Descubra a conexão de ‘A Pequena Sereia’ com ‘Encanto’ e ‘Hamilton’

Por - 24/09/23 às 21:00

Pôster do live-action de "A Pequena Sereia"Foto: Divulgação/Disney+

Após sua exibição nos cinemas, “A Pequena Sereia” – a versão live-action da clássica animação musical de 1989 sobre Ariel, uma sereia com espírito de aventura que sonha em descobrir o mundo além do mar – já está disponível com exclusividade no Disney+.

Dirigido por Rob Marshall e estrelado por Halle Bailey (Ariel), Jonah Hauer-King (Príncipe Eric), Daveed Diggs (Sebastião), Awkwafina (Sabidão) e Jacob Tremblay (Linguado), com Javier Bardem (Rei Tritão) e Melissa McCarthy (Úrsula), o filme revisita a clássica história inspirada no conto de 1837 de Hans Christian Andersen, apresentando uma produção em escala épica que combina impressionantes cenários reais e fotorrealistas, números musicais extraordinários e mundos incríveis na terra e no fundo do mar.

Com a aguardada estreia de “A Pequena Sereia” exclusivamente no Disney+, a Disney Brasil compartilhou curiosidades dos bastidores da produção, e OFuxico conta tudo para você.

CONFIRA AS CURIOSIDADES!

História original possui muita relevância

Cena de Ariel (Halle Bailey) no live-action de "A Pequena Sereia"
Cena de Ariel (Halle Bailey) no live-action de “A Pequena Sereia” (Foto: Divulgação/Disney+)

Escrita em 1837, levada aos cinemas em forma de animação em 1989 e revisitada em live-action em 2023, a história de Ariel não apenas resiste ao teste do tempo, como também permanece especialmente relevante no mundo atual. Quando começaram a desenvolver o novo filme, o diretor Rob Marshall, o roteirista David Magee e o produtor John DeLuca encontraram uma rica fonte de inspiração no conto original de Hans Christian Andersen.

“É uma história muito moderna sobre uma garota que se sente deslocada e vê a vida de uma forma diferente das pessoas ao seu redor. Com muita paixão e coragem, ela embarca em uma jornada épica de autodescoberta, derrubando muros e aprendendo a não ter medo do ‘outro’, que, no caso dela, é o mundo humano”, disse Marshall, observando que os temas explorados em “A Pequena Sereia” são um antídoto para as divisões do mundo e funcionam como um lembrete vital de que todos somos um.

“O filme aborda algo que é muito importante no nosso mundo de hoje, que é a maneira como percebemos outros povos e outras culturas, e que existem preconceitos e ideias pré-concebidas. ‘A Pequena Sereia’ trata esses temas de uma forma muito bonita, através do amor, da compreensão e da fusão de culturas”, conclui o produtor executivo Jeffrey Silver.

Canções de Lin-Manuel Miranda, mesmo de “Encanto” e “Hamilton”

Bastidores do live-action de "A Pequena Sereia"
Bastidores do live-action de “A Pequena Sereia” (Foto: Divulgação/Disney+)

Criada pelo compositor Alan Menken e o falecido letrista Howard Ashman, a trilha sonora de “A Pequena Sereia” ganhou o Oscar de Melhor Trilha Sonora Original em 1990, enquanto a música “Under the Sea” (com a versão em português “Aqui no Mar”) recebeu a estatueta de Melhor Canção Original.

Na nova versão, a trilha sonora é formada pelas canções icônicas como “Part of Your World” (“Parte Do Seu Mundo”), “Under the Sea” (“Aqui no Mar”), “Poor Unfortunate Souls” (“Corações Infelizes”) e “Kiss the Girl” (“Beije a Moça”), que são interpretadas pelo talentoso elenco, com o acréscimo de novas canções.

Desta vez, Menken une forças com Lin-Manuel Miranda, produtor e letrista três vezes vencedor do Tony, grande admirador da animação original e responsável pela letra dos novos temas musicais. Ele criou o musical da Broadway “Hamilton” e fez a trilha sonora de “Encanto”.

“É claro que a ideia de continuar sem o grande Howard Ashman era desmotivadora, mas tivemos a sorte de meu querido e brilhante amigo Lin se juntar à equipe como letrista, tendo grande respeito e amor por Howard e pela trilha sonora original”, afirmou Marshall.

Trabalhar em um título tão extraordinário e inesquecível foi um pouco assustador para Miranda: “Fui muito intimidador. Tentei me convencer a não fazer parte do projeto muitas vezes, principalmente porque adoro o filme original, mas tenho muito orgulho do que fizemos”.

Três filmes em um?

Bastidores do live-action de "A Pequena Sereia"
Bastidores do live-action de “A Pequena Sereia” (Foto: Divulgação/Disney+)

A escala da produção de “A Pequena Sereia” é extraordinária, principalmente por sua combinação única. Marshall descreve: “Existem dois mundos diferentes em nossa história: o mundo de cima, que é o mundo real, e o mundo subaquático, o mundo mágico onde as sereias existem, os caranguejos cantam e os pássaros mergulhadores como Sabidão falam”.

“O mundo subaquático é totalmente digital e no mundo terrestre tudo é real e construído da mesma forma que os filmes de época são feitos. E como também estávamos fazendo um musical, em muitos aspectos parecia que estávamos fazendo três filmes diferentes ao mesmo tempo”, concluiu o diretor.

Animação baseada nos atores

Cena de Sabidão (Awkwafina) no live-action de "A Pequena Sereia"
Cena de Sabidão (Awkwafina) no live-action de “A Pequena Sereia” (Foto: Divulgação/Disney+)

Daveed Diggs, Awkwafina e Jacob Tremblay dão vida ao trio inseparável de Ariel. Os atores não apenas emprestaram suas vozes em inglês para Sebastião, Sabidão e Linguado, respectivamente, mas também estiveram presentes no set, onde seus movimentos foram capturados pela equipe de animação que daria vida aos personagens em versões fotorrealistas na pós-produção. Seis câmeras registraram as performances dos atores e em seguida, os mesmos artistas que capturaram as performances para “O Rei Leão” (2019), trabalharam com as imagens na pós-produção.

Referências naturais de inspiração

Cena de Ariel (Halle Bailey) no live-action de "A Pequena Sereia"
Cena de Ariel (Halle Bailey) no live-action de “A Pequena Sereia” (Foto: Divulgação/Disney+)

O designer de produção John Myhre liderou a talentosa equipe responsável por criar os mundos do filme. No caso do mundo subaquático, que inclui o palácio do Rei Tritão, a gruta da Ariel e o covil da Úrsula, Myhre soube desde o início que a inspiração seria a natureza. “Não queríamos que parecesse algo feito pelo homem ou um reino futurista, mas que parecesse muito real. Queríamos mantê-lo o mais natural possível”, explicou o profsisional.

Alguns exemplos? O palácio do Rei Tritão é formado por belos pilares gigantescos, anêmonas, recifes e outras formações. A gruta da Ariel tem formas que parecem ondas, espirais, areia e corais. No covil da Úrsula, um esqueleto de uma gigante baleia pré-histórica cria a entrada e o interior é repleto de rochas obsidianas irregulares que refletem o calor, a fumaça e o fogo, criando formas e imagens distorcidas e sinistras.

Técnica inovadora de filmagem

Cena de Ariel (Halle Bailey) no live-action de "A Pequena Sereia"
Cena de Ariel (Halle Bailey) no live-action de “A Pequena Sereia” (Foto: Divulgação/Disney+)

Para enfrentar o grande desafio de criar cenas no fundo do mar, Marshall e sua equipe recorreram à técnica de filmagem dry-for-wet (seco para molhado), que consiste no uso de uma tela azul sobre a qual os atores e atrizes ficam sustentados através do uso de suportes de alta tecnologia, incluindo cabos, balancins e diapasões, com um contrapeso na parte de trás que simula o movimento da água. Por meio dessa técnica, os atores parecem estar flutuando.

“Para combinar e, muitas vezes, neutralizar o movimento do elenco, as câmeras foram manobradas por guindastes telescópicos de 15 metros com cabeças remotas panorâmicas”, contou o diretor de fotografia Dion Beebe, acrescentando que um complexo sistema de iluminação também foi criado para simular a sensação de estar debaixo d’água.

Visual etnicamente correto

Cena de Ariel (Halle Bailey) no live-action de "A Pequena Sereia"
Cena de Ariel (Halle Bailey) no live-action de “A Pequena Sereia” (Foto: Divulgação/Disney+)

Trazer o visual icônico de Ariel para o live-action foi um desafio central para a equipe por trás do filme. O trio responsável por esta missão era formado pela premiada figurinista Colleen Atwood, o estilista e chefe de maquiagem Peter Swords King e a cabeleireira de Ariel, Camille Friend. Embora o design da icônica cauda de sereia não senha se distanciado do visual apresentado na animação, o cabelo de Ariel foi criado com uma abordagem inovadora.

Baseando-se na origem afro-americana de Halle Bailey, a equipe procurou dar à personagem um estilo de cabelo único e exclusivo, com uma cor ruiva natural que funcionasse dentro e fora da água, em tons de vermelho profundo, vermelho claro e acobreado, com alguns cachos soltos.

“Camille Friend foi muito prestativa. Sabíamos que queríamos algo que parecesse etéreo e moderno ao mesmo tempo, e Camille foi inestimável na compreensão do cabelo e suas texturas, e em como incorporar o cabelo da própria Halle no visual final”, falou DeLuca.

Úrsula exige treinamento

Cena de Úrsula (Melissa McCrathy) no live-action de "A Pequena Sereia"
Cena de Úrsula (Melissa McCrathy) no live-action de “A Pequena Sereia” (Foto: Divulgação/Disney+)

Interpretar uma canção como “Poor Unfortunate Souls” (“Corações Infelizes”) foi uma grande responsabilidade para Melissa McCarthy. A atriz relatou: “Poder cantar foi a realização de um sonho para mim, e eu estava animada e apavorada ao mesmo tempo. Pude cantar ‘Pour Unfortunate Souls’, que é uma das canções mais incríveis de todos os tempos. Pratiquei muito e ensaiamos durante meses e meses, porque queríamos fazer jus a essa canção”.

Com sua performance musical e sua extraordinária personificação de Úrsula, McCarthy conquistou Marshall, o elenco e todas as equipes por trás das câmeras. O diretor observou: “Ela é uma atriz extraordinária que traz uma profundidade incrível para o personagem, assim como vulnerabilidade, intensidade e humor. É uma interpretação impressionante e algo que Melissa nunca fez antes. O público vai amar”.

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Raphael Araujo Barboza é formado em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. OFuxico foi o primeiro lugar em que começou a trabalhar. Diariamente faz um pouco de tudo, mas tem como assuntos favoritos Super-Heróis e demais assuntos da Cultura Pop (séries, filmes, músicas) e tudo que envolva a Comunidade LGBTQIA+.