Dia do Cinema Nacional: Relembre filmes brasileiros aclamados pela crítica

Por - 19/06/21 - Última Atualização: 18 junho 2021

cena do filme cidade de deusReprodução

No dia 19 de junho se comemora o Dia do Cinema Brasileiro. A data foi criada para prestigiar a sétima arte nacional, e faz referência ao dia em que o ítalo-brasileiro Afonso Segreto, pioneiro como cinegrafista e diretor no país, registrou as primeiras imagens em movimento da nação, em 1898. Afonso gravou a baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, quando estava no navio francês Brasél. No entanto, a data também é comemorada em 5 de novembro, dia em que aconteceu a primeira exibição pública de cinema no Brasil.

Conhecido por seu estilo visceral e abordagem de temas fortemente reais, o cinema nacional não prioriza efeitos especiais de última geração ou edições grandiosas, mas sim roteiros humanizados e histórias que abordem temas socioculturais complexos do país, produzindo longas premiados em todo o mundo.

Pensando nisso, que tal rever alguns dos clássicos e sucessos da obra audiovisual brasileira neste sábado (19)? Confira!

Aquarius (2016)

Lançado em 2016, o longa “Aquarius”, dirigido por Kleber Mendonça Filho e estrelado por Sônia Braga, conta a história de uma jornalista aposentada de 65 anos que sofre com diversas investidas para vender seu apartamento, o qual morou a vida toda, em um prédio de Recife (PE). O filme aborda de maneira sutil questões como a preservação da memória do país e um dilema existente nos dias de hoje entre a rapidez com que tudo se esvai e o apego ao passado, evidenciando uma lacuna em determinadas raízes afetivas e históricas. 

Que Horas Ela Volta (2015)

Regina Casé, ao dar vida para a personagem “Val” em “Que Horas Ela Volta”, obra de Anna Muylaert, retrata a situação de muitas mães brasileiras que muitas vezes precisam tomar decisões duras para conseguirem arcar com a criação dos filhos. Além disso, o filme escancara uma sociedade dividida por classes econômicas e, de forma sensível, demonstra como até mesmo vínculos emocionais são alterados por relações de poder. Tudo isso é exemplificado na vida de Val: uma empregada doméstica que vem ao Rio de Janeiro para poder enviar dinheiro a sua filha, que continua na Paraíba. Quando a filha passa uma temporada na casa em que Val trabalha para prestar o vestibular, algumas diferenças são acentuadas no trabalho da personagem de Regina Casé.

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Cidade de Deus (2002)

Inspirado no livro de Paulo Lins de mesmo nome, “Cidade de Deus” talvez seja uma das produções nacionais mais consagradas e eternizadas. A história, que expõe sem censura a marginalização de crianças e jovens em comunidades do Rio de Janeiro, mostra como a criminalidade da nação ocorre de maneira estrutural, e trouxe à tona discussões relevantes em âmbito nacional durante o lançamento do filme e também nos anos que se seguiram, abordando pautas sobre racismo, meritocracia, desigualdade social, marginalização infantil e tráfico de drogas.

Central do Brasil (1998)

A indignação de todos com o Oscar de Melhor Atriz que Fernanda Montenegro perdeu em 1998 demonstra a relevância do longa “Central do Brasil”. Dirigido por Walter Salle e escrito por João Emanuel Carneiro e Marcos Bernstein, a história mostra a jornada de uma professora (Fernanda Montenegro) que escreve cartas para pessoas não-alfabetizadas. Ao se encontrar com Josué, um garoto que perdeu a mãe em acidente de carro e busca achar o pai no Nordeste, o filme trata com delicadeza diferentes realidades do país. A atuação de Fernanda lhe rendeu a indicação ao Oscar de Melhor Atriz em 1998.

Lisbela e o Prisioneiro (2003)

A comédia romântica “Lisbela e o prisioneiro”, dirigida por Guel Arraes, é inspirada na peça de teatro homônima de Osman Lins. Com uma estética poética e bonita, o filme mostra o conhecido enredo de uma mocinha sonhadora que acaba se apaixonando por um aventureiro. Porém, faz isso de maneira única e regional, ressaltando características da cultura e literatura brasileira. 

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