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Eva Wilma quase foi estrela de filme de Alfred Hitchcock

Divulgação

A grande atriz Eva Wilma, 86 anos, revelou que por muito pouco não foi estrela dos filmes do diretor inglês Alfred Hitchcok (1899-1980), um dos maiores mestres do cinema de todos os tempos.

A declaração foi feita no Conversa do Bial, que está celebrando os grandes nomes nos 70 anos da televisão brasileira, completados em 18 de setembro próximo.

Prestes a completar 70 anos de carreira, Wilma lembrou sua trajetória farta, desde o seriado Alô, Doçura!, de Cassiano Gabus Mendes, na extinta TV Tupi, entre 1953-1963, quando contracenou com o ex-marido John Herbert.

Ela ainda lembrou as gêmeas Ruth e Raquel de Mulheres de Areia, de Ivani Ribeiro, também na Tupi, entre 1973 e 1974. Na Globo, marcou o público como a vilã Altiva de A Indomada, em 1997, de Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares, que chegará ao Globoplay na segunda (31).

Oportunidade internacional

Eva contou sua não escalação para um filme do cineasta Alfred Hitchcock. A artista relembrou que estava com o marido almoçando nos estúdios da Universal Pictures, em 1969, quando um agente se aproximou dela.

"Ele veio me perguntar se poderia me fotografar, pois Hitchcock estava procurando uma atriz latino-americana para fazer o papel de uma cubana em um filme muito importante”, revelou.

A atriz afirma que se deixou ser fotografada e retornou ao Brasil. Passados alguns meses, uma pessoa entrou em contato para convidá-la para participar do teste: "Fui para Hollywood no dia seguinte". Wilma recorda que Hitchcock tinha uma casa só para ele nos estúdios e que "parecia mais uma casa de filme de terror mesmo".

"Estava apavorada de conhecê-lo. Quando fui colocada dentro do cenário para a primeira parte do teste, eu ouço aplausos. Era Hitchcock entrando no estúdio. E a satisfação dele, ele era extremamente vaidoso. Tinha o 'prazer da maldade'", relembrou.

Ela também destacou a manutenção de profissionais mais velhos na equipe: "tinham vários de cabelos branquinhos, mantidos no trabalho e competentes".

Eram três partes de teste, sendo a última mais difícil e inesquecível. "Hitchcock sentado ao lado da câmera, bem pertinho, improvisando perguntas e querendo que eu improvisasse bem as respostas. Foi o mais difícil", contou ela.

"Me lembro que ele me disse: 'Você está querendo me irritar falando em uma língua que não é a minha, fala na sua língua, fala em português".

Depois de três meses, a atriz diz que foi escolhida uma alemã [Karin Dor] para o papel da cubana. "O meu consolo, também, digo para me conformar, é que 'Topázio' não foi um dos bons filmes de Hitchcock. Eu assisti e falei: 'Esse papel não era para mim'. Mas era para me conformar, porque eu queria ter feito”, revelou sobre a produção de 1969.

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