‘Aquele Eduardo Costa das polêmicas não existe mais!’, avisa sertanejo

Por - 11/02/21 - Última Atualização: 6 abril 2021

Reprodução/Instagram

Nascido e criado no interior de Minas Gerais, Eduardo Costa conta com mais de 25 anos de carreira dedicada à música. De gosto eclético, o mineiro é de família cigana, apaixonado por música flamenca, que usa sua arte para emocionar e ajudar o próximo.  Conhecido por declarações um tanto polêmicas, Eduardo vem repensando suas ações.  E é por meio da sua influência como artista que ele tem se preocupado com os rumos do nosso País no que tange direitos civis e até os cuidados com a natureza. 

Ao OFuxico, Costa  conta detalhes de seu mais recente trabalho, Pantanal, inteiramente gravado na região tão castigada pelos incêndios no ano passado que dizimou milhares de animais e contribuiu para o desmatamento da floresta.  Vaidoso, revela que por conta da pandemia parou de fazer exercícios, que ama arroz e feijão e quais novelas mais gostou de ver e até as séries como, Pedra sobre Pedra, Renascer, O Rei do Gado, Avenida Brasil e The Blacklist. Porém, o lado mais sensível de um homem conhecido por sua força física e comentários fortes ganham outros contornos, a empatia ganha cada vez mais espaço na vida do artista tendo como prioridades “respeitar a religião e a orientação sexual das pessoas”.

Com vários sucessos ao longo de sua trajetória, Costa tem usado sua influência para ajudar crianças com câncer do Hospital de Barretos, um dos seus sonhos é criar uma unidade em Minas Gerais e dar apoio às famílias. Com seus shows ele doa cachês para angariar fundos para as entidades sociais. No campo pessoal sonha em conhecer o Texas, nos EUA, local conhecido pela forte ligação com o estilo country.

Opiniões fortes ficaram no passado:

“Aquele Eduardo Costa das polêmicas não existe! Infelizmente, eu entrei em um lado obscuro que não deveria ter entrado, que foi política! Eu tentei ser um cidadão comum e eu esqueci que eu era um artista! Fui um cidadão normal com todas as queixas e críticas ao ver o ver o Brasil, em uma situação difícil. Eu resolvi em algum momento expor meu voto e fazer quase que uma campanha e eu vi ali o que pode acontecer com uma pessoa em termos de xingamento e baixaria que não dá nem pra citar, até ameaças, ameaças à família, fora cancelamento, fora muitas coisas que eu não fiz e falei. As pessoas distorceram tudo, por isso hoje eu não faria, em hipótese nenhuma. Me arrependo totalmente de ter feito isso em algum momento! Pra te falar a verdade, eu não sou um cara tão direto quando pensam, eu sou um cara simples, um cara que vê o lado das pessoas, um cara que entende todo mundo! Eu nunca fui um cara da direita ou da esquerda. Eu sou uma pessoa que nunca tive isso na minha vida, eu não gosto da extrema esquerda e nem da direita extrema! Equilíbrio é tudo e a gente tem que aceitar as pessoas como elas são, com sua escolha religiosa ou orientação sexual!”.

Empatia e respeito ao próximo:

“Temos que entender, aceitar e oferecer nossa ajuda em questão de companhia para essas pessoas e me arrependo totalmente de ter me envolvido nisso! Eu quero ser um ser humano comum, sei que a opinião do artista é diferente, tem um peso maior e, por isso, não quero mais expor minha opinião sobre isso, porque não vale a pena! Não por que eu tomei pancada, não! Isso eu não ligo mais, eu ligo de parecer algo que eu não sou! Mas eu sou homem se assumir tudo que eu falei! Erros e acertos, daquilo que eu falei! Mas não acho que sou esse cara! Eu quero que as pessoas conheçam o Eduardo Costa pai, amigo, cantor, instrumentista! O Eduardo Costa de Deus! Eu quero mostrar música para as pessoas e quero que me reconheçam como artista! Eu sou um artista que faz arte e que ama e respeita a arte! E principalmente que respeita a cultura! E como cigano, eu já venho respeitando desde meus tataravós, bisavós, avós… Toda minha geração, de 500, de 1.000 anos atrás, tem esse respeito à cultura! E, além de respeitar a minha cultura, eu respeito todas as outras culturas musicais do nosso país e isso que quero que as pessoas conheçam! Quero que as pessoas conheçam esse Eduardo Costa humano, aquele cara que aceita e erra e sempre com o intuito de aceitar e não magoar as pessoas, quero levar alegria pra todos! Porque esse é o Eduardo Costa que eu sou!”

Amor ao Pantanal em forma de DVD:

“Meu intuito é resgatar a música caipira, a música sertaneja. A música caipira tem se perdido em meio a essa nova música universitária, e aí eu falei: ‘Não é só uma questão financeira, da venda, de ser bonito, mas é uma questão de resgate! Sabe?’ Eu gravei 15 músicas, mas ainda tem muita música que eu quero gravar, era para gravarmos 25, mas perdemos um dia porque o barco acabou encalhando. Mas eu ainda quero gravar sim outras músicas e trazer a música caipira pra essa moçada e pro povo ouvir, porque a música caipira o povo ama, e com uma nova roupagem, é um novo jeito de cantar. Tenho certeza que todo mundo vai amar! Eu fiz a primeira e segunda voz, fiz todos os arranjos, toquei todos os instrumentos (baixo, bateria, violão e viola) e produzi. Tive a oportunidade de fazer tudo isso, junto comigo levei o sanfoneiro paraguaio Vicente Castilho e tivemos a oportunidade de criar ali, no rio Paraguai, no berço da música caipira. Tivemos a oportunidade de cantar no Pantanal”.

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