Filha fala sobre a morte de Milton Gonçalves: “Como se fosse dormir”

Por - 31/05/22

Milton Gonçalves sorrindoFoto:TV Globo/ João Cotta

Morreu na segunda-feira, 30 de maio, o grande ator e diretor Milton Gonçalves, aos 88 anos. De acordo com familiares, o veterano ator faleceu em casa por volta de 12h30, por consequência de problemas de saúde que vinha enfrentando desde que sofreu um AVC, em 2020.

O velório do corpo do ator acontece nesta terça-feira, 31 de maio, no Theatro Municipal, no Centro do Rio de Janeiro. Em seguida ao velório aberto ao público, o corpo será levado para o Crematório da Penitência, no bairro do Caju, na Zona Portuária do Rio de Janeiro, onde na Capela Ecumênica 1 acontecerá acontece uma cerimônia particular de despedida da família. A cremação do corpo de Milton está prevista para acontecer às 15h15.

Post sobre despedida e cremação de Milton Gonçalves
Reprodução Instagram

Em conversa com o G1, a filha de Milton, Catarina, contou que o pai teve uma morte “calma e bonita”. Ela ainda relatou que, nos últimos tempos, Milton se sentia muito cansado.

“De uns meses para cá, ele começou a ficar muito cansado. O AVC foi tomando conta e ele apresentava alguns sinais, como a pressão baixando. Nos últimos dias, ele passou mal, mas nada de muito grave.”

MORTE CALMA

Catarina afirmou ainda, á publicação, que estava ao lado do pai, quando ele fez a passagem.

“A morte dele foi muito calma, muito bonita. Eu estava ao lado dele e foi como se ele estivesse indo dormir. Foi muito calmo. Apesar dele ser um grande ator dramático, não teve nada de drama nesse momento. Foi muito calmo.”

LEGADO

Catarina revela o grande legado deixado por seu pai, artista de grandes ensinamentos e aprendizados, que encantava com seus personagens de interpretações tão perfeitas, que faziam a gente chorar e rir na mesma intensidade. Ele tinha fome de conhecimento e nunca se deixou levar por opiniões, expondo seu posicionamento firme e defendendo, não só a classe artística, como o ser humano em si.

“Eu tenho duas vias de legado que ele deixa. O primeiro, do homem público, do artista, que sempre se posicionou, que nunca deixou passar nada sem ser dar opinião. Uma pessoa que sempre valorizou o estudo. Fica para as próximas gerações esse ensinamento. Da importância de se preparar, de ter fome de conhecimento. De nunca estar satisfeito e sempre correr atrás dos objetivos.”

Milton foi um grande homem, pai e se dedicou sempre a tudo que se propunha fazer e deixa um carinho enorme com fãs, amigos e familiares.

“O legado do homem foi maior que o legado público. Tudo que ele se propôs a fazer, ele fez com maestria. Como filho, como irmão, como pai, como amigo. Sempre uma pessoa que se dedicou ao máximo. E isso agora está se traduzindo na enxurrada de mensagens que estamos recebendo. Nós não estamos dando conta de responder a todos. Todo mundo demonstrando carinho por ele. Mais do que pelo ator, carinho pela pessoa que ele foi. Ele era uma pessoa engraçada, muito comédia. Fazia a gente rir toda hora. Ele espalhava alegria por onde passava”, completou.

Nossos sentimentos e abraço enorme à toda a família. Milton Gonçalves era um cara mega especial, doce e sempre nos atendeu com o maior carinho.

TRAJETÓRIA MARCANTE

Milton nasceu em 9 de dezembro de 1933, em Minas Gerais, e foi contratado pela TV Globo em 1965. Tem longa trajetória como ator e diretor, sendo conhecido por personagens icônicos da televisão brasileira, como o Zelão das Asas, de O Bem-Amado (1973), e o médico Percival, de Pecado Capital (1975).

Milton atuou em mais de 40 novelas, atuou em programas humorísticos e minisséries de sucesso, como as primeiras versões de “Irmãos Coragem” (1970); “A Grande Família” (1972); e “Escrava Isaura” (1976). Seu último trabalho na Globo foi na minissérie Se eu Fechar os Olhos Agora, em 2019, com roteiro de Ricardo Linhares, inspirado na obra homônima de Edney Silvestre.

O ator foi o primeiro brasileiro a apresentar um prêmio no Emmy internacional. Na cerimônia de 2006, esteve ao lado da atriz americana Susan Sarandon para anunciar o vencedor de Melhor Programa Infantojuvenil.

O ator também teve importante militância política. Simpatizante do Partido Comunista Brasileiro na juventude, chegou a se candidatar ao governo do Estado do Rio de Janeiro em 1994 pelo PMDB.

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