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Elke Maravilha quer reencarnar como um rinoceronte

Ag.News e Reprodução

Elke Maravilha anda chateada com a intolerância dos seres humanos com as diferenças, que ainda manifesta na forma do racismo, machismo e homofobia, problemas ainda presentes no cotidiano do século 21. Ícone da tevê brasileira na década 1980, a musa tropicalista, de 67 anos, detona ainda toda forma de expressão de preconceitos, inclusive contra os ateus e agnósticos (quem tem dúvidas sobre a existência de Deus).

“Quero reencanar como um rinoceronte, é um bicho lindo”, disse em conversa com O Fuxico.

Os rinocerontes correm risco de extinção devido à caça ilegal, à redução das florestas e ao aumento do interesse pelos seus chifres, usados na medicina chinesa.

Além de sua defesa apaixonada pelos animais, a performer, modelo e atriz de origem russa contou também que seus melhores amigos são ateus. “Eles não fazem aqueles negocinhos: olha, Deus, como eu sou bonzinho, me faz um favorzinho! Me garante um lugar bom aí no céu!”

Ele lembrou o caso do diretor teatral pernambucano Luiz Mendonça (1931-1995), fundador do teatro de Nova Jerusalém, onde é encenada a Paixão de Cristo e que viveu o papel de Jesus várias vezes.

“No seu leito de morte, ele me disse que era ateu. Isso me fez rever várias coisas. Para fazer o bem, como ele, que tinha um trabalho social, você não precisa acreditar em Deus nem fazer o bem só para aparecer ou ter desconto no Imposto de Renda”, disse Elke, que achou no começo que se tratava de uma piada, já pelo seu engajamento em espetáculo religioso e por ter vivido Jesus.

Ela afirmou que jamais seria ateia, mas que já teve dúvidas sobre a existência de Deus.

“Nascemos para contestar as coisas. Tive dúvidas se Deus existe. Quem disser o contrário está mentindo. Mas minha dúvida durou dois segundos. Sou pisciana. Nasci mística. Jamais seria ateia”, afirmou Elke, lembrando que até Madre Teresa de Calcutá (1910-1997) chegou a duvidar, em uma fase de sua vida, da existência de Deus.

Os diferentes sentidos da existência são um dos temas que inspiram e atraem a curiosidade de Elke , que adora ver documentários na TV paga e leituras sobre filosofia grega e clássicos da literatura mundial, como o russo Dostoievski. Até o nome do seu atual espetáculo faz referência aos questionamentos da fé:  Do Sagrado ao Profano.

Nos próximos dias, Elke prossegue com sua agenda de apresentações pelo Brasil: Porto Alegre (Rio Grande do Sul), a cidade mineira de Raul Soares e Cuiabá (Mato Grosso).