Bate-boca! João Dória e Datena se estranham ao vivo

Por - 23/10/20

Reprodução/Instagram/Divulgação

O programa Brasil Urgente, exibido na Band na noite de quinta-feira (22) foi bastante tenso. O governador de São Paulo, João Doria, foi entrevistado por José Luiz Datena, apresentador do telejornal, e os Ânimos ficaram bastante inflamados quando o assunto foi a Coronavac, a vacina contra a Covid-19, desenvolvida no estado pelo Instituto Butantan em parceria o laboratório chinês Sinovac.

A treta começou quando Datena disse que a vacina estava sendo utilizada na China apenas em caráter emergencial.

“Não está sendo aplicada em massa”, disse.

“Não é verdade”, interrompeu o governador, desmentindo.

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“Deixa eu terminar o meu raciocínio. Depois você diz se não é verdade”, rebateu Datena.

“Mas não é, estou dizendo a você que não é”, afirmou Doria.

Segundo round

O clima voltou a pesar quando o governador de São Paulo citou que, na Indonésia, houve regressão do coronavírus. Datena disse que a Europa já previa uma segunda onda da doença.

“Por que tanta briga por causa de uma vacina que não está aprovada? Se o senhor acusa Bolsonaro de estar usando politicamente isso. Bolsonaro está acusando o senhor da mesma coisa”, disparou o apresentador do Brasil Urgente.

“Negativo, Datena. Desculpa, mas eu sigo orientação da ciência. Eu nunca declarei para você nem para ninguém que era uma gripezinha”, rebateu Dória.

“Mas você falou que o pior já tinha passado”, insistiu Datena.

O governador, então, alfinetou, citando a emissora.

“O pior já passou mesmo. Estamos em fase de declínio. O Jornal da Band toda as noites reproduz isso. Pergunte ao Eduardo Oinegue, que apresenta todos os dias”.

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“Não estou aqui para perguntar para jornalista! Estou aqui para perguntar para o senhor! Você não precisa me mandar perguntar para companheiro meu. Eu estou perguntando para o senhor. Porque o senhor falou que o pior já passou e agora está brigando tanto pela vacina?”.

“Porque nós precisamos ter. A situação pior em São Paulo já, de fato, passou. Mas nós ainda temos a pandemia. Precisamos controlar com a vacina ou com outras. Essa é a posição da ciência”.

Terceiro round

Na tentativa de mudar o foco, Datena questionou sobre a abertura das escolas e a volta às aulas e indagou se não seria necessária a vacina para que essa volta acontecesse.

“Volto a repetir. São 20 médicos especialistas que cuidam disso. Não é uma determinação minha nem será sua, Datena. Com todo o respeito que você merece. Você não é médico nem infectologista”, disparou o governador.

Datena subiu o tom.

“Nem o senhor! Quantas pessoas morreram em São Paulo?”

“Eu defendo a vida”, afirmou o político.

“E o senhor acha que eu defendo o quê? Eu não sou médico, mas eu defendo a vida como jornalista. Essa é minha função. Eu posso não ser médico, mas você também não é”, rebateu Datena.

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Deu ruim!

Diante do climão pra lá de pesado, a assessoria de João Dória pediu que a entrevista fosse encerrada.

“Não sei se por causa de ter ficado um pouco mais tensa”, disse Datena, ao vivo.

“Podemos prosseguir. Eu tenho uma reunião agora, mas faço questão de prosseguir com você. Não interrompa a entrevista exceto se você desejar”, afirmou Dória.

Pedidos de desculpas

A entrevista prosseguiu. Ao final, Datena pediu desculpas pelo bate-boca.

“Eu não queria chegar a esse ponto de discutir em entrevista. Eu aprendi há muito tempo que, quando você discute em entrevista, você perde um grande tempo de informação para a população. Ficar discutindo coisas que não são interpretativas, são factuais, não gosto. Queria pedir desculpas à população de chegar a esse ponto. Não gosto de fazer entrevista desse tipo. Me sinto muito mal”, admitiu.

“Quando você discute em entrevista. Aprendi com o tempo, demorou mas aprendi, o que resta de informação é muito pouco. O entrevistado não fala, você fica discutindo, e o povo que queria ser esclarecido acaba não sendo. Essa foi uma das piores entrevistas que nós já fizemos, eu e o senhor. Foi muito ruim. Não gostei do resultado final”, disse o jornalista.

Doria tentou hastear a bandeira da paz.

“Todos nós temos os nossos momentos bons e ruins. Somos seres humanos”.

“Eu estou dizendo que foi uma entrevista ruim minha e sua. Não gostei da entrevista nem da sua participação e nem da minha. Menos da minha, é claro”, observou Datena.

“Eu não disse que você fez uma má entrevista. Disse que há momentos bons e ruins”, disse o governador.

“O senhor não disse, mas eu não gostei”, repetiu Datena.

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