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Jair Bolsonaro usa música de Luiz Gonzaga em live e netos repudiam

Reprodução/Youtube

Na última quinta-feira (2), o presidente da república Jair Bolsonaro realizou mais uma live em seu canal no Youtube e incomodou os netos de Luiz Gonzaga, co-autor da música Riacho do Navio.

Na ocasião, o presidente da Embratur, Gilson Machado Neto, tocou a canção no acordeon. No último sábado (4), Amora Pêra, Daniel Gonzaga e Nanan Gonzaga, filhos de Gonzaguinha, publicaram nas redes sociais uma "nota de nojo" contra o uso político da música do avô.

“Diante da impotência e da impossibilidade de processo por propaganda indevida, por dupla apropriação, da canção de Luiz Gonzaga e Zé Dantas e do projeto do Rio São Francisco; nós, filhos de Luiz Gonzaga do Nascimento Jr, netos de Luiz Gonzaga, o Gonzagão, apresentamos uma nota de nojo diante deste governo mortal e suas lives. Governo que faz todos os gestos ao seu alcance para confundir e colocar em risco a população do Brasil, enquanto protege a si mesmo e aos seus", começou o texto.

E continuou.

“Sonhamos com o dia em que nosso País volte a ser e a ter respeito e honestidade em relação à sua história, suas injustiças e desequilíbrios. Sonhamos com o dia em que se volte a reconhecer, dentro do País, a importância da Cultura, das artes brasileiras, e seu imenso legado por gerações, assim como o é em todo o mundo".

Netos de Luiz Gonzaga repudiam uso de música em live de Jair Bolsonaro

Confira o post original em @amoraperamesmo.

Leia o comunicado na íntegra

 

"Diante da impotência e da impossibilidade de processo por propaganda indevida, por dupla apropriação, da canção de Luiz Gonzaga e Zé Dantas e do projeto do Rio São Francisco; nós, filhos de Luiz Gonzaga do Nascimento Jr, netos de Luiz Gonzaga, o Gonzagão, apresentamos uma nota de nojo diante deste governo mortal e suas lives. Governo que faz todos os gestos ao seu alcance para confundir e colocar em risco a população do Brasil, enquanto protege a si mesmo e aos seus".

"Não estamos de acordo com o uso da canção Riacho do Navio, nem sua alteração, nem sua execução (com duplo sentido) pelo Senhor Gilson Machado Neto, presidente da Embratur, em transmissão ao vivo pelo Senhor Presidente. E, ainda que simbolicamente, não autorizamos ao Governo Federal o uso das canções assinadas por nenhum de nossos familiares, ou, ao menos, das respectivas partes que nos cabem".

"Sonhamos com o dia em que nosso País volte a ser e a ter respeito e honestidade em relação à sua história, suas injustiças e desequilibrios. Sonhamos com o dia em que se volte a reconhecer, dentro do País, a importância da Cultura, das artes Brasileiras, e seu imenso legado por gerações, assim como o é em todo o mundo. Sonhamos com o dia em que a informação e o conhecimento sejam distribuidos democraticamente à todos, para, apenas recomeçar, sanarmos essa doença que não faz distinção, além da social, como costuma ser na nossa violenta história. E depois, para que o poder e o espaço, em toda instância, possa ser equalizado e distribuido. Sonhamos dias sem mortos pela violência do Estado, seja ela direta ou indireta. Finalmente, sonhamos com quando poderemos dançar e cantar abraçados, sem medo, nos bailes de forró e nas tantas festas as quais o Brasil faz e das quais é feito".

"Trabalhamos todos os dias para realizar estes sonhos, que não são apenas por nós, mas por todas as gentes deste país. Por hora, trabalhamos em casa, cumprindo as indicações internacionais da Organização Mundial de Saúde e pedimos que, todos que possam, também o façam".

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