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Globoplay: O Bem-Amado volta com missão atemporal no streaming

Acervo/TV Globo

Escrita por Dias Gomes, a primeira novela em cores do País chega à plataforma Globoplay, nesta segunda-feira (15): O Bem-Amado.

O corrupto e demagogo Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo) é candidato a prefeito de Sucupira e se elege com o slogan “vote em um homem sério e ganhe um cemitério”. O problema é que não morre ninguém para que a obra seja inaugurada. O prefeito resolve consentir a volta à cidade do matador Zeca Diabo (Lima Duarte), com a garantia de que ele não será preso.

Há a esperança de que ele mate alguém e lhe arranje um defunto. O prefeito só não imaginava que Zeca Diabo volta a Sucupira disposto a nunca mais matar ninguém, pois quer virar um homem correto. Odorico tem como aliados as irmãs Cajazeiras – Dorotéia, Dulcinéia e Judicéia, apaixonadas pelo coronel – e Dirceu Borboleta, seu fiel secretário pessoal.

“Eu inventei todo esse jeitinho dele de falar com as pessoas. Na época, eu fui na figurinista e disse que iria arranjar a roupa. Fui em um tintureiro na Estação da Luz, em São Paulo, onde consegui um terno escuro. Depois, fui em um churrasco de um amigo em Sorocaba e um dos convidados tinha um chapéu. Achei que seria um bom chapéu para o personagem, um matador que não mata. Foi a primeira novela que fiz na TV Globo e, graças ao Zeca Diabo, não saí mais dela e nem também do imaginário brasileiro”, relembrou o ator Lima Duarte.

João Carlos Barroso, Lima Duarte e Guiomar Gonçalves em cena da trama

Censura

Em julho de 1973, a Censura Federal proibiu que a palavra “coronel” fosse pronunciada em O Bem-Amado. “Coronel” era a forma como alguns personagens – especialmente Zeca Diabo – tratavam o prefeito Odorico Paraguaçu. Os militares achavam que Dias Gomes se referia a um coronel de patente militar, quando, na verdade, ele fazia alusão aos “coronéis” do sertão da Bahia: políticos e fazendeiros que usavam sua influência para exercer poder sobre a população. A direção da novela foi obrigada a cortar a palavra de vários capítulos.

A censura também implicou com as palavras “capitão” – forma como Odorico se referia a Zeca Diabo –, “ódio” e “vingança”, obrigando a equipe de produção a apagar o áudio de vários capítulos que já gravados.

A música de abertura original era Paiol de Pólvora, na voz de Toquinho e Vinicius, mas foi proibida pela censura devido ao verso “Estamos sentados em um paiol de pólvora”.

Cena marcante

A sequência final de O Bem-Amado, que mostra o pescador Zelão saltando da torre da igreja com as asas que construiu e voando sobre Sucupira diante dos olhares atônitos da população é uma das várias passagens emblemáticas da história. Narrada pelo ator Mário Lago, a cena passa de colorida a preto e branco para mostrar o voo de Zelão, personagem inspirado por Dias Gomes em uma história real.

TV em cores

Primeira novela em cores transmitida no Brasil, O Bem-Amado representou um desafio para a equipe técnica, que precisou se adaptar aos equipamentos e dominar a nova linguagem.

Prêmios

Em 1974, O Bem-Amado recebeu o Troféu Imprensa, na categoria Melhor Novela. Paulo Gracindo recebeu o prêmio especial do Primer Festival de La Telenovela en México. A novela também recebeu outras menções, como Melhor Direção (Régis Cardoso), Melhor Adaptação (Dias Gomes), Melhor Música (Toquinho e Vinicius de Moraes) e Melhor Realização de Exteriores.

Autoria: Dias Gomes | Supervisão: Daniel Filho | Direção: Régis Cardoso | Período de exibição: 22/01/1973 – 03/10/1973 | Horário: 22h | Nº de capítulos: 178.

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