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Felipe Neto e os ‘cavalheiros da influência política’

Reprodução/Instagram

Influenciadores digitais viraram uma febre na era da internet. Com a chegada das redes sociais e os engajamentos dentro delas, além do YouTube, diversas pessoas investiram no setor, criando mais uma carreira no mercado de trabalho.

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Prova disso é Felipe Neto, que deu o seu pontapé inicial em 2010 com o canal Não Faz Sentido, destinado ao público jovem/adulto e com uma abordagem cômica e deveras agressiva sobre um assunto, celebridade, acontecimento popular do momento. Com um par de óculos de sol e sua avaliação a respeito do romance Crepúsculo, que havia estreado nos cinemas em 2008, a fama do carioca se expandiu, rodeada de opiniões divergentes.

Hoje em dia, empresário e dono de produções infantis e voltadas ao mundo gamer, Felipe também se tornou um influenciador na política! Muito ativo no Twitter, é por lá que ele faz suas críticas, reflexões, apoia causas e onde se tornou uma estrela.

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Apesar das desavenças que ainda possui e os narizes que uma vez ou outra torcem para ele, diante do fato não há desculpa: sua movimentação na rede do passarinho azul cresceu, tornando-se um “vingador” dos internautas.

Na última segunda-feira (18), o youtuber foi o convidado do programa Roda Viva, da TV Cultura. De maneira remota, por videochamada, aquele rapaz alvo de críticas e “cria” da web era a personagem central de uma série de perguntas. Difícil acreditar que a renomada atração cederia espaço para o que está nos trendings, não é?!

Essa é a força popular da internet!

Mas ele não esperava tamanha repercussão acerca de seu posicionamento político. Como ele próprio definiu no programa, e relatado aqui no OFuxico, “a força política que me dão hoje é uma coisa que nunca pedi. Isso reflete o cenário brasileiro um pouco. Quando eu me torno uma referência política, é um fato que temos uma carência em relação à opinião e à cultura.”

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E a tal carência política seria um índice alarmante ou um aviso de novas personalidades modelo? Em meio aos questionamentos, o que se tem ideia é a força dessas pessoas, construindo uma rede de influência de um assunto sem demonstração de interesse da população até então.

Dessa forma, conheça outros famosos digitais que vêm atualizando seus nichos e dando voz ao que há de mais atual!

Débora Aladim

 

Estudante de história da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), a jovem de 22 anos começou um canal educativo no YouTube aos 15 anos, fazendo resumos para ajudar seus colegas.

Os colegas se tornaram inscritos. E chamaram mais inscritos até a mineira se tornar referência em conteúdo de aprendizagem na plataforma e fora dela.

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Sempre focada nas áreas do conhecimento, Débora já havia feito um vídeo para o seu Instagram em janeiro, durante a polêmica envolvendo o Enem 2019, que teve erros de correção, confusão com datas e mudanças abruptas, explicando de forma objetiva o ocorrido.

A gravação já acumula mais de 510 mil visualizações e é possível ver nos comentários perfis marcando outros perfis, divulgando o conteúdo, interagindo com elogios e relatos.

Mais recentemente, Débora se tornou assunto de novo. Por coincidência, o Enem foi a pauta novamente.

Devido a pandemia do novo coronavírus, quarentenas e isolamentos sociais rigorosos foram adotados por diversas localidades do mundo, a fim de combarter a transmissão do vírus. No Brasil não foi diferente. Escolas e faculdades tiveram aulas presenciais cancelas; a realidade virtual se confirmou e o Exame Nacional do Ensino Médio caiu por terra.

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Em meio às incertezas, o Governo Federal, juntamente com o Ministério da Educação manteve as datas de inscrição e realização do Enem, ocasionando um rebuliço entre os estudantes. O movimento #AdiaEnem deu partida na ignição, porém, nada foi modificado. A campanha da prova passou a ser transmitida, pedidos pelo adiamento continuaram e nada.

Indignada, Débora Aladim, mais uma vez, usou sua plataforma e pelo IGTV do Instagram, ela deu a sua opinião bastante crítica ao andamento das decisões de mantem o exame, além de enfatizar as diferenças sociais que acarretam na dificuldade do acesso à educação de grande parte da população brasileira, que se agravaram durante a pandemia.

Fernanda Concon

 

A atriz, conhecida por ter dado vida à personagem Alícia na novela infantil Carrossel, do SBT, seguiu os passos de Débora Aladim e hoje tem um enfoque maior na arte da educação em seus conteúdos.

Estudante de Relações Internacionais na PUC SP, como ela mesma menciona na parte da biografia do Instagram, a artista não deixou de se manifestar também a respeito do Enem 2020.

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Utilizando dados para embasar suas críticas, Fernanda reforçou a diferença social, apontando o descaso para com estudantes da rede pública e a falta de acesso aos itens básicos de higiene por outra parcela dos brasileiros, o que culminaria em um ambiente sem estrutura nenhuma para estudo remoto – umas das sugestões do Ministério da Educação.

“Eu acho que ele [Ministro da Educação] esqueceu ou nunca ouviu que nós somos o sétimo país mais desigual do mundo, segundo a ONU. Por aqui, cerca de 13,5 milhões de pessoas vivem em extrema pobreza. 30% da população brasileira não tem acesso à internet. Isso são 60 milhões de pessoas. A meritocracia é um conto de fadas”, disse ela, no vídeo em questão.

Entretanto, as ferramentas necessárias para a continuidade da rotina desses vestibulandos não foram oferecidas de fato.

No perfil de Concon ainda encontra-se outros vídeos que mostram seu objetivo de levar conhecimento sem medo. Tem a relação da Covid-19 com a política e como aprender um pouco mais sobre política. Entre um assunto mais sério e outro, as levezas. Tutoriais de maquiagem, dicas de estudo, rotina e receitinhas.

Felipe Castanhari

 

Outro grande nome dos conteúdos educacionais, Castanhari, como é conhecido, gosta de levar fatos curiosos e históricos aos seu público. Mas foi em 2018, durante as eleições presidenciais, que ele teve um posicionamento bem público, caminhando pela mesma estrada progressista que Felipe Neto.

Castanhari se demonstrou contra o atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e seu perfil no Twitter é o seu palco para apresentar opiniões e descontentamentos pelo rumo das políticas públicas.

Assim como o amigo Felipe Neto, o rapaz carrega algumas rejeições por parte da audiência, só que sua influência se mostra maior, engajando e causando interesse naquilo que sempre soou muito chato.

Aliás, foi a política que uniu Felipe Castanhari e Felipe Neto. Ambos possuem milhares de seguidores, se conheceram, brigaram por anos trocando indiretas e xingamentos, até que o desgosto mútuo por Bolsonaro modificou o relacionamento.

Hoje em dia eles não deixam de mostrar que tudo está numa boa, interagindo sempre que podem via redes sociais.

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