Entrevista às 20:05

Ivan Baron explica termos capacitistas e cita música de Beyoncé

Ivan Baron
Foto: Vitor Jhordan

Ivan Baron é um potiguar que utiliza as redes sociais para educar a população a respeito do preconceito contra pessoas com deficiência. Além do sucesso nas redes com vídeos sobre a importância do combate ao capacitismo, ele já palestrou em escolas e no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

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Recentemente, ele explicou o motivo pelo qual Beyoncé foi acusada de capacitismo pelos fãs e pelos internautas em sua música “Hearted”, do álbum “Renaissance”. “Em ‘Hearted’ foi utilizado o termo ‘Spaz’, que nos EUA pode significar ‘perda de controle’, e é utilizado para se referir pejorativamente à pessoas com paralisia cerebral, já que elas possuem espasmos que são movimentos involuntários e que não podem ser controlados. No Reino Unido, por exemplo, o termo é abolido por ser considerado uma ofensa muito séria”, esclareceu.

Em entrevista ao OFuxico, Ivan Baron falou mais de capacitismo e listou outros termos capacitistas para serem retirados do vocabulário.

“São termos que usam das deficiências no sentido pejorativo, ou até mesmo banalizam o significado delas. Essas expressões são ofensivas porque acabam gerando um estereótipo negativo para as Pessoas com Deficiência, que já enfrentam diversas barreiras no dia a dia”, disse Ivan, enfatizando que os termos capacitistas são ofensivos.

Em relação aos outros termos capacitistas que estão naturalizados no vocabulário das pessoas, o influenciador da inclusão citou alguns exemplos, como “Que mancada”, “Você tá cego/surdo?”, “Que exemplo de superação”, “Anão”, entre outros.

“Para não sair passando vergonha por aí, assim como existem termos racistas que ainda são naturalizados, existe também os capacitistas que muitas vezes se transmitem até no modo de elogiar a pessoa. Entre os exemplos estão: a expressão ‘Que mancada’, que vem de ‘manco’ e faz uma referência a quem tem deficiência física, “Você tá cego/surdo?”, sendo que ambas banalizam a deficiência, “Que exemplo de superação”, que fortalece a ideia de que deficiência é algo ruim e precisa ser superada, ‘Anão’, que é uma palavra que estereotipa quem tem estatura baixa, sendo que o correto é ‘Pessoa com Nanismo’, e ‘Mais perdido que cego em tiroteio’, que coloca a deficiência visual em um lugar de desorientação, como se todas as pessoas cegas ou com deficiência não saibam fazer suas próprias escolhas”, afirma.

Para combater o capacitismo, Ivan Baron ressalta que é fundamental reconhecer seu espaço no luta. “Primeiro de tudo é reconhecer seu espaço na luta, se elas possuem deficiência são protagonistas, se não, aliadas. Eu digo isso porque muita gente quer ajudar, mas acaba atrapalhando, e lembrar que o problema não está em nós que possuímos uma Deficiencia, e sim no meio externo que não foi pensado para nos receber”.

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Ivan também mencionou outra canção que também possui uma expressão capacitista em sua letra. “Recentemente, eu fiz um vídeo citando a música gospel ‘Homenzinho Torto’, da Aline Barros, e fui duramente criticado nas redes sociais, inclusive com comentários Capacitistas falando do meu corpo e o modo como eu falo. As pessoas insistem em continuar no erro e não tem a mínima sensibilidade de procurar aprender. A música pode ter objetivo de passar uma mensagem linda para as crianças, porém ela erra em usa uma analogia que facilmente pode se referir a alguém com deficiência física. Eu mesmo na escola já fui chamado de ‘homenzinho torto’ por conta dessa canção, e olhe que eu era apenas uma criança”, relata.

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