BBB 22 às 00:30

Karol Conká sobre vida pós BBB: “Nunca mais vou deixar de cuidar da minha saúde mental’

Reprodução GNT

Passados dois meses desde que deixou o Big Brother Brasil no quarto Paredão, eliminada com rejeição recorde de 99,17%, nesta quarta-feira, 28, Karol Conká  participou do programa “Saia Justa”, da GNT e conversou ao vivo com Astrid Fontenelle, Pitty, Gabi Amarantos e Djamila Ribeiro.

Pela primeira vez a rapper falou mais profundamente da experiência de conviver com tamanha rejeição e encarar o desafio de reconstruir sua carreira após o estrago feito por sua polemica participação no reality show.

OFuxico selecionou os momentos da entrevista:

"Tem cenas que eu me choco, eu fico extremamente incomodada, envergonhada, arrependida, deprimida. Entendo que faz parte de mim, eu sempre procrastinei esse lance da saúde mental, nunca levei muito a sério. Tenho a impressão de que entrei e me auto sabotei para chamar atenção para esse tipo de assunto".

Frente a frente com a rejeição:

"Não é fácil lidar com a rejeição. Eu já havia encarado a rejeição quando era mais nova. Com isso, eu acabei criando cascas, uma espécie de armadura pra me defender. Depois que eu me tornei Karol Conká, artista, essa rejeição ficou mais afastada. A rejeição sempre esteve em minha vida, mas ela estava afastada. No BBB eu acabei expondo uma realidade, um comportamento muito feio. Demorei muitos dias pra ter noção de minhas atitudes. Muitas coisas que fiz e falei me deixaram envergonhada, decepcionada. É muito ruim a sensação de decepcionar milhões de pessoas e amigos".

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"Eu também repudio minhas atitudes, mas eu comecei a me questionar se minhas atitudes dentro da casa tinham o mesmo peso da atitude das pessoas aqui fora. Se as pessoas me cobram que eu me trate e tenha sanidade, eu também posso cobrar isso delas”.

Um processo amargo

"Quando vi as cenas, tive que lidar com a minha rejeição consigo mesma. Foi uma dor tão maior quanto lidar com a rejeição do público. Comigo mesmo foi mais amargo. Tô num processo de me perdoar, entender, já passou. Eu não posso contribuir pra uma cultura da qual eu não concordo. Quando notei, eu também tava me cancelando."

"Notei que eu tava me reduzindo a uma camada. Todos nós temos essas feridas que que varremos pra debaixo do tapete. Esse tapete foi levantando quando entrei na casa. A pessoa que precisa humilhar, gritar com alguém, precisa de ajuda”.

Um longo caminho

"Eu estou num momento de reflexão bem profundo. No documentário, foram 20 e poucos dias, ainda bem recente. No doc, eu ainda estou montada na soberba como uma forma de disfarçar a dor que eu estava sentindo. Eu tinha noção dos meus erros, mas não da proporção. Os dias foram passando e fui tomando mais noção e fui sofrendo muito. Eu só queria sumir. Lidar com a rejeição é doloroso até pras pessoas que se sentem fortes. Sempre cantei muito sobre isso."

À quem pedir desculpas:

"Até saciar a fome dos sádicos. Mas eu também não posso permitir virar só isso, um combo de desculpas. Eu já pedi desculpas, as minhas desculpas foram sinceras. Se eu não puder seguir minha vida após meu pedido de desculpas, aí a gente está lidando com um assunto muito mais sério que o meu discurso, a minha falta de controle dentro da casa”.

Arrependida e mais madura

“Hoje eu tô melhor que ontem, tô me vendo dessa forma. Tenho que fazer um esforço enorme pra sentir graça de viver. Apesar de serem só 2 meses, pra mim parece que são 3 dias. Hoje eu tô arrependida, mais madura e entendendo que ou eu ficava definhando em decepção ou eu enxergaria esse momento de tombo como um convite para enxergar uma possibilidade de me tornar uma pessoa mais madura".

Dor amarga

“No documentário me acompanharam durante 25 dias e dá para me ver montada na soberba. Conforme os dias foram passando eu fui tomando conta do que estava acontecendo. Lidar com a rejeição é muito dolorido. Quando eu vi as cenas, eu tive que lidar com a rejeição do público como a minha mesma, foi uma dor mais amarga. Ainda estou no processo de perdoar e lidar com uma cultura que não concordo, a rejeição. Eu me cancelei. Eu falei vou me cancelar. Eu não soube lidar com a pressão e tive esse comportamento feio que vocês viram".

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Insegurança e auto sabotagem

"Fiquei muito nervosa quando me vi. Foi um processo bem doloroso. […] Me senti insegura e precisando muito de equilíbrio. Estou orgulhosa desse trabalho. Estou me tratando agora e estou orgulhosa desse documentário. Estou fazendo terapia. Óbvio. Imagina, depois de dois meses não estar fazendo. Apesar de me reconhecer em algumas cenas, eu ainda me choco. Eu estou arrependida de alguns comportamentos meus. Eu tenho a sensação de que eu entrei no BBB e me auto sabotei. Ter desequilíbrio emocional não me deixa orgulhosa. Estou extremamente envergonhada".

Karol contou ainda que a música foi fundamental nesse processo de resgate de sua vida e carreira. “Passei muito tempo chorando, o que ajudava era entrar no meu estúdio com meu produtor e meu DJ e compor músicas sobre o que eu estou vivendo. Minha música sempre foi a tradução dos meus sentimentos. Me surpreendi ter feito muitas músicas em poucas semanas”.

Fora do casulo

No último domingo, 25, Karol Conká voltou às redes sociais para falar sobre o documentário. Ela esteva afastada da internet desde sua saída do BBB21. Seu primeiro post no Twitter dizia: “Oi, pessoal. Não apareci muito por aqui, porque entendi que precisava me afastar um pouco das redes e cuidar de mim. Vejo o documentário como uma oportunidade, em tempos de cancelamento, de relembrar que somos muito mais complexos do que um reality show é capaz de mostrar"

A Vida Depois do Tombo estreou a meia-noite desta quinta-feira, 29, na Globoplay. Com direção geral de Patricia Carvalho, a série documental tem quatro episódios e mostra entrevistas com familiares e amigos da artista.

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