‘Thor: Amor e Trovão’ é uma comédia eletrizante e dramática

Por - 05/07/22

Thor:Amor e TrovãoThor:Amor e Trovão (Divulgação/Disney/MarvelStudios)

Desde que a fase do Infinito, onde tínhamos Thanos e as joias do infinito como peça chave, foi encerrada, o MCU começou a ganhar novos protagonistas, mesmo que já tivéssemos vistos seus rostos. O mais recente foi Wanda (Elizabeth Olsen) e Dr Estranho (Bennedict Cumberbatch) em um filme cheio de pontas para um futuro multiversal, e com muito terror envolvido, porque, claro, quem nunca se perguntou: “ E se naquele momento a minha decisão tivesse tomado outro rumo?”, e assim abrindo uma porta de acontecimentos infinitos. Sim, “Dr Estranho no Multiverso Da Loucura” é um filme que deixa vários questionamentos, mas, essa é a natureza de Strange.

Você deve estar se perguntando: E daí? Bom, vamos ao centro do que queremos dizer. Thor (Chris Hemsworth) sempre foi um herói mais cômico, e autoexplicativo, desde sua primeira aparição com sua arrogância, e toda a sua jornada de redenção para com o seu martelo Mjölnir, e poder empunhá-lo e se dizer digno, até a sua grande queda em “Ultimato”, e suas decisões de ir para longe de Nova Asgard com antigos conhecidos: Os Guardiões da Galáxia. Quem espera uma aventura espacial com o Thor e a tripulação comandada por Peter Quill(Chris Pratt), pode tirar o cavalo da chuva, e se preparar para uma jornada onde a peça central é: Amor. A seguir pode conter alguns spoilers!

ONDE TUDO COMEÇA

Somos apresentados logo de cara a uma paisagem desesperadora: O Deserto. Literalmente, deserto com areias, sem nada para beber, comer, ou quiçá se deitar e descansar. É um cenário onde conhecemos Gorr (Cristian Bale) e sua filha. Ao melhor estilo “Rei Leão”, uma tragédia familiar acontece, que faz com que este ser encontre um verdadeiro Oásis e nele o encontro com o Deus que sua tribo cultua: Rapu. Ali, Gorr se depara com um Deus arrogante e que não liga para seus súditos. Neste momento, o personagem de Cristian Bale se torna o temível Carniceiro dos Deuses, empunhando a Necrosword, uma espada única, que é capaz de matar todo e qualquer ser com poderes especiais, e até então, dito como imortais. Há um problema: A espada é carniceira, e se alimenta da força vital de Gorr, o que faz a sua tarefa ser rápida.

Cristian Bale como Gorr, o Carniceiro dos Deuses (Reprodução/Disney/Marvel Studios)

Thor, isolado, vive aventuras com os Guardiões da Galáxia, e não faz ideia de que corre sério perigo. Em uma sequência, narrada pelo seu companheiro Korg (Taika Waititi), é relembrado toda a jornada do herói, até o seu momento de monge em um retiro espiritual, que aparece apenas para lutar quando é necessária sua presença. Aqui, um chamado de uma futura peça muito importante aparece, e com ele, Thor relembra o que é ser um herói, e o porquê é cultuado como um Deus. Aqui, nosso super-herói loiro favorito entra em um certo tipo de aventura, e voltamos a ver Nova Asgard, comandada por Valquíria (Tessa Tompson), chamada de Rei, e vemos que a cidade investe forte no turismo e na curiosidade da cultura nórdica, desde barcos vikings e cerveja, até espaços temáticos.

A PODEROSA THOR

Desde que saiu o primeiro trailer do filme que trouxe Jane Foster (Natalie Portman) empunhando o poderoso martelo, que antes era de Thor, todos se perguntaram: Como? A resposta é dada de uma forma bem direta, e logo nos primeiros momentos do filme, com uma participação especial da maravilhosa Darcy Lewis (Kat Dannings). Dra Jane Foster recusa-se a se render, e ouve o chamado do martelo, acreditando que aquilo transformará sua doença em poder. A cena em que o encontro de Thor e Jane, agora como A Poderosa Thor, acontece, é incrível, e tem um ritmo que só um filme do Deus do Trovão poderia nos trazer. E, de quebra, temos momentos de quando eles eram um casal, narrados por Korg novamente. Em uma batalha contra Gorr, um plano precisa ser traçado, e cabe aos nossos heróis se unirem e traçarem minunciosamente um resgate.

Natalie Portman empunhando Mjölnir sendo A Poderosa Thor (Reprodução/Disney/Marvel Studios)

Todo o arco que envolve Jane como A Poderosa Thor é colocado de uma forma épica e dramática, com toques de muito amor. Este sentimento é a peça-chave, e não à toa está no título e indica como uma palavra tão simples pode trazer algo tão grande. E bota grande nisso! Além de uma aventura épica, o amor traz a sensação de vulnerabilidade, que permeia entre todos os personagens, de todas as maneiras. Seja da maneira mais doce, até a maneira mais difícil, o luto.

DEUSES?

Uma das partes mais legais é quando a Cidade da Onipotência é apresentada. Aqui outra grande participação especial. Russell Crowe aparece como o grande e poderoso Zeus, o Deus dos Raios. Sim, podem ficar tranquilos: O personagem consegue arrancar risos, ódio, revolta, e arrancar a roupa todinha de Chris Hemsworth, que abrilhanta a tela com seu bumbum perfeito por alguns segundos. O arco central da trama tem um desenrolar muito importante quando somos apresentados a todas essas divindades, que sobem em seus palcos e se dizem onipotentes, mas, são mais egoístas e medrosos do que qualquer ser humano disposto a se arriscar. E isso tudo é uma sacada genial, que engrandece nosso “pequeno” Thor, e mostra que a fé pode proporcionar o ideal falso de justiça, e que às vezes essa justiça divina está mais preocupada em banquetes e muito vinho, do que fazer o certo por seu próprio bem, já que Gorr representa uma ameaça real. Mas, mesmo diante de alguém que pode, num estalar de dedos, literalmente, sumir com todos eles, os Deuses tem suas características próprias, e estão mais ligados a seus interesses, do que o interesse no bem maior.

Zeus e suas “Zeussetes” (Reprodução/Disney/Marvel Studios)

ROCK PESADÃO E DIREÇÃO PREMIADA

Desde cenários de tirar o fôlego, até figurinos incríveis, tudo é avaliado em uma superprodução como esta. Porém, um dos pontos mais altos é a trilha sonora, regada a Guns n’Roses, e, de quebra, um momento que engrandece ainda mais o nome de Axl Rose. Desde o enorme sucesso que é “Welcome to The Jungle”, até “Sweet Child O’ Mine”, a trilha sonora do filme é maravilhosa, e é colocada nos momentos certos. Temos até uma ponta de R&B, com “Goodies”, de Ciara, e uma das cenas mais divertidas e dramáticas ao som de de Enya. Sim, Enya, com a música que virou um trend, “Only Time”.

Tudo isto da mente de Taika Waititi. Desde que Thor passou para as mãos dele, a franquia foi revitalizada. O diretor dá seu toque especial em absolutamente tudo. O filme tem uma comédia intrínseca em todos os momentos, e em pequenos detalhes, que deixam tudo mais grandioso. Taika revive um meme da era de ouro da internet em diversos momentos do filme.  Não vou estragar a surpresa, mas, para quem acessou a internet em 2010, um vídeo de um animal muito específico gritando, viralizou, ganhando participação em remixes de vários artistas, entre eles, o que mais ficou famoso foi com “I Knew You Were Trouble”, de Taylor Swift. Se você lembrou, pode esperar muitas gargalhadas e momentos cômicos.

Da parte dos atores, Chris Hemsworth aparece incrível como Thor, e o que parecia não ser possível, se torna possível: Ainda melhor. Muito se engana quem acha que o rapaz é só brincalhão, ele tem um senso de drama muito bom. Natalie Portman é um espetáculo a parte, suas cenas são sempre uma brisa de ar fresco e com muito drama envolvido. Tessa Tompson é ainda mais carismática como a brava Valquíria, e o próprio diretor, Taika Waititi, dá a vida a Korg, e é sempre maravilhoso ver seu senso de direção até mesmo em seu personagem. O destaque fica para Cristian Bale, como o vilão Gorr. Cada cena que ele aparece é de arrepiar, tanto os momentos em que ele aposta na pressão psicológica, até os momentos mais dramáticos.

O QUE RESTA? AMOR!

Engana-se quem pensa que “Thor: Amor e Trovão” é apenas sobre uma aventura de Jane Foster e Thor Odinson. Amor aqui tem um significado plural. Desde um amor paterno, até o luto, passando até mesmo nos lugares mais obscuros. Tudo veio do amor. O ódio é o que se sobrepõe a esse sentimento, ou seja, é o oposto, porém, todo ódio vem de um lugar de amor, ou pelo menos é o que o filme quer nos mostrar e fazer acreditar. No final, lá em suas cenas que estão dizendo: “Está acabando”, o verdadeiro significado de Amor e Trovão é revelado, e podemos esperar isso com toda a maestria novamente quando Thor retornar. E, de quebra, tem duas cenas pós-créditos, que valem cada segundo.

(Reprodução/Disney/Marvel Studios)

“Thor: Amor e Trovão” estreia nesta quinta, 7 de julho, em todos os cinemas.

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Em formação no Jornalismo pela UMESP. Escreve sobre cultura pop, filmes, games, música, eventos e reality shows. Me encontre por aí nas redes: @eumuriloorocha