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Oscar 2019 | México, Pantera Negra e Lady Gaga

Divulgação
O Oscar 2019 foi marcado pela diversidade, pelo pop, pela quebra de barreiras. Pantera Negra levou três prêmios, mais mulheres subiram ao palco, o diretor mexicano de uma produção original Netflix viu seu filme levar três estatuetas importantes e a pluralidade foi aplaudida de pé. 
 
Apesar de a cerimônia não ter entregue o Oscar de melhor filme para Roma – que assim como A Favorita, Vice e Infiltrado na Klan merecia muito mais do que o vencedor Green Book: O Guia – , a edição de 2019 da premiação teve uma energia mais leve e muito mais diversa do que nos últimos anos. Apesar de ter amado Green Book e as atuações de Mahershala Ali, que levou seu segundo Oscar como melhor ator coadjuvante, e Viggo Mortensen, acredito que a Academia perdeu a chance de expandir seus próprios horizontes e mostrar que, assim como quem assiste ao Oscar, está aberta à mudanças e aos novos tempos.
 
Sem um apresentador fixo, o Oscar optou por colocar atores de todas as idades, gêneros e etnias, ao lado de músicos, esportistas e até mesmo um político, para apresentar as categorias da premiação mais importante do cinema, trazendo uma mistura mais jovem e dinâmica, com um 'timing' muito melhor do que a cerimônia de 2018. Ano passado, a festa se arrastou madrugada adentro e poucos aguentaram acordados para ver Guillermo Del Toro premiado por A Forma da Água. 
 
A torcida por Pantera Negra fez barulho nas redes sociais e os fãs ficaram mais do que satisfeitos ao ver um filme da Marvel, protagonizado por negros e enaltecendo a cultura africana, levando três estatuetas para casa: melhor trilha sonora, figurino (sendo esse o primeiro para um profissional negro) e direção de arte, também marcando o primeiro Oscar para uma mulher negra nessa categoria. 
 
Contrariando muitas apostas, que já davam como certa a vitória de Glenn Close como melhor atriz por A Esposa, Olivia Colman levou um dos principais prêmios da noite por sua atuação em A Favorita e o fez por merecer. Apesar de Close ser um monstro atuando, Colman entregou com genialidade o papel da Rainha Anne, que governou a Inglaterra no começo do século 18. Além do fator merecimento, a campanha de A Favorita foi muito mais forte e intensa do que a de A Esposa, que simplesmente não existiu.
 
Quem também comemorou foi Rami Malek. Mostrando que seu talento vai muito além de Mr. Robot, o papel de Freddie Mercury lhe rendeu o prêmio de melhor ator por Bohemian Rhapsody. Com uma bilheteria fenomenal, o tão falado 'filme do Queen' deve grande parte de seu sucesso a Malek, que se jogou em um papel difícil, delicado e que poderia elevar sua carreira a um outro nível, como elevou, ou afundá-la diante do público e dos críticos. Com direito a declaração para Lucy Boynton, parceira de filme e atual namorada, Malek pode dormir abraçado com seu Oscar e com a sensação de dever cumprido.
 
Um dos pontos altos e aguardados da noite, foi a apresentação de Lady Gaga e Bradley Cooper. Cantando "Shallow", eles arrepiaram a plateia e o público de casa, que mal podia esperar para assistir ao vivo os dois interpretando a música que deu a Gaga o Oscar de melhor canção. Emocionada, seu discurso foi embalado por uma respiração ofegante e muitos agradecimentos para quem a ajudou a chegar até ali.
 
Equilibrado e mais acessível, o Oscar 2019 conseguiu transpor algumas barreiras, ampliou o campo de visão da Academia e apontou para uma direção mais plural, com mais representatividade e mais espaço para o admirável mundo novo.
 

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