Devastado, Carlos Alberto de Nóbrega chora ao falar de Jô Soares: “Gênio”

Por - 06/08/22

carlos alberto de nóbrega chora morte de jô soaresReprodução/Instagram@calbertonobrega

Carlos Alberto de Nóbrega foi às redes sociais falar e homenagear Jô Soares, morto na madrugada da última sexta-feira, 5 de agosto, aos 84 anos. Abatido, o apresentador explicou que não quis dar nenhuma entrevista aos diversos veículos que o procuraram, mas sim, falar uma única vez e para todos de forma igual.

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Reprodução/Instagram@calbertonobrega

Em uma série de stories, Carlos Alberto recordou a amizade com Jô desde que tinha seus 20 e poucos anos. “Quero que vocês entendam uma coisa: eu fiz uma troca, eu troquei as dezenas de pedido de entrevista pelo silêncio”, começou ele. “Eu queria que o meu choro fosse só meu, porque a vida não é só o sucesso, não é só o dinheiro, é o que a gente planta, são as amizades que a gente tem”, desabafou. “Eu chorei a morte do maior gênio que surgiu na televisão brasileira. Não conheci ninguém mais culto do que o Jô. Não conheci”, disse.

“Eu chorei o amigo, eu chorei que me lembrei de quando nós compramos um carro, e o carro do Jô pegou fogo e o meu veio quebrado. Nós tínhamos 20 e poucos anos e falei: ‘Jô, vou devolver esse carro e se ele não aceitar, eu vou dar uma surra nesse cara’. E sabe o que o Jô falou? ‘Sabe o que eu vou fazer, como eu não sei brigar, eu vou sentar em cima dele’, ele tinha 150 quilos naquela época”, recordou.

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“Chorei pela ditadura, que não permitia que se lessem determinados livros que eles queimavam. E, várias vezes, eu estava na casa do Jô, telefonava, ‘olha os homens estão procurando livros’, eu tinha um carro com porta-malas grande, eu coloca os livros, no meu carro, que ficava na porta, e levava meu carro pro estacionamento. Dias depois, trazia os livros de volta. Chorei coisas que a televisão nunca viu. A simplicidade, o respeito que o gênio tinha por um redator que estava começando. Nós nunca disputamos uma liderança”, contou.

E, ainda abatido, concluiu. “Só que a vida nos separou. Na Globo, quando eu não tinha mais o lugar que eu achava que eu deveria ter nos Trapalhões, eu fui pedir para trabalhar com ele, mas não me deixaram. Eu saí e vim pro Silvio Santos. Uma das primeiras coisas que eu fiz quando assumi a direção artística foi chamar o Jô para trabalhar comigo. ‘Você teria coragem de ir trabalhar no SBT?’ Ele falou ‘o dinheiro do Silvio é igual o do Roberto Marinho, se ele me der uma chance de fazer uma entrevista’. Nunca falei isso para ninguém”, finalizou o apresentador.

MORTE

Jo Soares em estudio
Divulgação

O anúncio da morte de Jô Soares, ocorrida às 02h30 desta sexta-feira, 05 de agosto foi feito por Flavia Pedras Soares, ex-mulher de Jô, e confirmada em nota pela assessoria de imprensa do Hospital Sírio-Libanês. Ela, que era chamada pelo artista carinhosamente de Flavinha, usou as redes sociais para lamentar a morte do apresentador. Jô estava internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, desde o dia 28 de julho, onde deu entrada com quadro de pneumonia.

“Faleceu há alguns minutos o ator, humorista, diretor e escritor Jô Soares. Nos deixou no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, cercado de amor e cuidados. O funeral será apenas para família e amigos próximos”, anunciou Flavia.

“Assim, aqueles que através dos seus mais de 60 anos de carreira tenham se divertido com seus personagens, repetido seus bordões, sorrido com a inteligência afiada desse vocacionado comediante, celebrem, façam um brinde à sua vida.”

“A vida de um cara apaixonado pelo país aonde nasceu e escolheu viver, para tentar transformar, através do riso, num lugar melhor”, escreveu a ex-mulher do humorista.

Flavia ainda revelou os apelidos que chamava o ex-marido: “Viva você, meu Bitiko, Bolota, Miudeza, Bichinho, Porcaria, Gorducho. Você é orgulho pra todo mundo que compartilhou de alguma forma a vida com você”, escreveu ela.

Ela ainda agradeceu e usou bom humor: “Agradeço aos senhores Tempo e Espaço, por terem me dado a sorte de deixar nossas vidas se cruzarem. Obrigada pelas risadas de dar asma, por nossas casas do meu jeito, pelas viagens aos lugares mais chiques e mais mequetrefes, pela quantidade de filmes, que você achava uma sorte eu não lembrar pra ver de novo, e pela quantidade indecente de sorvete que a gente tomou assistindo.”

Flavia se declarou ao ex-marido. “Obrigada para sempre, pelas alegrias e também pelos sofrimentos que nos causamos. Até esses nos fizeram mais e melhores. Amor eterno, sua, Bitika.”

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