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Orlando Morais , sobre a Covid-19: ‘Os olhos da Glória eram a referência para eu não sair de mim’

Reprodução/Instagram

Foram nove dias de muita agonia, incerteza e fé. Mas Orlando Morais venceu a Covid-19 e contou ao jornal O Globo que os dias em que passou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pensava nos olhos negros de sua mulher, Glória Pires. Era neles que o músico encontrava a confirmação de que estava consciente.

“Finquei os olhos nos olhos da Glória e ficava linkado nela para o caso de algo acontecer. Mesmo quando ela estava dormindo, eu ficava olhando. Era a referência para eu não sair de mim. Mesmo quando ficava de bruços, virava e procurava aqueles olhos. Sentia que minha vida estava ali, que, se desvinculasse, não conseguiria voltar”. 

O artista destacou que foi “pressionado” pelas mulheres da casa.

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“Glória virou um bicho acuado, me olhava de um jeito, tipo: ‘Cara, não vai embora’. Tenho um pacto de vida eterna com a Cleo, que me ligou lembrando. Antonia dizia que não conseguia encontrar meus olhos. Ao mesmo tempo, eu estava lúcido, pensando: ‘Meu Deus, se acontecer alguma coisa vai ser uma piração com eles’. A gente vive muito junto. Na minha casa tudo pode, se fala sobre tudo, ninguém pune ninguém. Não somos exemplo para ninguém, mas a nossa coisa junto é muito f*”.

A atriz também foi a segurança que ele precisava ao chegar de surpresa na casa do casal em Brasília, onde ele estava sozinho, isolado.

"Acabou a brincadeira, tô aqui e vou ficar", disse ela, na ocasião.

Além do risco de contaminar a atriz, Orlando não queria a presença dela porque sabia que acabaria sendo levado ao hospital. Foram preciso duas noites ardendo em febre de 42 graus e sentindo o ar sumir do pulmão para que ele se convencesse.

"Quando os aparelhos começavam a apitar, os enfermeiros falavam coisas lindas no meu ouvido. Eu não podia me permitir morrer”, disse o cantor e compositor.

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Trabalho com as filhas e com a Portela

O goiano de 59 anos ainda sofre as consequências da doença. Faz fisioterapia respiratória três vezes ao dia. Troca de roupa oito vezes por causa do suor que invade o corpo. A alma, no entanto, está com fome de viver. Projetos não faltam e um deles é um disco em que deve cantar com as filhas (a enteada Cleo, Antonia e Ana). Mas há dois álbuns inéditos já prontos: um com a Velha Guarda da Portela (previsto para 2022); outro, do projeto Rivière Noire, seu trio com os franceses Pascal Danae e Jean Lamoot, com o qual ganhou Melhor Álbum de Música do Mundo, no Victoire de La Musique, o Grammy francês.

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Na entrevista ao jornal, Orlando relembrou que sofreu com a implicância de parte do público brasileiro por ser casado com Glória Pires.

“Diziam que ela mandava botar minhas músicas nas novelas que fazia".

Ele citou ainda que o momento mais difícil do casamento foi o boato perverso de que teria um caso com Cleo.

"Aquilo foi muita maldade, me senti impotente".

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