Letícia Cazarré atualiza estado de saúde da filha: ‘Bactérias resistentes e centro cirúrgico’

Por - 12/09/23 às 10:11

Letícia Cazarré fala do estado de saúde de Maria Guilhermina, internada em hospitalFotomontagem: Reprodução Instagram @leticiacazarre

Hospitalizada desde domingo, 10 de setembro, Maria Guilhermina, de 1 ano, filha do ator Juliano Cazarré e da stylist Leticia Cazarré, precisou passar por um procedimento em centro cirúrgico na noite de segunda-feira, 11 de setembro, antes de começar com os antibióticos que serão ministrados por via endovenosa. A caçula do casal está com bactérias resistentes, segundo contou Letícia.

“A gente recebeu os resultados dos exames, e ela está com duas bactérias bem resistentes. Então, vamos precisar passar acesso no fundo do pescoço. Ela vai pro centro cirúrgico, passar acesso, e vai para os antibióticos. Desta vez ela não está com nenhum sinal de sepse”.

Procedimento em centro cirúrgico

Tudo bem com Maria Guilhermina. Na madrugada desta terça-feira, 11 de setembro, Letícia tranquilizou os seguidores, contando que o procedimento de Maria Guilhermina ocorreu sem problemas. “Chegou no quarto, foi tudo bem! Graças a Deus.”

Mais cedo, Letícia pediu orações para a pequena, que foi encaminhada ao centro cirúrgico: “Daqui a pouco ela vai pro centro cirúrgico. Vai aproveitar pra trocar a cânula, porque estava na dúvida se o cuff estava vazando ou não. Cuff é um balãozinho que fica na cânula pra não deixar saliva escorrer pro pulmão. Aí vai trocar a cânula e o bottom da barriguinha. Vai aproveitar anestesia pra fazer essas três coisas. Ela está aqui, bem quietinha como ela é, esperando arrumarem o centro cirúrgico.”

Momentos depois, Letícia contou: “Entrou agora no centro cirúrgico! Conto com as orações de vocês!!”.

Anomalia de Ebstein

Desde que nasceu, Maria Guilhermina passou por diversas cirurgias e vive entre idas e vindas do hospital em meio ao tratamento da Anomalia de Ebstein, uma condição rara, causada por má-formação de uma das válvulas do coração.

Na época do nascimento da menininha, OFuxico conversou com a Dra. Juliana Rodrigues Neves, especialista em Cardiologia Pediátrica e Diretora do Departamento de Intervenções em Cardiopatia Congênitas da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI), que explicou mais sobre a cardiopatia.

“A anomalia de Ebstein é uma cardiopatia congênita rara e na sua forma neonatal como foi o caso da Maria Guilhermina, ela é extremamente rara.  A cardiopatia congênita do tipo anomalia Ebstein ocorre em 01 a cada 20 mil recém-nascidos”, ressaltou a doutora Juliana Rodrigues Neves.

Tudo isso resulta no aumento do átrio e a “atrialização” do ventrículo direto, ocasionando uma insuficiência cardíaca congestiva e um back-up do fluxo sanguíneo, que pode fazer com que se acumule líquido nos pulmões. Além disso, também surge um fluxo insuficiente de sangue vermelho para o corpo.

“A anomalia de Ebstein se trata de uma má formação em uma das válvulas do coração, que abrem para deixar o sangue passar e fecham para que ele não retorne pelo caminho de onde veio. Então, nesta condição, há uma anomalia da válvula chamada triplos. A válvula tricúspide é a porta de entrada do coração e permite que os vasos que trazem o sangue já usado (já retirado o oxigênio pelo corpo), e eles retornem ao coração, passam pela válvula tricúspide e seguem para o pulmão para receber esse oxigênio de volta. A anomalia de Ebstein é uma doença desta válvula, que está implantada mais baixo do que o seria o normal. Sendo assim, a doença se torna mais grave quanto mais baixo for essa implantação da válvula”, explicou.

Diagnóstico

A especialista também esclareceu como é feito o diagnóstico em casos como o da filha recém-nascida do ator Juliano Cazarré. “Nesse caso, o diagnóstico foi realizado ainda dentro do útero. Isso é feito por meio de um exame que se chama ecocardiograma fetal, feito por um médico cardiopediatra, especialista em realizar o ecocardiograma ainda na barriga da mãe, é com esse ultrassom que se determina a forma da doença de Ebstein, o grau de repercussão e se vai ser necessário uma intervenção logo após o nascimento ou não.”

Em relação ao tratamento, a doutora ressaltou que existem várias formas anatômicas da anomalia, sendo que a mais grave é a de apresentação neonatal e exige uma intervenção logo após o nascimento.

“O bebezinho diagnosticado com a anomalia de Ebstrein nasce precisando de outra passagem de sangue para o pulmão que não seja a passagem normal, que seria via válvula tricúspide e artéria pulmonar. Por isso, precisa passar por um procedimento logo após o parto. Existem duas formas de intervir nesses bebês: A primeira é uma cirurgia de peito aberto em que o cirurgião coloca um tubinho e cria uma passagem desse sangue para o pulmão, e a outra é um procedimento feito por cateterismo, em que é inserido um stent, que consiste em uma pecinha de metal que faz com que esse sangue passe para o pulmão por uma veia que todo bebê tem dentro da barriga da mãe que chama canal arterial, mas que tende a fechar após o nascimento. Ou seja, o stent impede o fechamento deste canal. Caso o bebê não passe por nenhuma intervenção, ele desenvolve o que a gente chama de cianose, o recém-nascido com a oxigenação mais baixa”, finalizou.

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