Morre a escritora e ativista bell hooks, aos 69 anos

Por - 16/12/21

escritora bell hooks sorrindoFoto: Divulgação

A literatura negra perdeu um de seus expoentes. A autora e teórica negra bell hooks morreu na quarta-feira, 15 de Dezembro, em sua casa, na cidade de Berea, no estado de Kentucky, nos Estados Unidos. Parentes e amigos acompanhavam nos últimos meses a saúde de bell, de 69 anos de idade. O anúncio foi feito no perfil do Twitter de Ebony Motley, sobrinha de Hooks, que ao comunicar a morte da escritora, destacou a “transição” precoce de sua tia.

“A família de Gloria Jean Watkins vem muito triste em informar o falecimento de nossa amada irmã neste 15 de dezembro de 2021. A família honrou seu pedido de partir em casa com os familiares e amigos ao seu lado”, afirma a nota, citando o nome de batismo de Hooks – que assinava com o pseudônimo “bell hooks”, em letras minúsculas.

“A família está honrada com os inúmeros prêmios, honras e fama internacional que Gloria recebeu por seu trabalho como poeta, autora, feminista, professora, crítica cultural e ativista social. Temos orgulho em chamá-la de irmã, amiga, confidente e influenciadora”, ressaltou o comunicado.

Os familiares da escritora afirmaram também que anunciarão “em breve” uma cerimônia para celebrar o legado da teórica.

https://twitter.com/Enter_Ebony/status/1471151210438791168

A universidade em que Hooks lecionava divulgou uma nota lamentando o falecimento da escritora. Ela atuava como professora residente em Estudos Apalaches, povos nativos norte-americanos.

“A Universidade Berea é grata por suas contribuições ao campus e irá celebrar sua vida e legado por meio do Centro bell hooks, aberto no outono de 2021. O Instituto bell hooks na Universidade Berea irá continuar como um local valioso sobre o trabalho de sua vida, lembrando as pessoas que tudo na vida é sobre amor”, diz o informe.

Em 2010, a escritora fundou o “Instituto bell hooks”, no Berea College, que abriga seu acervo literário com cópias em diversas línguas e também suas obras de arte contemporânea.

LEGADO PARA A LITERATURA NEGRA

bell hooks, pseudônimo de Gloria Jean Watkins, nasceu em 1952 na cidade de Hopkinsville, em Kentucky. O nome que a escritora carrega é uma homenagem realizada a sua avó, Bell Blair Hooks, com a utilização de grafia em letras minúsculas. Na educação básica, ela frequentou escolas segregadas por raças.

Sua carreira na universidade foi baseada nos estudos literários e linguísticos. Conquistou uma bolsa de estudos na Universidade de Stanford, na Califórnia, depois fez mestrado em inglês na Universidade de Wisconsin e doutorado em literatura na Universidade da Califórnia em Santa Cruz. 

Com mais de 40 livros publicados, a autora iniciou sua trajetória como escritora em 1981, com o lançamento do livro “Ain’t I a woman? Mulheres negras e feminismo”. O título da obra acabou se popularizando nas críticas, teorias e pensamentos propostas pelo feminismo negro até o momento.

Na escrita, abordou temas como o feminismo negro, o racismo, desigualdades de gênero, de classe e de raça, além de também falar sobre cultura e amor em poesias e outros formatos de texto.

Hooks nasceu em 1952, na cidade de Hopkinsville, Kentucky. Ela se formou em Inglês na Universidade Stanford e conquistou um mestrado na Universidade de Wisconsin e um doutorado de Literatura na Universidade da Califórnia em Santa Cruz.

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Em 1981, Hooks publicou seu primeiro livro, “E Eu Não Nou Uma Mulher? Mulheres Negras e o Feminismo”, na qual analisa o movimento feminista contemporâneo a partir do discurso de Sojourner Truth, negra escravizada que, em 1857, já livre, apontou incongruências em uma assembleia de mulheres brancas sufragistas daquele ano.

No Brasil, a ativista ganhou destaque por meio da publicação de obras traduzidas como “Olhares Negros: Raça e Representação”, “Ensinando a Transgredir: A Educação Como Prática da Liberdade” e “O Feminismo é Para Todo Mundo”.

Ao longo de sua carreira, os estudos de bell hooks culminaram em mais de 40 livros sobre raça, feminismo e educação, além de relações sociais e culturais. Também escreveu e publicou poesia e textos autobiográficos, abordando como o conceito de amor atravessava, também, as temáticas sociais nas quais se debruçava.

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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino