Depressão, DDA, ansiedade, problemas que foram revelados em reality show

Por - 21/02/21 - Última Atualização: 6 abril 2021

Divulgação/TV Globo

Leka, Sabrina Sato, Fani Pacheco, Gabi Martins, Daniel Lenhardt, Fiuk, Monique Evans, Raíssa Barbosa, Stefani Bays, entre muitos outros que, talvez, não tenham revelado… O que seria? Todos eles, ao participarem de um reality show, tornaram público um problema de saúde, por vezes não conhecido nem mesmo por pessoas da própria família ou por fãs, que promovem um verdadeiro CSI na vida dos famosos. 

Na atual edição do Big Brother Brasil, Fiuk revelou ser portador de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e contou que teve muitos problemas na infância por conta disso. 

“Eu estudava, chegava em casa e minha mãe ficava passando coisas. Tinha as piores notas, era bizarro. Fui crescendo e quis saber o que era isso que eu tenho, fiquei inquieto”, contou. 

O TDAH apareceu em outras ocasiões em realities. Assim como doenças como DDA, Bulimia e Depressão. Mesmo que tanto a Globo quanto a Record TV garantam que todos os participantes de seus programas passam por avaliação médica antes de entrar no confinamento. A Globo reforça que dispensa acompanhamento 24 horas por dia para todos. Quem precisa de remédios, comunica previamente.

Destacamos alguns casos, veja só:

Depressão

Participante do BBB7 e do BBB13, Fani Pacheco sofre de depressão endógena, causada por fatores de origem biológica e/ou hereditária. Ela teve os primeiros sintomas ainda na adolescência. 

“Cuido desde os 14 anos e, depois, foi recorrente aos 18, 20 e 22 anos. No meu caso, é genético, tenho de tratar para o resto da vida e é um desequilíbrio bioquímico do meu cérebro”, disse. 

Em 2013, em sua segunda participação no reality, Fani dispensou os remédios. Teve crises de choro e alterações de humor. 

Gabi Martins, participante do BBB20, tomou remédios para enfrentar uma depressão em 2019 e parou de tomá-los antes de entrar no reality show. 

Bulimia

Sister da primeira edição do Big Brother Brasil, Leka Begliomini nunca tinha sequer usado biquíni na frente dos amigos. No programa, teve que tomar banho e se pesar em rede nacional. 

Leka acabava as refeições e se trancava no banheiro para vomitar, o que deixou explícito seu transtorno alimentar. Na época, o assunto não era debatido e foi a primeira vez que a bulimia foi falada amplamente na TV nacional. 

“Quando entrei no BBB, não tinha a menor ideia do que o público estava vendo ou não. Era a primeira edição, a gente não sabia muito bem como funcionava, não sabia quais cenas seriam transmitidas. Sem querer, fui a primeira pessoa do Brasil a falar de bulimia”, disse. 

DDA

Atire a primeira pedra que nunca chamou Sabrina Sato de avoada, distraída. A apresentadora explica: é portadora do Déficit de Atenção, o DDA, distúrbio que atinge crianças e adultos, caracterizado primariamente pela falta de concentração em atividades rotineiras e pela impulsividade. 

Sabrina Sato prefere não tomar remédios. Ela tem medo de perder a criatividade. 

“Sou a que tem mil ideias! Ah, gente, vai mexer em time que está ganhando? Me atrapalho em tudo, mas eu tenho uma babá 24 horas, um assessor pessoal. São amigos que acabaram trabalhando comigo”, contou. 

Ela até tentou ser mais independente, mas não deu certo. 

“Da primeira vez que fui sozinha pegar um avião, peguei o avião errado e fui!”. 

TDAH

Eliminado do BBB20 com mais de 80% dos votos em um paredão triplo, Daniel Lenhardt revelou que foi diagnosticado com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) antes de entrar no reality da Globo e que procurou ajuda profissional para lidar com a doença. 

Em sua passagem pelo programa, o loiro virou o rei das punições, justamente por seu jeito atrapalhado. Na verdade, era falta de atenção. 

Em A fazenda 12, Stéfani Vays revelou ter o mesmo transtorno, mas em grau alto. Ela não levou o remédio para o confinamento, por ser forte e causar muita irritabilidade. Houve uma situação em que a morena pediu para a ex-miss Jakelyne sentar perto dela para que Stéfani pudesse prestar atenção no que estava acontecendo na votação, evitando, assim, que se perdesse. 

O TDAH pode ter seu início na idade pré-escolar e se entender até a idade adulta. O tratamento depende da idade da pessoa. Especialistas destacam que a medicação é importante principalmente quando os sintomas têm muito impacto. 

Transtorno de Borderline

Monique Evans chegou a ficar internada por 15 dias em uma clínica psiquiátrica por conta do Transtorno de Borderline. Monique chegou a pensar em tirar a própria vida. 

“Sou borderline. As pessoas não acreditavam que eu tinha essa doença. Desde a adolescência eu sofro com isso. Comecei a escrever poesias e eram coisas tristes, não de uma menina alegre. Comecei a bater com a cabeça na parede, não eram coisas normais. Durante toda a minha vida eu tive crises e até tentei me matar várias vezes”, relatou a ex-modelo. 

Oscilação de humor, medo e sensação de solidão, características do Borderline, afetam também Raíssa Barbosa. As crises da vice-miss bumbum causaram indignação por parte dos internautas, pelo grau de irritabilidade e agressividade que ela ficava no confinamento. Raíssa chegou a quebrar uma porta. 

Alopécia areata 

As falhas no couro cabeludo de Lucas Penteado indicam a ocorrência de alopecia areata. O artista não falou publicamente sobre o assunto. No curto período em que o ator esteve no reality, passou por inúmeras situações de estresse, motivadas por conflitos com outros participantes. Os abusos psicológicos contra o artista podem, inclusive, ter agravado a ocorrência da perda capilar. Logo após a primeira semana do programa, ele decidiu deixar a competição em meio a pressões internas. 

A alopecia areata é uma doença autoimune que acomete os folículos pilosos (estrutura composta por um fio de pelo ou cabelo e outros elementos como glândula e músculo), levando à perda de pelos não cicatricial (quando o cabelo cai, mas pode voltar a nascer, pois não há destruição do folículo piloso). Essa ausência de pelos pode ser em placas, que é a forma mais comum. 

O risco de desenvolver alopecia areata em toda a vida é de cerca de 2%, igualmente entre os sexos masculino e feminino. A doença pode se manifestar em qualquer idade, mas é mais comum em pessoas antes dos 40 anos. 

Estudos mostram que mais da metade dos pacientes apresenta algum diagnóstico psiquiátrico, sendo depressão e ansiedade os mais frequentes, mas não somente. É evidente o impacto psicológico que a perda de cabelos traz, atrapalhando a autoimagem, o relacionamento interpessoal e o relacionamento no trabalho/escola. O mecanismo pelo qual transtornos emocionais pioram doenças ainda não está esclarecido, mas uma possível explicação seria a interferência de neuromediadores no sistema imune. 

O suporte emocional, com ajuda de um psicólogo, pode levar a melhores respostas ao tratamento da alopecia areata.

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