Fim de temporada de ‘The Boys’ mostra o que há de melhor na série (e não é a violência!)

Por - 07/07/22 - Última Atualização: 6 julho 2022

billy bruto (karl urban) e capitão pátria (antony starr) se encarando em cena de the boysDivulgação/Amazon Studios

A convite do Amazon Prime Video Brasil, OFuxico assistiu ao último episódio da terceira temporada de “The Boys” de forma antecipada na última segunda-feira, 4 de julho, durante evento fechado com o elenco no Palácio Tangará, em São Paulo.

Por conta disso, decidimos contar a você (sem spoiler, claro) o que achamos tanto do capítulo quanto desta nova leva de episódios, que estrearam na plataforma de streaming no dia 3 de junho, e vamos começar ressaltando que, na opinião de quem vos escreve, foi a melhor temporada da série!

RESUMO DO 1 AO 7: DOMÍNIO DOS VILÕES

Após um início, com Hughie (Jack Quaid) trabalhando para Victoria Neuman (Claudia Doumit) no controle contra ações de “heróis” da Vought, Billy Bruto (Karl Urban) e os outros seguindo as ordens dele e Luz-Estrela (Luz-Estrela) como peça principal dentro d’os Sete, não demorou muito para que tudo degringolasse de vez.

Cansado de não ter o controle de tudo e de poder agir conforme lhe der vontade, Capitão Pátria (Antony Starr) jogou tudo para os ares e deu de vez um golpe dentro da Vought, tirando Stan Edgar (Giancarlo Esposito) de cena, ignorando todo filtro possível para falar com o público (o que aumentou sua popularidade exponencialmente, apesar d todo o teor fascista que seus discursos carregam) e usando de sua grande força e poder para ameaçar os outros “supers”, que nada podiam contra ele.

Falando em Edgar, Victoria Neuman (Claudia Doumit) se mostrou ainda mais sagaz que seu já revelado (nos episódios anteriores) pai adotivo, ajudando Pátria a derrubá-lo, mas não por amor ao “herói”, mas sim por seus próprios interesses, como cuidar da filha e se manter influente de alguma forma, ignorando qualquer perversidade possível que fosse envolvida.

capitão pátria (antony starr) fazendo pose em cena de the boys
Capitão Pátria enlouqueceu ainda mais na terceira temporada (Divulgação/Amazon Studios/Prime Video)

SOLDIER BOY: TEMPERO DO VENENO

Para fechar esse ciclo de vilania, Soldier Boy (Jensen Ackles) finalmente deu as caras na série, sendo resgatado dos russos pelos protagonistas sem querer, e apesar de um acordo com Billy Bruto e Hughie (que os fizeram decair perante seus amigos), o personagem logo de cara se mostrou um verdadeiro babaca e uma ameaça tão psicótica quanto Capitão Pátria é!

O episódio sete coloca isso ainda mais à prova quando Neuman dá uma informação sigilosa a Pátria e este descobre ser filho de Soldier Boy, que também tem seu passado sombrio com Black Noir revelado, mostrando que caráter sempre esteve em falta quando falamos dele.

Ainda, Billy Bruto teve verdadeiras atitudes de vilão nesta temporada, o que provocou a fúria de Leitinho da Mamãe (Laz Alonso), Francês (Tomer Capon) e Kimiko (Karen Fukuhara), e Hughie também largou tudo que acreditava após os planos anteriores falharem, perdendo a inocência que apresentou no início da série, e agindo de forma nada agradável em seu namoro com Luz-Estrela.  

DESENVOLVIMENTO ESPETACULAR

protagonistas de the boys reunidos próximo a jatinho
Desenvolvimento dos personagens de “The Boys” é divino (Divulgação/Amazon Studios

E por que foi necessário relembrar estes pontos? Simples, porque foi no desenvolvimento de seus personagens que a série mais acertou em seu terceiro ano, e todo esse cenário caótico para “o lado bom da força” acabou impactando seus personagens de maneira drástica, que os colocaram em posições completamente novas, mas ainda coerentes com quem eles são.

Capitão Pátria sempre foi um fascista psicopata com imenso poder, e ele abraça esse manto de uma vez ao longo dos episódios, inclusive no final da temporada de maneira que vamos elogiar melhor posteriormente. Já Bruto, que sempre o criticou, teve atitudes similares à dele, além de ter obtido poderes temporários mesmo sempre afirmando que “supers” não prestavam.

Hughie também entrou em contato com seu lado mais sombrio visto até o momento, e as inúmeras “falhas” em derrotar os “heróis”, principalmente Pátria, o fizeram naturalmente perder a fé em seus ideais e se achar fraco e impotente, algo que o Composto-V temporário lhe fez parecer perder. Ah, não podemos esquecer de como a masculinidade tóxica ficou presente em seu discurso, principalmente em afirmar que “quer proteger Luz-Estrela a todo custo”.

Kimiko sempre se considerou um monstro por conta dos poderes, mas após perdê-los por conta de Soldier Boy, ela sente que finalmente seria livre, senão fosse por… ela mesmo, como vimos no capítulo sete. Já Francês notou como sempre segue ordens de alguém, e Leitinho se perdeu em largar essa vida de vigilante para cuidar da filha por conta de seus traumas com Soldier Boy.

Luz-Estrela também precisou se redescobrir após suas ameaças com Pátria dentro da Vought não funcionarem, entendo melhor quais suas armas e poderes perante as situações que se sucederam até aqui.

FECHAMENTO DE ARCO E PATERNIDADE

billy bruto (karl urban) contemplativo em cena de the boys
Paternidade foi um dos focos da 3ª temporada de The Boys (Foto: Divulgação/Amazon Studios)

Dito isso, todos esses arcos de cada personagem ganham sua conclusão aqui no final de temporada, sem deixar pontas soltas e mostrando como cada personagem foi de um ponto A a um ponto B, tudo com coerência narrativa e transformações constantes.

O trunfo da série foi em saber, mesmo que de forma calma, transacionar seus personagens, não os deixando estagnados ao mesmo tempo que não perdem suas essências. Alguns saíram melhores que antes, outros não, mas a jornada deles avançou, isso é certo.

Ainda, muitos dos arcos se relacionam com um assunto: a paternidade! Os episódios anteriores falaram disso com o passado e Billy Bruto vindo à tona, a revelação do parentesco de Capitão Pátria e Soldier Boy, o fato de que o pai de Francês também era agressivo com ele, até mesmo no fato de Leitinho tentar terminar o que pai começou: vingar a morte do avô nas mãos de Soldier Boy.

Esse ponto comum entre os personagens deixa a narrativa ainda mais conectada e o capítulo final explora isso de mais formas, tanto visuais quanto sutis, como nas falas de alguns personagens. Recomendamos que você fique atento para notar esse detalhe, que poderia incialmente passar despercebido. Cada diálogo é importante!

CRÍTICA SOCIAL E SURPRESAS

protagonistas de the boys mostrando dedo do meio em cena de trailer
A crítica social é a espinha dorsal de “The Boys” (Reprodução/Youtube/Canal Prime Video Brasil)

Um dos maiores trunfos de “The Boys” foram suas críticas à sociedade, que mesmo sutis, foram as mais certeiras possíveis, como mostrar o efeito da fama subindo à cabeça de pessoas com poderes (interprete como quiser), o uso de fake News e até mesmo discursos totalitários sendo bem aceitos socialmente.

Trem-Bala (Jessie T. Usher) trouxe a discussão racial para a história, incialmente querendo se aproveitar da representatividade para crescer na Vought e depois começando a dar importância a isso quando o irmão ficou tetraplégico.

Isso volta com tudo neste episódio final de maneira surpreendente, mostrando que a série nunca esqueceu desse seu importante pilar, e chega até mesmo a ser assustador a maneira como isso pode se casar com a nossa realidade. Fique atento, pois ocorre de maneiras sutis, medianas e explícitas.

Aliás, voltando a falar da paternidade, essa crítica a como pais tratam seus filhos também é necessária, e pode servir de identificação para muitas pessoas, além da masculinidade tóxica, presente nisso e em Hughie, sendo este um tema necessário para discussão.

Além disso, como citamos, o desenvolvimento e as críticas sociais são feitos de maneira surpreendentes, assim como todo episódio é surpreendente, colocando toda e qualquer teoria feita pelos fãs no ralo sem dó nem piedade. Eu me arrisco a duvidar que alguém acerte todos os desenrolares do capítulo!

CALMA, AÇÃO E VIOLÊNCIA CONTINUAM PRESENTES!

profundo (chace crawford) segurando caixa sorridente em cena de the boys
Final de temporada não esqueceu do que os fãs gostam (Foto: Divulgação/Amazon Studios)

Apesar de, na minha opinião, o melhor de “The Boys” não ser sua violência gráfica, ela continua presente, afinal, ela sempre contribuiu e ainda contribui nesse episódio oito da terceira temporada na hora de contar a história, e continua muito presente, não fique preocupado quanto a isso.

Aproveitando o gancho, como é de costume em na série, o capítulo final de cada temporada possui mais ação que o comum da trama, não sendo diferente aqui, contando com embates eletrizantes que farão os fãs vibrarem, dando para cada personagem seu momento de brilhar, mostrando a importância de cada um para a série (os que não tem, ficam explícito também).

Encerrando, o episódio oito da terceira temporada de “The Boys” e a série como um tudo são incríveis por desenvolverem seus personagens, caminharem com a história e fazerem críticas sociais bem-marcadas, tudo com ação e violência necessários para isso.

Por isso, não esqueça de conferir o episódio final da terceira temporada de “The Boys” nesta sexta-feira, 08 de julho.

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Raphael Araujo Barboza é formado em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. OFuxico foi o primeiro lugar em que começou a trabalhar. Diariamente faz um pouco de tudo, mas tem como assuntos favoritos Super-Heróis e demais assuntos da Cultura Pop (séries, filmes, músicas) e tudo que envolva a Comunidade LGBTQIA+.