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Amigos para Sempre: Amizade entre negro e cadeirante ganha remake americano

Reprodução/YouTube

A comédia baseada na amizade real e duradoura entre um homem rico tetraplégico e o ex-presidiário que é contratado para ser seu cuidador, ganha uma nova versão nos cinemas em pouco menos de 8 anos.

Muito fiel ao filme original que emocionou o mundo, a versão americana peca ao apresentar os fatos quase que exatamente na mesma ordem do filme francês e não encontrando um caminho próprio. O maior diferencial do filme gira em torno do aumento do luxo nos cenários que envolvem a moradia do cadeirante Phillip Lacasse (Cranston) e um leve aprofundamento na vida pessoal do ex-presidiário Dell Scott (Kevin Hart).

Em “Amigos para sempre”, podemos ver mais de perto os conflitos entre Dell Scott e sua família e entender melhor a complexidade de seu contexto. Esse aprofundamento que humaniza um ex-presidiário tentando se ressocializar permite uma leitura poética sobre a história apresentada: pois ao passo que Phillip esta preso a uma cadeira de rodas, Dell esta preso a sua realidade social que limita as suas opções de ter uma vida minimamente digna.

É justamente do choque deste contraste que surge a grande química dessa história que mostra o quanto podemos aprender uns com os outros se superarmos a bairreira do preconceito e nos permitir adquirir novas vivências.

Considerando o intervalo curto entre um filme e outro, fica difícil não estabelecer uma comparativo que infelizmente não favorece “Amigos para Sempre”. O filme perde muito na carga emocional por não contar com a trilha sonora memorável do músico Ludovico Einaudi. Já no quesito atuação, a grande diferença fica por conta de Kevin Hart que dá Dell Scott um tom mais caricato, se distanciando assim da carismática e orgânica atuação de Omar Sy que deu vida ao mesmo personagem na versão francesa.

Algumas piadas feitas pelo personagem Dell Scott apenas neste filme soam de mau gosto, como quando ele paga músicos profissionais que já haviam tocado por horas numa festa para fingir ser maestro e satisfazer seu próprio ego. A cena é desconfortável de se ver, pois ele dá uma verdadeira carteirada com o dinheiro do amigo e afirma diante dos olhares incrédulos que irá pagar os músicos para se prestarem ao papel de fantoches de luxo. Um verdadeiro desrespeito com os profissionais da música que no filme foi apresentado como piada. Algo que certamente não caberia num filme francês e dialoga mais com o besteirol americano.

Tirando os excessos e se atendo a essência da história e sobretudo a mensagem do filme, o longa tem seu valor e vale a pena ser assistido por quem ainda não teve a oportunidade de ver a versão original. 

“Amigos para sempre” estreou na quinta (17) nos cinemas; Confira o trailer:

 

Matéria original do site Empoderadxs, cedida gentilmente para OFuxico.

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