5 motivos para assistir ao eletrizante filme Fuja

Por - 15/04/21

Lançado na plataforma Hulu (ainda não disponível no Brasil) no ano passado, “Fuja” (em inglês, “Run”) tornou-se o filme mais assistido da história e também a produção mais comentada do streaming no Twitter, segundo o Deadline. Com tanto sucesso, a Netflix, neste mês, conseguiu os direitos de transmissão e o longa chegou ao catálogo da famosa empresa.

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Em apenas 1h29m de duração, a trama de suspense/terror psicológico consegue manter um ritmo intenso para narrar o drama vivido por Chloe Sherman (Kiera Allen) durante a descoberta de segredos sinistros envolvendo sua mãe, Diane Sherman (Sarah Paulson), sem perder a atenção e o interesse do espectador.

Permanecendo no Top 10 das produções mais assistidas da Netflix, “Fuja” agradou a gente e por isso decidimos trazer para você os motivos pelos quais vale a pena dar uma chance para o filme dirigido por Aneesh Chaganty, com roteiro de Chaganty e Sev Ohanian.

Deficiência não é capacitismo

A atriz Kiera Allen passa a maior parte do tempo em um cadeira de rodas, estudando em casa e acreditando que possui muitas doenças. No entanto, ela acaba descobrindo que um certo remédio que toma causa a sua paralisia e arrisca alguns passos conforme a história avança. Na vida real, Kiera é deficiente física mesmo.

Em 2014, a jovem de 23 anos passou a fazer uso da cadeira por motivos não divulgados e, também como na obra, ela consegue andar um pouco com a ajuda de bengalas. Dessa forma, além de levar representatividade aos deficientes físicos, Allen quebrou o tabu de que precisar de uma cadeira de rodas é sinônimo de perda total dos movimentos. Pode ser, na verdade, um grande auxílio para quem possui mobilidade reduzida, assim como ela.

Outro ponto é o protagonismo. Se em “Um Lugar Silencioso” (2018), houve a presença de um atriz surda, “Fuja” dá a liberdade para que uma cadeirante seja a heroína, enfrente os desafios, construa a própria história sem a dose de pena dada pela sociedade aos deficiente no geral. Não é uma divergência motora ou intelectual que dita toda a trajetória de alguém!

Kiera Allen levou representativa às telas ao protagonizar filme sendo cadeirante na vida real

Em entrevista para a Universidade de Columbia, onde estuda redação criativa, ela demonstrou satisfação por fazer parte do projeto.

“Se você vai contar histórias verdadeiras para este mundo em que vivemos, você tem que contar histórias sobre as pessoas que vivem neste mundo”, declarou. “Essa é uma das razões pelas quais este filme é tão empolgante – porque histórias sobre pessoas com deficiência não são contadas com frequência e nem sempre são contadas com tanta autenticidade”, explicou.

Aliás, ela se tornou apenas a segunda cadeirante a protagonizar um filme de suspense desde a década 1940, quando Susan Peters estrelou o thriller “The Sign of The Ram“, em 1948.

Roteiro bem construído

 

Apesar das semelhanças com a minissérie The Act (2019), também do Hulu, constantemente apontadas, o longa-metragem consegue se distinguir, claro, por não ser baseado em fatos reais e ter uma figura materna muito mais disposta a manter a filha por perto custe o que custar.

A tensão constante sentida pelo espectador é mais um ponto positivo, seguido da capacidade em despertar no público um misto de raiva, angústia, compaixão conforme a relação entre mãe e filha se estreita rumo ao trágico.

Atuações impactantes

 

Conhecida por sua longa parceria com Ryan Murphy na série American Horror Story, Sarah Paulson também estrelou, em 2020, Ratched, da Netflix (mais uma série com o dedinho de Murphy), sempre dando um show quando o assunto é terror. A expectativa, então, era grande em cima dela e “Fuja”. Não houve decepção!

Oscilando muito bem entre a mãe obsessiva e superprotetora para uma pessoa capaz de matar para manter a filha trancada em casa, é possível ver uma química muito boa entre ela e a estreante Kiera. 

Brilhando separadas, elas transmitem a angústia da convivência nas trocas de olhares quando juntas, mostrando que os papéis eram para ser delas.

Vale ressaltar que o elenco enxuto também favorece a trama.

Sarah Paulson brilhou juntamente com a estreante Kiera Allen

Cenas de causar arrepio

 

Por ser um filme deveras rápido, ele não foi boicotado pelo tempo. Isso foi, na verdade, um fator positivo pela linguagem dinâmica escolhida pelo roteiro e direção. Mesmo assim, quando tudo parece caminhar para algo mais parado, a aflição toma conta, principalmente quando Chloe se vê presa no andar de cima da casa.

Desfecho inesperado

 

Quando tudo dá errado, já espera-se que o final de um filme traga todas as respostas, resolva o que precisa ser resolvido, termine com um ar de “mundinho cor de rosa”. Contudo, “Fuja” não quis nada disso.

A narrativa caminha para algo do tipo, rola aquele alívio por Chloe finalmente tenha os momentos de glória, porém, um salto no tempo encerra a trajetória dela e de Diane com o público de queixo caído, surpreso, sem palavras.

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