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#GuguVive: Família se emociona em coletiva

Manuela Scarpa/Brazil News

Um ano após a morte de Gugu Liberato familiares do apresentador lançam campanha para conscientização sobre doação de órgãos, a #Guguvive, que terá transmissão ao vivo no Youtube, basta clicar aqui para acompanhar.

Em 21 de novembro de 2019, um trágico acidente doméstico em Orlando, nos Estados Unidos, tirou de cena o apresentador Gugu Liberato, aos 60 anos.

Atendendo a uma vontade dele, seus órgãos, tecidos e ossos foram doados e segundo a Our Legacy, instituição que cuidou de todos os trâmites referentes à retirada, conservação e intermediação com os pacientes necessitados, cerca de 50 pessoas foram beneficiadas com este ato.

Família de Gugu Liberato fala sobre a importância da doação de órgãos

O objetivo da campanha #Guguvive é incentivar as pessoas a seguirem o exemplo de Gugu declarando-se doadoras.

Esta é uma iniciativa da família Liberato no sentido de relembrar o apresentador promovendo algo que sempre marcou a sua vida e carreira, ajudar a quem precisa.

Na tarde desta quinta-feira (19), a família de Gugu se reuniu para falar da campanha #GuguVive.

Aparecida Liberato, irmã de Gugu, iniciou o encontro fazendo agradecimentos.

                             João Augusto sobre Gugu Liberato: ‘Sinto meu pai todos os dias’

"Após um ano após a perda do nosso querido, inesquecível Gugu. Estamos reverenciando o seu nome, a pessoa generosa que ele foi, reunidos para continuar este legado que ele nos deixou. Quero agradecer a ajuda de cada um. A ajuda das pessoas que fizeram esta campanha existir. Agradecer as crianças, Marina, Sofia e João, que vieram de tão longe para estarem aqui. Que eles possam levar seu legado e dar continuidade a esta campanha. Quero agradecer a minha mãe, Maria do Céu, que sempre nos deu força com sua resistência, sua alegria, sua coragem. Ela hoje está aqui apesar da dor imensa, apesar do coração apertado, neste um ano de falecimento do nosso querido Gugu. Ele que disse que queria doar os órgãos, então, a campanha surgiu a partir dele", disse.

Doutor Manuel Pêgo Fernandes, da ABTO (Associação Brasileira Transplante Órgãos), que estava na coletiva afirmou: “Existiu uma diminuição no número de transplantes durante a pandemia. Mas as pessoas precisam de órgãos, então é muito importante que as campanhas continuem, pois as pessoas precisam desses órgãos e estão esperando por isso. Existe um sistema que está muito seguro com relação à contaminação do coronavírus. No Brasil, a lei atual, quem autoriza a doação, é a família… então peçamos que as pessoas possam comentar com suas famílias.  Cada doador pode ajudar muitas pessoas a viver melhor, a continuar vivendo. Agradeço muito à família do Gugu Liberato, aumentando a credibilidade do sistema.”

Dr. Russein, médico da família, falou do amor que tinha pelo apresentador.

“Gugu foi um exemplo de pai, filho, um cara família e sempre um brilhante homem e sempre será. Foi uma perda muito grande. Quando fui comunicado da queda, eu conversei com Guilherme Lepski, neurocirurgião, vimos que estava com morte cerebral e este era um caso de doação de órgãos. Que tenhamos a consciência de difundir com essa campanha, este desejo do Gugu”, disse.

Carolina Soihet Cohen, da Colabore, consultoria de melhores práticas para organizações do terceiro setor com foco em saúde, também esteve presente na coletiva. 

“O Brasil foi considerado um dos 30 países menos solidários do mundo. Obviamente, eles não olharam os doadores de órgãos, olharam mais doações financeiras e horas em trabalhos voluntários. Isso mostra que precisamos avançar nesta questão de solidariedade. Tivemos 7500 transplantes neste ano e considerando o tamanho do país que temos, é um número baixo e considerando todos estes pontos por isso criamos a campanha Gugu Vive para conscientizar o aumento de doações de órgãos, fazendo as pessoas se declararem em vida sobre o desejo da doação e esclarecer as dúvidas das pessoas com o site guguvive.com.br , onde muita gente importante fala de doações de órgãos e esclarece muitas questões. Gugu salvou mais de 50 vidas com a doação de órgão dele e isso, além de beneficiar o receptor, também traz paz à família e ameniza um sofrimento pela morte de alguém muito querido pela família”, disse.
 

Com a palavra os filhos de Gugu Liberato

 

João Augusto, filho mais velho de Gugu, afirmou: "Eu fico muito orgulhoso por meu pai ser uma pessoa ser tão generosa, e o objetivo da campanha é salvar vidas e que no futuro, com essa campanha, possamos ajudar a aumentar ainda mais os transplantes e as doações. Meu pai era muito generoso. Ele sempre queria ver a felicidade. O fato de ele continuar ajudando pessoas, mesmo após a morte, isso nos conforta. Sinto meu pai, sinto a presença dele todos os dias. Esse sentimento me acalma"

Marina contou: "A morte do nosso pai foi triste, mas a campanha deu uma alegria para nosso pai. Acho que meu pai está muito feliz com tudo isso acontecendo."

Sofia disse: "Meu pai gostava de arte e quando eu pinto quadros, eu me lembro do meu pai e sei que ele está comigo."

Dona Maria do Céu também conversou com os jornalistas e falou sobre a expectativa de, de repente, poder abraçar uma pessoa que recebeu um dos órgãos do apresentador.

"Eu acho que vendo esta pessoa, eu veria meu filho. Eu vou fazer de tudo para achar esta pessoa", disse.

 

 

Dona Maria do Céu na coletiva de #GuguVive

João Augusto na coletiva #GuguVive

Dona Maria do Céu e João Augusto na coletiva

Record TV traz semana de homenagens a Gugu e campanha #GuguVive

Transplantes de órgãos

Informações do Registro Brasileiro de Transplantes dão conta que, em 2019 a taxa de doadores efetivos no Brasil cresceu 6,5%. A grande divulgação na mídia nacional sobre a doação dos órgãos e tecidos de Gugu Liberato, na Flórida, foi um fator decisivo para esse crescimento. No Brasil, 41.455 pessoas aguardam por um órgão (dados do primeiro semestre de 2020).

Somente no primeiro semestre de 2020, 1384 pessoas morreram durante essa espera. A negativa familiar é um dos principais motivos para que um órgão não seja doado no país. Uma das razões para essa recusa é a falta de conhecimento sobre o que é a morte encefálica, além de outros mitos relacionados à doação de órgãos.

Gugu Liberato é lembrado em homenagem a doadores, na Florida

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