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Diversidade: Índia, francesa, ex-kids e emoção de Brown marcam mais uma etapa de audições às cegas

Globo/Victor Pollak

Não tem como deixar o lugar comum: a emoção rolou solta em mais uma noite de audições às cegas no palco do The Voice Brasil. Na quinta-feira (29), das 13 vozes que se apresentaram, apenas uma não avançou para a próxima fase, a das batalhas.

The Voice Brasil: Bloqueio e surpresas na quarta audição às cegas

A primeira apresentação foi de Victor Alves. Baiano, o pagodeiro que mora atualmente em Natural de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, teve as quatro cadeiras viradas ao mostrar seu potencial vocal ao som de Pra Você Acreditar, sucesso na voz de Ferrugem. O rapaz de 20 anos integrará o Time Iza.

"Normalmente, quando as cadeiras viram, a pessoa fica nervosa, mas você se soltou. Estou encantada”, comentou a técnica.

A mineira Nath Porto, de 28 anos, também conquistou os quatro jurados com o clássico I Don't Wanna Be You Anymore, de Billie Eilish, e escolheu o Time Lulu.

"Você tem uma voz muito doce. Deu para ver que tudo isso foi ensaiado, planejado", observou Iza.

Com dois clipes já emplacados no Top 10 MTV, a gaúcha Stefanie Schirmbeck, de 37 anos, já participou de várias bandas de garagem, além de ser a vocalista do grupo de heavy metal Holiness. A estudante de técnica vocal tem um projeto de música eletrônica e outro de música acústica e empolgou a web ao interpretar Na Sua Estante, da rockeira Pitty.

Nos últimos acordes, Michel Teló virou a cadeira e tranquilizou a candidata.

“Se é o rock que você quer mostrar, se é o que está no seu coração, é o que vamos trabalhar aqui. Acho que na sua apresentação tivemos alguns pequenos deslizes, mas é totalmente natural. E eu acho que a gente pode trabalhar sim, fazendo as escolhas certas, trabalhando com muito carinho, porque a gente ouve com muito carinho e a gente quer que dê certo de verdade. É para isso que a gente tá aqui: para trabalharmos juntos, para crescermos juntos, e você pode contar comigo”, disse.

Ao som de I Say a Little Prayer, de Aretha Franklin, a mineira Carla Sceno contou que é formada em Arquitetura e canta desde os 12 anos.

“Profissionalmente desde 2012, quando peguei o diploma de Arquitetura e disse: ‘não é isso não, vou cantar!’”, contou.

Carla teve aprovação de Iza e Brown, que combinaram de virar suas cadeiras ao mesmo tempo. Mas escolheu o Time de Carlinhos.

“A gente ama um drama! Adorei a música que você escolheu. Por conta do nervosismo, algumas escolhas foram arriscadas e aconteceram alguns deslizes. Mas, de verdade, a sua voz é linda, você tem muita potência na sua voz. A música pede isso e você entregou”, destacou Iza.

Vinda de Presidente Prudente, no interior de São Paulo, Sofia Moreno, 30, escolheu o clássico sertanejo Pense em Mim, eternizado na voz da dupla Leandro e Leonardo. Ela contou que sua voz é conhecida nas emissoras de rádio da cidade.

“Não sei se estou preparada ou não, mas já estou muito feliz”, disse.

Somente Lulu não virou. Ela optou por ficar no time de Teló, que a elogiou bastante.

Representatividade importa!

 

Num misto de diversidade, representatividade, empoderamento e, mais do que tudo, grande emoção e comoção, a indígena paraense Thaline Karajá surpreendeu em todos os sentidos, até esmo na escolha da música. Ela cantou a música Benzeiro, de Dona Onete, que foi regravada por Daniela Mercury e estourou no Carnaval 2018. A paraense de 28 anos foi para o Time Brown, o único que apertou o botão e virou a cadeira.

“Ser vista pelo meu povo me dá muito orgulho. Meus antepassados foram tirados de suas terras para serem escravizados. Para mim, é muito importante estar aqui. Estou representando muitas mulheres indígenas. Eu faço parte de um coletivo de mulheres indígenas, que fica localizado em Alter do Chão, no município de Santarém, no Pará”, disse ela, contendo as lágrimas.

Mas Carlinhos Brown deixou o coração comandar e garantiu o momento mais marcante da noite.

“Meu caminhar até você tem pernas curtas, porque aqui, sim, eu sou um estrangeiro. Eu quero dizer e a cada momento pedir permissão às suas terras, para existir como brasileiro. Você, Karajá, é quem me recebe. Você é o meu receptivo. E a você eu devo desculpas, eu devo perdão por extrair acordes do destino. Muito obrigada por você ter vindo, por sua alegria. Não existe banzerice em você. Existe caminhar, existe fé”, disse ele, de joelhos.

Quando todos pensavam que a carga de emoção havia esgotado, Douglas Ramalho, que vivia de música e com a pandemia passou a fazer tortas elaboradas com ganache, impressionou os jurados com So Sick, de Ne-yo. Lulu viril a cadeira o primeiro acorde da música e bloqueou Iza. Brown dançou a todos tempo, entusiasmado, Contudo, justificando suas raízes, o curitibano foi para o time de Teló, seu conterrâneo.

Natural do Rio Grande do Norte, Nanda Lynn, de 26 anos, conta com ajuda de toda a família para seguir seu sonho de soltar a voz. No palco, cantou Meu Talismã. A intérprete da música logo se animou e virou a cadeira.

"Obrigada pelo carinho, por escolher essa música. Adorei essa versão", disse Iza.

Nascida em Paris, Sarah Céli, de 32 anos, interpretou Je Veux, de Zaz, mas nenhuma cadeira virou e ela deixou a competição. Ela, que mora em Votoporanga, em São Paulo, deu um importante depoimento sobre sua vida pessoal.

“Cantava, parei e fui estudar Publicidade. Um dia, no curso, pediram para eu dar uma palhinha e, diante os elogios e incentivos, decidi cantar novamente. Por um relacionamento abusivo parei meus sonhos e fique só cuidando da minha filha, até voltar a fazer meus shows”, contou.

“Relacionamento abusivo deixa marca e a marca é a opressão. O seu fogo é inapagável, a sua voz é linda”, disse Lulu.

A sergipana Natasha, de 21 anos, teve todas as aprovações com The Way You Make me Feel, hit de Michael Jackson.

“Eu só cantava em igreja, show de talentos na escola e nos churrascos da família”, disse ela.

"No início, você estava insegura, mas se encontrou. Achei sua voz tão bonita, seu timbre tão diferente", destacou Iza, que a levou para seu time.

Já te vi!

Em 2017, Lawany participou do The Voice Kids e agora soltou a voz em Menina Solta, de Giulia Be. Iza e Lulu viraram as cadeiras, e ela optou por ficar no time do cantor de pop rock, que lhe deu vários conselhos.

"Na arte e na vida, não importa como você cai, mas como se levanta. Você vai melhorando e nos convenceu", disse o técnico.

Ao som de Olho nos Olhos, de Chico Buarque, Bruna Daré, de 22, fez Carlinhos Brown chorar.

Carlinhos Brown se emociona

“Como você me toca a alma… Me emocionei demais”, disse ele que tirou até seus óculos escuros.

“O nervoso não me tira o foco e hoje tirou. Essa música é muito importante para mim”, enfatizou a candidata, que foi para o time do baiano.

A fase de audições às cegas chegou ao fim ao som de Live on Top, de Beyoncé, na voz e Nathalia Ribeiro.

“Estou começando agora porque sempre reneguei esse lado artístico. Sou tradutora, redatora e faço conteúdo para a internet”, contou.

"O início foi inseguro, mas encontrou uma zona de conforto onde você rende, e isso me interessou. Vamos trabalhar para chegar no seu melhor", disse Lulu, que virou a cadeira para ela.

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