Notícias às 08:45

Morre o ator Nelson Xavier, aos 75 anos

Divulgação/TV Globo

Morreu, na noite de terça-feira (9), o ator Nelson Xavier, em Uberlândia, Minas Gerais, com insuficiência respiratória, decorrente de um câncer que ele já tratava há 5 anos. Foi a filha do ator, Tereza Villela Xavier, quem deu a triste notícia em sua página do Facebook.

"Lamento informar a quem possa interessar que meu pai, Nelson Xavier, faleceu esta noite em Uberlândia. Seu corpo será transferido, celebrado e cremado no Rio de Janeiro em cemitério ainda não determinado. Agradeço desde já as mensagens de apoio. Ele virou um planeta! Estrela ela já era. Fez tudo o que quis, do jeito que quis e da sua melhor maneira possível, sempre", escreveu ela.

Em 2010 ganhou notoriedade ao protagonizar a cinebiografia sobre Chico Xavier em filme que leva o nome do médium. Este foi o único papel que ele pediu para fazer, ao diretor Daniel Filho que, quando deu a resposta positiva, fez Nelson cair no choro de emoção.

Em entrevista à Globo ele disse, na época:

“Finalmente fiz o meu maior papel. Fui invadido por uma onda de amor tão forte, tão intensa, que levava. Nenhum dos personagens que fiz mudou minha vida. O Chico fez uma revolução”.

Ateu, ele contou que mudou seu pensamento, sem se tornar espírita.

“Mudei no sentido de achar que a gente morre e desaparece numa totalidade. Hoje acredito que a gente permanece com uma identidade e pode até se comunicar”.

As mudanças de opiniões começaram na vida de Nelson Xavier, ainda segundo a entrevista, com a pesquisa dos livros psicografados pelo médium e a leitura da biografia As Vidas de Chico Xavier (2003), do jornalista Marcel Souto Maior, na qual o filme é baseado.

“Olha só como é a vida: minha mãe me dava esses livros espíritas desde a infância e eu só fui ler agora… Eu zombava do espiritismo… Há duas cenas do filme em que meu personagem reza. Ali eu estava muito emocionado, falei como se fosse para minha mãe, quase como um acerto de contas”.

Trajetória

Nelson Xavier nasceu em São Paulo, cursou direito, mas deixou seu amor pelas artes fluir em sua vida. Fez peças de teatro como Eles Não Usam Black-tie (1958), de Gianfrancesco Guarnieri, Chapetuba Futebol Clube (1959), de Oduvaldo Vianna Filho, Gente como a Gente (1959), de Roberto Freire, e Julgamento em Novo Sol (1962), de Augusto Boal.

No cinema, esteve em O ABC do Amor (1967), Os Deuses e os Mortos (1970), É Simonal (1970), Dona Flor e seus Dois Maridos (1976), e A Queda (1978), de Ruy Guerra, que lhe rendeu um Urso de Prata no Festival de Berlim.

Sua primeira participação na TV foi pequena, com o personagem Zorba, na novela Sangue e Areia (1967), de Janete Clair. Seu primeiro grande papel veio seis anos depois, em João da Silva (1973), novela de Jairo Bezerra, produzida pela TV Rio, e exibida pela TV Cultura, TVE e Globo, onde ele viveu um retirante nordestino, que se muda para o Rio de Janeiro em busca de melhores condições de vida. Daí, o ator passou a ser reconhecido nas ruas e adorado pelo público.

Em 1982, Nelson protagonizou outro sucesso: a minissérie Lampião e Maria Bonita, com direção de Paulo Afonso Grisolli, baseada nos últimos seis meses de vida de Virgulino Ferreira da Silva, o cangaceiro mais temido do sertão, nos idos dos anos 1930. Os heróis – vividos por Xavier e Tânia Alves – foram muito bem recebidos pelo público, assim como o novo formato de dramaturgia.

Esteve também em A Tenda dos Milagres (1985), O Pagador de Promessas, (1988), Hipertensão (1986), Pedra Sobre Pedra (1992), Renascer (1993), Irmãos Coragem (1995), Joia Rara (2013) entre outras. Nelsom Xavier pode ser visto na reprise de Senhora do Destino (2004) no Vale a Pena Ver de Novo, da Globo.

 

Notícias Relacionadas