Alexandre Machado dá 1ª entrevista após a morte de Fernanda Young

O Brasil ficou órfão de uma versátil artista chamada Fernanda Young, há quase um ano. Conhecida prelo humor ácido e a sensibilidade de uma eximia escritora, a também atriz morreu de maneira repentina.

Recluso e sempre discreto, o viúvo, Alexandre Machado, concedeu sua primeira entrevista ao roteirista, Gustavo Gontijo. Por meio de seu canal de YouTube, intitulado Gabinete Digital de Leitura, os dois conversaram por mais de duas horas.

O criador da série de sucesso, Os Normais, contou como ele e os quatro filhos estão passando pela experiência do luto. Neste momento de quarentena, as duas mais velhas, Cecília e Estela, estão com o pai em São Paulo, já os caçulas, Catarina e John, estão no Sul de Minas com a tia Renata Young.

“A gente que tem filho pequeno, eu tenho um de 10 e um de 11, não pode se dispersar. Tem que acreditar em alguma coisa, que não sei exatamente o que é… Aliás, eu sei exatamente o que é: é o amor, sendo mais cafona possível. Na minha vida ultimamente fatos aconteceram que me tiraram coisas nas quais eu acreditava fortemente. Uma coisa que ficou e que me salvou, continua me salvando, continua nos salvando como família, é o amor”, disse ele.

Filhas de Fernanda Young seguem os passos artísticos da mãe
Filha de Fernanda Young relembra a mãe em homenagem

Além da família, é no trabalho que o roteirista se refugia. A segunda temporada de Shippados está pronta e um piloto de uma nova série também.

“São tempos difíceis. Não dá pra ficar rindo à toa, mas ter senso de humor é fundamental. A pandemia fará com que os roteiristas tenham que reavaliar as histórias e a forma de contá-las. Eu estou tentando me antecipar a isso”, pontuou.

A parceria profissional com a amada rendeu ao casal inúmeros projetos.  

“Cada um tem seu método e eu organizava tudo depois. Para Fernanda, escrever não era um ofício, era uma necessidade. Ela era uma escritora, não tinha muito saco para as técnicas”, relembrou ele.

Por fim, Alexandre Machado deixou uma mensagem de esperança, ainda mais em um mundo que sofre por conta da pandemia causada pela Covid-19.

“Um pensamento que tive e falei com minha filha outro dia é que não importa pelo que você passa, importa no que você se transforma. A gente vai passar por coisas horríveis, todos passamos. A gente não tem o menor controle pelo que vai passar. Nossa família é um exemplo, passamos por coisas muito difíceis recentemente. Você pode se tornar isso ou aquilo. Quem passar pelo que a gente vive hoje deveria pensar no que vai se transformar depois. Vamos todos tentar nos transformar numa coisa melhor depois dessa m. toda”, concluiu.