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Bianca Byington conta que já se sentiu limitada no perfil de perua rica

Luiza Dantas/CZN

A leveza de Bianca Byington transparece em todos os seus trejeitos. Do sorriso ao olhar, a atriz deixa explícita a satisfação que sente por sua profissão. Satisfação essa que conta com uma pitada de conformismo. Com a pele alva, olhos verdes e dona de um perfil europeu, ela sente que ficou limitada na tevê a personagens que podem ser descritos como "a perua rica". Prestes a voltar ao ar na pele da elegante Ilana de Pecado Mortal, da Record, Bianca confessa que, no começo de sua carreira, o estereótipo chegou a incomodá-la. No entanto, aos 46 anos de idade e 27 de trajetória na televisão, ela garante que hoje encara com bom humor seu perfil refinado.

"A televisão funciona assim, é quase inevitável não seguir um perfil. Eu sentia que estava me repetindo nos papéis, mas não adianta lutar contra isso. Hoje, escolho as melhores peruas ricas que me oferecem", conta, aos risos.

Em Pecado Mortal, a personagem de Bianca será uma perua não tão rica assim. Oriunda de uma família tradicional, Ilana perde as regalias de uma vida confortável ao se divorciar de José Vergueiro, papel de Eduardo Lago, com quem vive em conflito por questões financeiras. Do casamento, nasceram as gêmeas Leila e Maria Clara, ambas de Juliana Didone, que têm personalidades opostas e nutrem relacionamentos diferentes com a mãe. Psicóloga frustrada, Ilana se dedica às artes plásticas e guarda um grande segredo sobre a paternidade de seu terceiro filho, Romeu, de Bernardo Velasco.

"Ela é bem egocêntrica, cheia de manias e loucuras. Para me preparar, fiz alguns 'workshops' pela Record. Mas, como eu já tinha 10 anos em 1977, ano em que a novela é ambientada, me lembro muito das referências da época", explica.

Por se passar na década de 1970, o primeiro folhetim do autor Carlos Lombardi na Record traz referências clássicas do período. Bianca, por exemplo, teve de manter os cabelos longos para o papel, para ganhar um toque hippie.

"Eu estava para cortar o cabelo curtinho porque vou estrear no teatro um espetáculo que se passa na década de 1950, mas a demanda da novela falou mais alto", confessa.

Antes mesmo de começar a gravar, quando ainda estava fazendo os testes de figurino, maquiagem e cabelo, a atriz chegou a sentir um certo receio de sua personagem cair na caricatura por causa dos exageros típicos dos anos 1970.

"Quando me vi pela primeira vez com a caracterização da Ilana, achei exagerado. Mas agora vejo que esse é o diferencial da trama. As novelas contemporâneas não trabalham esse lado da criatividade que estamos usando em 'Pecado Mortal'", argumenta.

Desde que estreou na televisão, em 1986, na minissérie Anos Dourados, da Globo, Bianca sempre optou por assinar contratos por obra. E, mesmo assim, nunca chegou a ficar mais de dois anos afastada da tevê. Apesar dos inúmeros convites que já recebeu do diretor Alexandre Avancini para integrar o elenco de diversas produções na Record, Pecado Mortal foi o primeiro a despertar seu interesse. Em grande parte por ser escrita por Carlos Lombardi. Conhecidos de longa data, eles já trabalharam juntos em novelas como Quatro Por Quatro, de 1994, e Bang Bang, de 2005. E é, inclusive, em uma das obras do autor que Bianca reconhece sua melhor performance na tevê. "

A novela Perigosas Peruas foi um divisor de águas na minha carreira. Eu fazia par romântico com o Rômulo Arantes e nossos personagens começaram bem secundários na trama, mas ganharam muito espaço por causa da aprovação do público. Era um papel muito verdadeiro", relembra.

Além da vontade de voltar a trabalhar com Lombardi, Bianca não esconde que as regalias de seu contrato com a Record a influenciaram na hora de assinar com a emissora. Dedicada ao teatro, onde não apenas atua, mas também dirige, escreve e produz espetáculos, ela só grava a novela de segunda a quinta. Para, assim, conseguir conciliar melhor a tevê com os palcos.

"Foi uma proposta irresistível. Porque eu adoro fazer televisão, mas preciso estar em cartaz no teatro porque é lá que o ator se realiza com a profundidade de seus personagens", admite.

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