Bom Dia, Verônica aborda violência doméstica em thriller intenso

Por - 01/10/20

           

Bom Dia, Verônica é a mais nova aposta brasileira da Netflix. O thriller psicológico, baseado no livro de Ilana Casoy, criminóloga e escritora, e Raphael Montes, autor de grandes títulos, foi adaptado pela plataforma de streaming e promete ser um sucesso aos olhos dos fãs de suspense e investigação criminal. Em um misto de tensão, o retrato cruel da violência contra mulher e uma caçada por justiça, a série foi desenvolvida sob os olhares atentos dos autores, que conseguiram traduzir o espírito avassalador do livro para a tela. 

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Estrelado por Tainá Müller, Edu Moscovis e Camila Morgado, a narrativa acompanha a história de Verônica Torres, escrivã da Delegacia de Homicídios de São Paulo, que se vê envolvida em um caso complexo e resolve seguir seus instintos. Em entrevista, Tainá contou como foi a experiência de encontrar dentro de si uma personagem tão intensa e cheia de camadas, que lida com situações delicadas, de extrema violência psicológica, física e emocional contra as mulheres.  

"Eu criei a minha Verônica e isso foi uma escolha. Não só minha, mas também do Zé Henrique Fonseca e dos próprios autores que adaptaram a obra. No roteiro ela já estava bem diferente do livro, já que são plataformas diferentes, uma é a literatura e a outra audiovisual. Comecei lendo o livro, fizemos um laboratório bem intenso e diário na casa do Du (Moscovis) e o Sérgio Penna também m ajudou muito a entender quem seria essa Verônica que eu traria", disse.

Para compor Verônica, Tainá se entregou de corpo, alma e coração.

"Fiz laboratório na Delegacia de Homicídios do Rio aprendi a lutar, a atirar, coisas que nunca me foram exigidas como atriz", contou.

Edu Moscovis e Camila Morgado entregam uma atuação impecável ao interpretarem Janete e Brandão. Com cenas recheadas de silêncio e tensão, a atriz contou como foi mergulhar em sua personagem, que é vítima de um relacionamento abusivo e extremamente complexo. 

"A Janete foi um personagem muito difícil de ser construído, muito emocionante, intenso emocionalmente e muito bonito ao mesmo tempo. A Janete representa várias mulheres que sofrem isso diariamente. O que eu pude perceber fazendo o papel da vítima, é que isso está do nosso lado, está na nossa família, nossas amigas já passaram por algum tipo de constrangimento, nós mesmas também e, muitas vezes, não conseguimos entender que aquilo era uma violência. Para mim era muito importante poder mostrar que isso tem nome, que se chama violência doméstica. Algumas mulheres no set me falaram sobre coisas que já haviam vividos em algumas relações, que chegaram a ser agressivas", contou. 

"Nossa preocupação era também retratar os estágios pelos quais a vítima passa ao ser manipulada, muitas vezes se sentindo responsável pelas atitudes que o agressor tem, a vergonha que existe de tocar no assunto. É muito importante mostrar isso na ficção para que as mulheres se identifiquem e entendam que aquilo existe. Na pandemia, as denúncias de violência contra mulher aumentaram ainda mais e vivemos e uma sociedade dominada por um machismo estrutural. Foi muito importante viver isso". 

Bom Dia, Verônica já está disponível na Netflix. 

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