José de Abreu entra com três processos contra Cássia Kis, por homofobia

Por - 16/11/22 às 18:00

fotomontagem de josé de abreu em um lugar ao sol e cássia kis em travessiaFoto: TV Globo/João Miguel Júnior e Ellen Soares/Montagem

Cássia Kis tem causado muita polêmica nos últimos dias por conta de seu ativismo em participar de protestos antidemocráticos organizados por bolsonaristas, além de ter proferido declarações LGBTfóbicas em Leda Nagle, e se depender de alguns artistas, terá que pagar pelo ato.

De acordo com o site NaTelinha, José de Abreu, vilão em “Mar do Sertão” e colega de TV Globo da atriz, presente no elenco de “Travessia”, entrou com três processos contra as falas homofóbicas e transfóbicas, e comentou sobre o que o motivou a tomar essa decisão.

“Em primeiro lugar me relaciono profissional, social e afetivamente com pessoas LGBTQIA+ há anos. Além disso tenho uma filha trans e o Brasil é o país que mais mata trans no mundo. Fiquei chocado com o que ela disse, me uni a algumas entidades de defesa de direitos para que ela pague pelo crime que cometeu”, afirmou ele. “Num momento em que a Globo criou uma Diretoria de Diversidade e ela vai de encontro a isso”

Em seguida, o ator citou um suposto episódio de agressão envolvendo a atriz: “Quanto ao clima na Globo obviamente é de espanto, ela agrediu centenas de colegas em todos os departamentos. […] Como trabalhamos em novelas diferentes, não sei muito bem o que ocorre lá e não me interessa muito. O fato é que ela cometeu um crime e tem que responder por ele”.

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OUTROS PROCESSOS POR LGBTFOBIA

Antes de José de Abreu, o Grupo Arco-Íris, ONG que zela pelos direitos da população LGBTQIA+, entrou com uma ação contra a atriz após as declarações homofóbicas durante entrevista para o canal da jornalista Leda Nagle, no YouTube.

Na conversa, já noticiada pelo OFuxico, a veterana declarou que casais homoafetivos “não dão filho”, e que pretendem “destruir a família” e “destruir a vida humana”. A atriz afirmou que “não existe mais o homem e a mulher, mas a mulher com mulher e homem com homem”. E que “essa ideologia de gênero que já está nas escolas quer destruir a família”, disse Cássia para Leda.

Na ação pública, a ONG repudiou as declarações da atriz. Cláudio Nascimento, presidente do Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBTI+ e diretor de políticas públicas da Aliança Nacional LGBTI+, falou à revista Quem a respeito do assunto. Ele contou à publicação que eles pedem uma indenização coletiva no valor de R$ 250 mil, que seria destinada a programas de combate à LGBTfobia no meio cultural. Uma notícia-crime também foi apresentada à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, que poderia render uma ação penal contra a atriz.

“Apresentamos uma queixa-crime. Fomos à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI) depois do discurso extremamente odioso, de ataque e de estímulo ao ódio da Cássia à comunidade LGBTI+. Isso nos deixou perplexos. Eu, pessoalmente, achei tão agressivo, criminoso e horrendo, que assisti à entrevista cinco vezes para ver se era a Cássia Kis mesmo”, contou Cláudio.

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POSSÍVEL ABERTURA DE AÇÃO PENAL

Carlos Nicodemos, advogado da ONG Arco Íris, informou ainda que pede que seja apurada a ocorrência de crime por parte de Cássia, com a possível abertura de ação penal.

“Entramos com um pedido de ação indenizatória, uma ação civil pública, porque o que ela falou tem reflexo na sociedade como um todo. As falas dela ajudam a alimentar o ódio e o preconceito. Ela é uma atriz muito conhecida e o que ela fala tem um impacto enorme na sociedade. Tanto de ponto de vista de estimular o preconceito quanto no de provocar as pessoas LGBTI+, que ainda estão no processo de descoberta e aceitação, algo terrível para o diálogo com suas famílias”, explicou o advogado.

E acrescentou. “A indenização pedida, no valor de R$ 250 mil, tem como objetivo implementar projetos de formação sobre diversidade e preparar artistas novos sobre o respeito à diversidade. Queremos fazer uma campanha de não discriminação à comunidade LGBTI+, em prol da diversidade e contra o preconceito. Ainda pedimos que ela venha a público se retratar na sociedade em relação às declarações”, finalizou.

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Raphael Araujo Barboza é formado em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. OFuxico foi o primeiro lugar em que começou a trabalhar. Diariamente faz um pouco de tudo, mas tem como assuntos favoritos Super-Heróis e demais assuntos da Cultura Pop (séries, filmes, músicas) e tudo que envolva a Comunidade LGBTQIA+.