‘O Fantástico me abriu portas que não imaginava’, comemora Poliana Abritta

Por - 05/08/23 às 17:30

Poliana AbrittaPoliana Abritta está há nove anos como apresentadora do 'Show da Vida' - Foto: TV Globo/Estevam Avellar

São 26 anos na Globo, desde os tempos de repórter até o atual momento, como apresentadora do “Fantástico”, ofício que exerce há nove anos ininterruptos. Destes, quase dois ao lado de Maju Coutinho.

“Ela tem uma energia muito temos conexão, troca, que flui além das palavras”, destacou Poliana, afastando qualquer rumor de disputa entre as duas.

Exatamente neste sábado, 05 de agosto, o “Show da Vida” completa 50 anos. A partir de domingo, 06, a revista eletrônica entra em fase comemorativa, que se estenderá até dezembro, recheada de boas reportagens, séries e muitas recordações.

Como a segunda apresentadora mais longeva na atração – a primeira é a saudosa Glória Maria, que permaneceu 14 anos comandando programa – Poliana Abritta conversou com OFuxico sobre o trabalho que considera um verdadeiro presente.

A jornalista brasiliense de 47 anos, mãe dos trigêmeos Manuela, Guido e José, de 14 anos, frutos seu antigo casamento com o arquiteto Glênio Carvalho – desde 2019 ela está com o jornalista Chico Walcacer – abriu o coração sobre vários temas.

Im dos assuntos que mais a emocionou foi detahar o quadri “Mulheres Fantásticas”, que ficrá sob seu comando. Isso porque o desfecho será com uma merecida homenagem à Gloria Maria, que morreu em fevereiro deste ano.

Confira!

OFuxico: Você é a segunda mulher há mais tempo à frente do “Fantástico” e vai apresentar um quadro que homenageará a Gloria Maria, que ficou 14 anos como âncora. Por coincidência, o “Mulheres Fantásticas” é o quadro há mais tempo no ar. Qual a sensação, como era a convivência com a Gloria?
Poliana Abritta: A Gloria é o exemplo mais lindo e autêntico de mulher que já conheci a vida. Eu já havia cruzado com ela nos corredores da Globo, mas nunca tínhamos conversado. Eu a conheci fora do ambiente do trabalho, em um jantar, eu já havia me tornado apresentadora do ‘Fantástico’. E nos gostamos de graça!esse dia eu só conversei com ele e ela comigo. Dali existiu uma cumplicidade que não sei explicar… Contei minha vida toda pra ela, ela contou a vida dela toda pra mim. Muito carinhosa comigo e com meus filhos, sempre, e muito autêntica. Não tenho uma referência maior de liberdade e autenticidade do que Gloria Maria.

OFuxico: Qual a sua maior expectativa nessa comemoração, que se estenderá até o final do ano?
Poliana Abritta: Vamos ter a volta do quadro ‘Mulheres Fantásticas”, desta vez em forma de animação. A cada semana uma mulher será homenageada. E fecharemos com a Gloria Maria, uma sugestão da Maju. Estávamos no camarim conversando, falei pra ela os nomes que tínhamos, começamos a trocar uma ideia e ela disse: ‘você já pensou em fazer a Glória?’. Eu fiquei enlouquecida de felicidade.

OFuxico: E a ideia logo foi aprovada:
Poliana Abritta: O quadro é feito por nós e eu fiquei radiante porque a ideia foi aprovada con louvor. Acho que todo mundo conhece a Glória, todo mundo tem a tem como uma pessoa próxima. Pra gente, ela continua sendo a Glória Maria. É de emocionar. Vamos trazer em quatro episódios histórias de mulheres como Chiquinha Gonzaga, narrada por Maria Bethânia; Niède Guidon, narrada por Dira Paes; Renée Richards, uma tenista trans, narrada por Valéria Barcellos; e Glória Maria, por Sheron Menezzes. Junto com essas mulheres todas, vamos contar histórias de heroínas do dia a dia que são inspiradoras. É uma emoção que não cabe no peito.  Será uma mulher por mês, de setembro à dezembro.

OFuxico: Por que tanto espaço entre uma e outra? Não poderia ser semanal?
OFuxico: Cada animação leva três meses pra ficar pronta e ela é feita em cima da narração porque o ritmo da animação é que exatamente é o ritmo da voz daquela pessoa que tá narrando.

OFuxico: É possível definir uma Poliana Abritta antes e depois do “Fantástico”?
Poliana Abritta: Quando eu vim pro ‘Fantástico’, por mais que eu já tivesse trabalhado como repórter eventualmente do próprio programa, a minha vida mudou sim. Existe um ambiente de trabalho muito democrático e cada um deixa a sua digital no programa que vai ao ar no domingo. É uma troca muito rica, um aprendizado muito grande.

OFuxico: Tudo junto e misturado!
Poliana Abritta: Sim, tem as meninas da internet, uma de vinte e poucos anostrabalhado com pessoas de mais de sessenta e todo mundo tem voz, todo mundo é escutado. O resultado disso vai ao ar como programa. Muitas vezes a gente acha que vai ensinar o a gente acaba aprendendo.

O ‘Fantástico’ me abriu portas de trabalho que eu não imaginava”.

OFuxico: Por exemplo?
Poliana Abritta: Quando eu apresentei o primeiro programa, fui a Índia pra fazer uma entrevista com o Prêmio Nobel, que tinha libertado milhares de crianças de trabalho escravo. Então, eu já comecei com uma coisa que eu não imaginava que eu pudesse fazer. O programa tem compromisso jornalístico e isso é maior do que qualquer outra coisa. Quando eu falo sobre essas ‘Mulheres Fantásticas’, do quadro, por exemplo, cada mulher dessas tem um efeito transformador pra mim também.

OFuxico: Podemos, então, dizer que o programa mudou sua vida?
Poliana Abritta: Foi no ‘Fantástico que eu fiz uma série sobre fertilidade, contemplando pessoas que tinham vontade de engravidar e não conseguiam e assim contando também um pouco da minha da minha trajetória e de alguma forma retribuindo ao universo ao universo a graça que me foi concedida de ter meus filhos. São muitas mudanças dentro desse e eu sou muito grata e muito feliz.

OFuxico: Profissionalmente, pra você, o que mudou ao longo dos nove anos que está como apresentadora?
Poliana Abritta: Acho que carrego comigo todos os dias ao longo desses anos a mesma sensação que eu tive quando fui convidada para assumir a apresentação do ‘Fantástico’, que se resume numa mistura de alegria, honra e enorme responsabilidade. O que eu faço todo domingo é estar absolutamente inteira ali para que, como porta-voz junto com a Maju, a gente consiga levar o trabalho de toda a equipe que faz jornalismo sério, aprofundado e muitas vezes com momentos de descontração. Quando o ‘Fantástico’ reúne esse leque de variedades, ele tenta levar para as pessoas tudo o que uma revista eletrônica tem.

OFuxico: E qual o significado desses 50 anos?
Poliana Abritta: É um sentimento que se renova, todo domingo quando a gente tem aquela musiquinha tocando. Os 50 anos do ‘Fantástico’ é resultado de um trabalho de militância. É importante pra gente continuar fazendo a nossa parte, entregar esse programa que é como um vestido de noiva, preparado meses e com cuidado rebordado, com muitos pares de mãos envolvidos. Tudo para que a gente consiga levar pro telespectador, no domingo, um Jornalismo aprofundado, de qualidade, diversões, entretenimento, música, ciência, tecnologia, saúde.

OFuxico: Qual a sua maior recordação do ‘Fantástico’?
Poliana Abritta: A zebrinha! Adorava quando ela aparecia, já no final do programa, pra dar o resultado da loteria esportiva e falava: ‘Coluna um!’, piscando os olhos.

OFuxico: O que é Fantástico, pra você?
Poliana Abritta: É poder abrir várias portas de trabalho em um único programa. É um dia estar vestida de Malévola, outro de bruxa Wicked, depois entrevistar a primeira dama, Janja, junto com a Maju; no outro dia poder explicar às pessoas a importância da ciência e o que ela traz de esperança com a informação que nos fornece; e no outro dia derrubar um programa inteiro pra colocar o ar o que estava acontecendo em Brasília, como foi no caso de 08 de janeiro, quando tivemos que abrir mão de todas as matérias pra mostrar as manifestações golpistas que estava invadindo a sede dos três poderes. Todas essas portas são fantásticas e são o Fantástico. Pra mim, pessoalmente, fantástico é participar dessa comemoração dos 50 anos, estar aqui celebrando com vocês e no domingo na casa de todo mundo.

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino