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Zeca Pagodinho lê biografia durante quarentena

Reprodução/Instagram

Quando Zeca Pagodinho nos "orientou" a deixar a vida nos levar, ele – ninguém, diga-se de passagem – imaginava que seria exatamente o que seríamos obrigados a fazer nesse período conturbado de pandemia do novo coronavírus. E é nessa vibração que o sambista carioca de 61 anos tem passado os dias de isolamento social. Ao participar do programa Altas Horas, o sambista contou um pouco de sua rotina, ao lado da mulher, Mônica, e da filha caçula, Maria Eduarda, de 16 anos.

"Estou muito irritado nessa onda aqui. Meu apartamento é muito bom, mas fica só eu, a Mônica e a Duda. A Duda fica dentro do quarto, ninguém vê. O Noah (seu neto, de 10 anos) foi embora para a casa da mãe dele, da minha filha Eliza, e está me fazendo muita falta."

O tempo ocioso tem feito verdadeiras mudanças na vida de Zeca. Ele tem resgatado composições de seus quase 40 anos de carreira, com a ajuda da cantora Teresa Cristina.

"A Teresa Cristina está me pesquisando. Ela tem falado para mim de músicas minhas que eu nem lembrava mais. Fiquei: 'Rapaz, olha quanta coisa eu tenho, que nunca parei para pensar nisso'", contou.

Mas o que demonstrou o impacto real do confinamento na vida do artista, foi o fato dele, pela primeira vez, ter lido algumas obras que levam seu nome.

"Eu até li o meu livro, que nunca tinha lido! Vejo meu samba book, nunca tinha escutado isso. Olha a quarentena o que fez!", disse, às gargalhadas.

A obra literária

Escrito por Jane Barbosa e Leonardo Bruno, o livro Zeca Pagodinho: A Vida Que Se Deixa Levar foi lançada em 2003 e destaca a trajetória do artista em 126 páginas. O samba Deixa a Vida Me Levar se tornou hino da conquista do pentacampeonato da Seleção Brasileira, alçando Zeca Pagodinho aos grandes, e inspirando a obra.

"Entre acertos e tropeços, Zeca construiu um capítulo singular na história do samba. Capítulo este que começou a ser escrito em Irajá, subúrbio do Rio de Janeiro, em meio a partidos, pagodes, terreiros, bares e casas, e evoluiu por onde quer que houvesse um bom samba. A seu modo, e fiel ao estilo deixa a vida me levar verso que iria consagrá-lo definitivamente Zeca transformou-se na mais nova unanimidade nacional. Carioca suburbano típico, soube se adaptar aos redutos mais elitistas da cidade sem perder a autenticidade, se tornando um moderno e divertido Perfil do Rio", diz a resenha do livro.

Já o Sambabook, contendo CD, DVD e Blu Ray, além de um fichário com as partituras de todas as músicas e um livro analisando a discografia do Zeca foi lançado em 2014.

O projeto multiplataforma que reuniu mais de 20 artistas convidados interpretando apenas músicas compostas pelo Zeca, com seus principais parceiros. 

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