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Marvel: Relembre filmes e séries que acertaram na representatividade

fotomontagem de phastos (brian tyree henry), ms. marvel (iman vellani) e shang-chi (simu liu) em filmes e séries da amrvel
Divulgação/Marvel Studios/Montagem

Uma das pautas mais discutidas nos dias de hoje é a diversidade, principalmente quando falamos da cultura pop, pois todas as pessoas querem que, de alguma forma, o que é entregue a elas em algo de diversão possa ser relacionável e identificável, se sentir parte da obra também.

Como a Marvel é uma das maiores produtoras de conteúdo da atualidade, seja em filmes, séries, quadrinhos, videogames, entre tantas outras mídias, é natural que os fãs cobrem por mais representatividade (algo recorrente da editora nas HQs), e no que se refere a obras audiovisuais, apostas estão sendo feitas.

Mesmo que com muitos tropeços no meio do caminho, o Marvel Studios está buscando ser mais representativo em suas obras, e nós do OFuxico vamos relembrar filmes e séries que foram acertos nesse quesito. Confira!

MS. MARVEL – CULTURA MUÇULMANA

Vamos começar falando da queridinha do momento quando o assunto é o Universo Cinematográfico da Marvel? “Ms. Marvel” é a sétima série da Marvel para o Disney+, cujo primeiro episódio estreou na última quarta-feira, 08 de junho, e terá um total de seis episódios.

Impressionando por seu frescor de uma heroína mais jovem e por todo o seu visual diferenciado, um dos maiores acertos da série é a representação da cultura muçulmana, algo característico da protagonista Kamala Khan (Iman Vellani), que é de família paquistanesa. Seja nos rituais, nas vestimentas, nos costumes, esse fator está presente com força na série.

Ah, não podemos esquecer que toda a produção por trás de “Ms. Marvel” é bem diversa, seja tendo Sana Amanat, sua criadora dos quadrinhos (produtor executiva da atração) ou em sua roteirista principal (Bisha K. Ali) e os diretores dos episódios (Meera Menon, Sharmeen Obaid-Chinoy, Adil El Arbi e Bilall Fallah). Inclusive, Malala, ativista paquistanesa e vencedora do Nobel da Paz, declarou seu amor pela série em carta para a produção:

“Não é todo dia que ligo a TV e encontro uma personagem que come as mesmas comidas, escuta a mesma música ou usa as mesmas frases em urdu que eu, que alegria ver a Ms. Marvel refletir a vida de uma família de imigrantes paquistaneses e revelar uma jovem super-heroína cujos poderes se conectam à sua herança. Obrigado, Marvel e Disney+, e o mais importante, Ms. Marvel”.

Carta de Malala para a produção de Ms. Marvel
Carta de Malala para a produção de Ms. Marvel (Foto: Reprodução)

PANTERA NEGRA – COMUNIDADE NEGRA MUNDIAL

Um dos exemplos amis citados e provavelmente o mais bem-sucedido da Marvel é “Pantera Negra”, longa focado no personagem título vivido por Chadwick Boseman. Nas bilheterias, acumulou mais de U$ 1,3 bilhão e chegou inclusive a ganhar três estatuetas do Oscar em 2019 ().

Sem deixar de lado toda a “magia” que atraí os fãs da Marvel e de super-heróis em uma superprodução, a trama do longa traz em seu cerne um grande debate em relação ao fato de Wakanda, a nação amis rica e tecnológica do mundo, viver afastada dos outros países enquanto pessoas negras vivem pobres e marginalizadas na sociedade, como o caso do vilão Erik Killmonger (Michael B. Jordan), um dos mais elogiados pelos fãs exatamente por suas motivações.

Além disso, 90% dos envolvidos, seja no elenco ou por trás das câmeras, são pessoas negras, que trazem aqui sua visão, vivências e experiências na obra, sem falar que o fato de um país africano ser um dos maiores do mundo, ou seja, colocando um continente visto como pobre e em grande parte povoado por pessoas no topo, diz muito por si só.

SHANG-CHI E A LENDA DOS DEZ ANÉIS – CULTURA ASIÁTICA

Um dos filmes mais recentes do Marvel Studios é “Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis”, que assim como “Pantera Negra”, acerta em trazer em seu elenco e equipe de produção pessoas da cultura e povo que querem abordar, sendo a asiática nesse caso, e colocando-os mais uma vez em posição de poder.

Seja o herói principal, sua irmã, o vilão (que é o pai deles) e a maioria do elenco de apoio, o longa sabe muito bem colocar em telas elementos culturais nos costumes, vestimentas e mitologia, sem contar que elementos de produções asiáticas estão presentes na trama, ainda mais sendo um filme místico de kung-fu.

PROTAGONISTAS FEMININAS

Em relação ao protagonismo feminino, O Marvel Studios tem enfrentado outros desafios e críticas, e diferente das atrações anteriores, os longas protagonizados por super-heroínas (“Capitã Marvel” e “Viúva Negra”) foram bem divididos em relação à opinião pública. De um lado, muitos não gostaram dos filmes como produto em si, e do outro, haters, principalmente homens, criticaram apenas por trazer as heroínas em destaque, mostrando que o preconceito ainda é um desafio a ser combatido.

Todavia, em relação ao público-alvo, como as milhares de mulheres que acompanham o Universo Cinematográfico da Marvel, as heroínas em si foram um verdadeiro acerto, e mesmo que a opinião em relação às obras delas não sejam das melhores, o problema está longe de serem nas próprias Carol Danvers (Brie Larson) ou Natasha Romanoff (Scarlett Johansson), por exemplo.

Isso fica muito claro quando diversas fãs se fantasiam delas em eventos, mostrando todo o amor pelas personagens, e mulheres incríveis e amadas não faltam na Marvel, pois além das citadas, temos Gamora (Zoe Saldaña), Nebulosa (Karen Gillan), Yelena Belova (Florence Pugh), Valquíria (Tessa Thompson), e até vilãs, como Hela (Cate Blanchett).

Ainda, há casos em que a heroína divide o protagonismo com outro personagem masculino, mas que acabam até mesmo se sobressaindo a eles, como “Homem-Formiga e Vespa” (a vespa, vivida por Evangeline Lily), “Wandavision” (a Feiticeira Escarlate, vivida por Elizabeth Olsen) e “Gavião Arqueiro” (Kate Bishop, vivida por Hailee Steinfeld), todas muito adoradas. Temos também coadjuvantes que já estão com retorno marcado, como Mônica Rambeau (Teyonah Parris) e Xialing (Meng’er Zhang).

Ah, a “Ms. Marvel” é mais uma heroína com produção própria, né? E Jane Foster (Natalie Portman) volta como a deusa do trovão em “Thor: Amor e Trovão”, assim como Mulher-Hulk (Tatiana Manslany) também ganhará uma série em agosto. Heroínas incríveis não faltam e nunca vão faltar!

FALCÃO E O SOLDADO INVERNAL – COMUNIDADE NEGRA ESTADUNIDENSE

Apesar de também trazer um super-herói negro em destaque e falar de racismo e da negritude, “Falcão e o Soldado Invernal” se difere de “Pantera Negra” por trazer a discussão para um escopo regionalizado, no caso, os Estados Unidos, atrelando a pauta racial à jornada de Sam Wilson (Anthony Mackie) para se tornar o novo Capitão América após anos como Falcão.

Porém, no meio do caminho, além da opinião pública, o personagem precisa lidar com John Walker (Wyatt Russel), que é escolhido pelo governo para herdar o escudo de Steve Rogers (Chris Evans) por considerarem ele “mais a cara do país”, sendo ele ainda extremamente querido pelos militares e pela população geral por sua contribuição no exército.

A série também acerta em trazer a figura de Isaiah Bradley (Carl Lumbly), um soldado negro que secretamente serviu ao governo dos EUA como Capitão América após ser cobaia de uma tentativa de recriar o soro de supersoldado, e após concluir suas missões, foi descartado e nunca teve sua história vinda a público.

Com tudo isso, Sam Wilson descobre como ele quer honrar a escolha de Steve Rogers para ele ser o próximo Capitão América, mesmo que isso coloque ele contra o governo e Walker, além de tentar mudar o que aconteceu com Isaiah e lutar por ele também.

ETERNOS – O MAIOR ACERTO!

E vamos encerrar a lista com aquele filme que é facilmente o maior acerto da Marvel no que diz respeito a representatividade em suas obras audiovisuais, e isso vem muito da visão de sua diretora, Chloé Zhao, que é chinesa aliás.

Mesmo dividindo opiniões, ninguém questiona o acerto que “Eternos” fez em relação à diversidade, e ao apresentar dez novos personagens até então desconhecidos do grande público, todos eles conseguem ser únicos e bem diferentes entre si, tendo herói que é alto, baixo, magro, gordo, negro, brancos, asiático e até mesmo uma personagem surda, com a linguagem de sinais estando presente em todo o longa.

E não podemos esquecer que foi em “Eternos” que tivemos o primeiro beijo LGBTQIA+ da história do Marvel Studios, e além de Phastos (Brian Tyree Henry) ser abertamente gay, ele é casado e tem um filho. Que acerto magistral!

E você, vem gostado de como a Marvel está abordando a diversidade em seus filmes e séries? O que espera em relação ao assunto?

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