Daniel Dias representa o Brasil no encerramento da Paralimpíada de Tóquio

Por - 05/09/21

Foto: Takuma Matsushita/CPB

Acabou! A chama da Paralimpíada de Tóquio foi apagada na manhã deste domingo, 05 de setembro, ao som de “What a Wonderful World”, sucesso na voz de Louis Armstrong. Celebrando a diversidade, a cerimônia de encerramento destacou uma mensagem de esperança em uma festa de muitas cores e ritmos.

Maior medalhista paralímpico da história do Brasil, o nadador Daniel Dias foi o porta-bandeira do Brasil no desfile de encerramento. O atleta de 33 anos conquistou três bronzes em Tóquio, somando um total de 27 medalhas em sua coleção sendo 14 de ouro, sete de prata e seis de bronze. Dias é o maior medalhista brasileiro em Paralimpíadas e o quarto entre todos.

Além de ser o representante do Brasil, Daniel Dias foi empossado como membro do Conselho de Atletas do Comitê Paralímpico Internacional (IPC), cargo que ocupará até a Paralimpíada de Paris em 2024.

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BRASIL DISPAROU NA CONQUISTA DE MEDALHAS

O Brasil fez história mais uma vez nos Jogos Paralímpicos e conseguiu igualar-se em número de medalhas do Rio em 2016, com 72 conquistadas nas mais variadas modalidades em toda a competição, sendo 22 de ouro, 20 de prata e 30 de bronze, terminando em 7º lugar no quadro geral de medalhas nas Paralimpíadas.

O esporte paralímpico vencedor no quesito medalhas é o atletismo, com 28 ao todo. Além disso, o Brasil ultrapassou a marca de 100 medalhas em Jogos Paralímpicos com a vitória de Yeltsin Jacques no atletismo.

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CONFIRA AS MEDALHAS

Ouro:

8 no Atletismo – Yeltsin Jacques (2 medalhas), Silvania Costa, Petrucio Ferreira, Wallace Santos, Elizabeth Gomes, Claudiney Batista e Alessandro Rodrigo

8 na Natação – Gabriel Bandeira, Wendell Belarmino, Maria Carolina Santiago (3 medalhas), Gabriel Araújo (2 medalhas), Talisson Glock

1 no Remo – Fernando Rufino

1 no Futebol de 5

1 no Goalball Masculino

1 no Parataekwondo – Nathan Torquato

1 no Levantamento de Peso – Mariana D’Andrea

1 no Judô – Alana Maldonado

Prata:

9 no Atletismo – Thomas Moraes, Thalita Simplicio (2 medalhas), Marco Aurélio Borges, Marivana Oliveira, Raissa Machado, Vinicius Rodrigues, Alex Pires

5 na Natação – Gabriel Bandeira (2 medalhas), Gabriel Araújo, Revezamento Misto e Cecília Araújo

2 na Canoagem – Luis Carlos Cardoso

1 no Remo – Giovani Vieira

1 no Parataekwondo – Debóra Menezes

1 no Tênis de Mesa – Bruna Alexandre

1 no Hipismo – Rodolpho Riskalla

1 na Esgrima em cadeira de Rodas – Jovane Guissone

Bronze: 

11 no Atletismo – Washington Junior, João Victor Teixeira (2 medalhas), Julyana Cristina, Cícero Nobre, Jardenia Felix, Mateus Evangelista, Thiago Paulino, Petrucio Ferreira, Ricardo Mendonça, Jerusa Geber

1 no Vôlei Sentado Feminino

1 no Parataekwondo – Silvana Fernandes

10 na Natação – Daniel Dias (3 medalhas), Wendell Bellarmino, Talisson Glock, Beatriz Carneiro, Mariana Gesteira, Revezamento Livre, Maria Carolina Santiago, Phelipe Rodrigues, Revezamento 4×100 Livre

2 no Judô – Lúcia Araújo e Meg Emmerich

2 no Tênis de Mesa – Catia Oliveira e Disputa por Equipes

1 no Remo – Renê Pereira

2 na Bocha – Maciel Santos e José Carlos Chagas

QUADRO GERAL DE MEDALHAS

Com 206 medalhas, a China é a maior campeã das Paralimpíadas no quadro de medalhas geral sendo 95 de ouro, 60 de prata e 51 em bronze. Em segundo lugar vem a Grã-Bretanha com 124 enquanto os Estados Unidos fecharam com 103 no geral.

O Brasil termina em 7ª posição com 72, mantendo-se entre os dez primeiros. Confira o quadro final de medalhas das Paralimpíadas 2021 geral.

1 China: 95 ouro, 60 prata e 51 de bronze (203)

2 Grã-Bretanha: 41 ouro, 38 prata e 45 bronze (124)

3 Estados Unidos: 36 ouro, 36 prata e 31 de bronze (103)

4 Comitê Olímpico Russo: 36 ouro, 33 prata e 49 bronze (118)

5 Holanda: 25 ouro, 17 prata e 17 bronze (59)

6 Ucrânia: 24 ouro, 47 prata e 27 bronze (98)

7 Brasil: 22 ouro, 20 prata e 30 bronze (72)

8 Austrália: 21 ouro, 29 prata e 30 bronze (80)

9 Itália: 14 ouro, 29 prata e 26 bronze (69)

10 Azerbaijão: 14 ouro, 1 prata e 4 bronze (19)

A FESTA DE ENCERRAMENTO

O tema da festa de encerramento foi “Cacofonia Harmoniosa”. A cerimônia começou com um vídeo mostrando as mais diversas modalidades disputadas e diferentes estilos de música sendo tocados na capital japonesa, e emendou com os músicos, com diferentes deficiências, se apresentando ao vivo no Estádio Nacional, sob um show de luzes.

Dançarinos de breakdance, apresentações de patins e bicicletas BMX, representações dos games de luta e, por fim, demonstrações de como o espírito paralímpico se espalha através do mundo, permearam a cerimônia. Ao fim, a frase ‘obrigado a todos os paralímpicos’.

Na sequência, o hasteamento da bandeira do Japão e o hino japonês cantado por um coral inantil. Assim como na cerimônia de abertura, foi exibido o vídeo da campanha #WeThe15 (Nós, os 15), produzido pelo Comitê Paralímpico Internacional e que pede que as pessoas com deficiência sejam tratados como pessoas normais, apenas com algumas características extras. O nome da campanha faz referência aos 15% da população mundial que tem algum tipo de deficiência.


https://twitter.com/LecaG0/status/1434501345638326273

DESFILE DE DELEGAÇÕES

A bandeira do Afeganistão foi a primeira a entrarem cena, com os dois atletas do país classificados para a Paralimpíada que conseguiram deixar Cabul e chegar a Tóquio a tempo de competir.

Cada porta-bandeira pegava um pequeno espelho, que colava numa réplica em miniatura do Sky Tree Tower.

Com a réplica do Sky Tree completa, os dançarinos voltaram à cena para “terminar a construção” da cidade com réplicas de outros prédios. Os mascotes Miraitowa e Someity finalmente apareceram, também para ajudar nesta última parte da apresentação. Com um pequeno contratempo, a réplica da Sky Tree caiu duas vezes e demorou a ser colocada na vertical.

PREMIAÇÃO

A entrega do prêmio “I’m possible”, para atletas e escolas que contribuem no movimento paralímpico no Japão e em outros países, foi uma momento de emoção à parte.

Na sequência, Daniel Dias e outros três atletas foram apresentados como novos membros do Conselho de Atletas do IPC – outros dois também foram integrados ao órgão, mas não estavam presentes. Os quatro entregaram um buquê de flores e mascotes de pelúcia a quatro voluntários que trabalharam nos Jogos.

Músicos com deficiência voltaram a aparecer e o destaque principal ficou para um grupo de percussionistas na música e pessoas com pernas de pau na dança. Pouco depois, dançarinos usando roupas que remetiam à cultura pop japonesa surgiram para outro show, que destacava diversos integrantes com deficiência se movimentando.

Pouco depois, a bandeira dos Jogos foi desasteada e entregue a Anne Hidalgo, prefeita de Paris, enquanto o hino paralímpico era executado. Próxima sede dos Jogos, a capital francesa começou sua parte da apresentação com um vídeo de uma dançarina representando o hino do país em linguagem de sinais.

Mais um vídeo foi apresentado pelos organizadores da Paralimpíada de Paris na sequência, com 128 pessoas cadeirantes realizando movimentos geométricos, comandadas por um coreógrafo. A transmissão mostrou cidadãos franceses que comemoravam em Paris com os medalhistas do país em Tóquio, viam uma apresentação acrobática, e celebravam a criação francesa de um sistema que permitia escrever em celulares apenas com o movimento dos olhos, permitindo a comunicação a quem não consegue se mexer. A Torre Eiffel foi representada com uma prótese em uma das ‘pernas’ e com a bandeira da próxima edição ‘hasteada’.


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É jornalista formada pela Universidade Gama Filho e pós-graduada em Jornalismo Cultural e Assessoria de Imprensa pela Estácio de Sá. Ela é nosso braço firme no Rio de Janeiro e integra a equipe de OFuxico desde 2003. @flaviacirino