Morre Rubens Barbot, bailarino e coreógrafo, aos 72 anos

Por - 28/07/22

Rubens BarbotRubens Barbot - Divulgação

Com uma trajetória inspiradora, um dos maiores bailarinos e coreógrafos do Brasil, Rubens Barbot, morreu aos 72 anos, nesta quinta-feira (27), no Hospital Municipal Souza Aguiar por causas ainda não divulgadas.

Natural da cidade do Rio Grande (RS) e radicado no Rio de Janeiro desde 89, o artista é fundador da “Cia Rubens Barbot de Teatro e Dança”, primeira Cia Negra de Dança Contemporânea do Brasil que atualmente tem 32 anos de atuação, deixa um legado inquestionável para comunidade negra.

Acamado desde 2019, o bailarino, que também é fundador de uma das principais bases da arte negra carioca, o Terreiro Contemporâneo, um centro cultural localizado no centro do Rio que abriga companhias de arte negras, reúne uma carreira artística internacional, que ao longo das últimas décadas, vem impactando gerações. 

O bailarino dedicou quase quarenta anos à pesquisa de movimentos dos corpos afro-brasileiros. Informações sobre o velório ainda não foram divulgadas.

O Sindicato dos Profissionais de Dança e o coletivo de dança Negraação lamentaram a morte de Rubens na web.

“Hoje é um dia triste para a Dança Negra Contemporânea, o querido e inigualável Rubens Barbot fez sua passagem para o Orum! Rubens nasceu na cidade de Jaguarão e foi criado na cidade de Rio Grande. Revelou-se como artista em Porto Alegre e há mais de 40 anos vive na cidade do Rio de Janeiro, cidade que escolheu pra viver que lhe acolheu como filho”, começava o post.

“Em Porto Alegre iniciou seus estudos em dança com João Luiz Rolla, em 1967.  Dois anos mais tarde recebeu um convite do bailarino Tony Abbott e foi para a Escola de Ballet contemporâneo de Buenos Aires onde fazia aulas e auxiliava na confecção de figurinos”, acrescentou.

“Em 20 de agosto de 1990, Rubens Barbot monta, com Gato Larsen seu parceiro de vida, a primeira companhia negra de dança contemporânea. A Cia Rubens Barbot -Teatro de Dança, sustentando sua linguagem em pesquisas permanentes que Barbot desenvolveu por muitos anos, centralizando seu trabalho numa análise profunda dos gestos, movimentos e imagens que se desprendem dos corpos afro-brasileiros. Uma companhia de dança contemporânea formada por bailarinas, atrizes, bailarinos e atores negros com a missão artística e política de fazer arte negra contemporânea”.

“Voltado para a pesquisa do gesto, movimento e imagens, sua pesquisa extraia dos corpos afro-brasileiros, suas histórias corporais e suas raízes africanas compondo com esse material uma linguagem genuinamente afro-brasileira. ‘Um gesto honesto!’ sempre foi seu lema, assim como foi sua arte, suas criações e sua vida entre nós! Sua alegria honesta… sua verdade, honesta… sua arte, honesta! Até breve meu amigo e mestre! Ass. Luiz Monteiro”, finalizou.

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Formado desde 2010, já passou pelas editorias de esporte e entretenimento em outros veículos do país e atualmente está no OFuxico. Produz matérias, reportagens, coberturas de eventos, apresenta lives e ainda faz vídeos curtos para as redes sociais