido, líder no desenvolvimento da vacina de Oxford; e a australiana Kirby White, que desenvolveu um uniforme que pode ser lavado e reutilizado, permitindo mais praticidade aos trabalhadores da linha de frente.

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Lisa McKnight, vice-presidente sênior e chefe global da Barbie e das bonecas da Mattel, aponta que o projeto “Mulheres Inspiradoras” ultrapassa fronteiras, mostrando às meninas que elas podem ser o que quiserem. “A Barbie reconhece que todos os trabalhadores da linha de frente fizeram enormes sacrifícios ao enfrentar a pandemia. Para iluminar seus esforços, estamos compartilhando suas histórias e aproveitando a plataforma da Barbie para inspirar a próxima geração a seguir essas heroínas. Nossa esperança é nutrir e estimular a imaginação das crianças que interpretam seus próprios enredos como heróis.”

Atualmente, a linha de bonecas da Barbie conta com mais de 200 profissões. Há bonecas da cosmonauta russa Anna Kikina, da ativista britânica Adwoa Aboah, da chef italiana Rossana Maziale e da surfista Maya Gabeira – a primeira brasileira homenageada pelo projeto, em 2019 –, entre outras.

DESCOBERTA EM 48 HORAS

Jaqueline Góes de Jesus e seus colegas, sob coordenação da imunologista Ester Cerdeira Sabino, conseguiram sequenciar o genoma do vírus SARS-CoV-2 em apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no Brasil — um tempo abaixo da média mundial, de 15 dias. As amostras eram do primeiro paciente brasileiro infectado, em 26 de fevereiro de 2020.

Além disso, o trabalho da equipe mostrou a diferença entre o vírus do paciente brasileiro e o identificado em Wuhan, epicentro da doença na época. O caso do Brasil estava mais próximo da variante detectada na Alemanha no final de janeiro.

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CIENTISTA EXPERIENTE

Natural de Salvador, Jaqueline Góes de Jesus vive em São Paulo. Ela também trabalhou na equipe responsável pelo sequenciamento do genoma do vírus da zika. Atualmente, é pesquisadora bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) em nível de pós-doutorado, no Instituto de Medicina Tropical de São Paulo na USP. 

A cientista é graduada em Biomedicina pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, mestre em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) pelo Instituto de Pesquisas Gonçalo Moniz — Fundação Oswaldo Cruz (IGM-FIOCRUZ) e Doutora em Patologia Humana pela Universidade Federal da Bahia em ampla associação com o IGM-FIOCRUZ.

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COVID-19 NO BRASIL

Na quarta-feira, 04 de agosto, o Brasil registrou 1.118 novas mortes em decorrência da Covid-19 e ultrapassou a marca de 20 milhões de pessoas infectadas desde o início da pandemia. Ainda assim, a média móvel de mortes se mantém em queda. Os dados foram obtidos pelo consórcio de veículos de imprensa, junto às secretarias estaduais de saúde.

Com o registro, o país chega a um total de 559.715 mortes pela doença. Além disso, foram registrados 40.429 novos diagnósticos, elevando o total para 20.026.502 infectados.

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Contudo, o número de pessoas que já adoeceram por conta do coronavírus é muito maior do que o registrado pelos números oficiais, já que o Brasil nunca teve uma política de testagem em massa. Segundo o site Worldometers, o país ocupa a 120ª posição no ranking de testes para cada 1 milhão de habitantes.

Pelo quinto dia seguido, a média móvel de mortes ficou abaixo de mil, depois de 191 dias acima dessa faixa. Foram 920 óbitos em média nos últimos sete dias, o que indica uma tendência de queda de -20%, em comparação com 14 dias atrás.

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino