Elas venceram o câncer de colo do útero!

Por - 04/12/20

Fotomontagem/Instagram

Fátima Bernardes não está sozinha. Claro que não! Infelizmente, o câncer é uma doença que ainda acomete muitas mulheres, com aproximadamente 570 mil casos novos por ano no mundo. Dados do Instituto Nacional do Câncer estimam, neste atípico 2020, um risco estimado de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres. Várias famosas já passaram pelo problema e, vitoriosas na batalha, contaram um pouco do que viveram. 

Luiza Brunet foi uma delas. Em dezembro de 2014, a modelo descobriu um tumor no útero, mas só tornou público após resolver a questão, em março do seguinte. A beldade fez uma histerectomia total, procedimento que retira os ovários, útero e trompas de falópio. O tumor era benigno e não foi preciso fazer nenhum tipo de tratamento. 

Luiza Brunet lutou contra o câncer de útero

Antes de descobrir o tumor, Luiza conta que chegou a desmaiar algumas vezes durante os exercícios na academia. 

"Comecei a ter um cansaço fora do comum. Fazendo academia, cheguei a desmaiar algumas vezes. Fui ao meu clínico geral e ele me pediu para fazer uma tomografia do tórax e do abdômen. Apareceu um tumor gigante. O que me surpreendeu foi o fato de eu estar hiper saudável. É um tipo de tumor que cresce rápido", revelou, na época. 

A forrozeira Samyra Show também superou a doença. Em julho de 2011, após perder 45 quilos por conta de uma cirurgia bariátrica, a cantora descobriu o câncer no colo do útero. Em maio de 2012, ela estava curada. 

“Tenho uma notícia maravilhosa. Estou muito feliz. Fiz o exame Papanicolau e o resultado foi ausência de células neoplasivas. Não tenho mais nem uma célula com câncer. Para honra e glória do meu Jesus, estou curada!”, disse ela em suas redes sociais. 

Aos 34 anos, no auge da carreira como jornalista, Natalie Nanini descobriu um câncer de colo de útero bastante incomum, que não era causado por HPV. Ela já era mãe de Luiza, à época com 02 anos, e estava prestes a se casar.  Em 13 de março de 2015, Natalie passou por histerectomia, onde foi retirado o útero, as trompas, o paramétrio, parte final da vagina e os gânglios da área pélvica. Apenas o ovário foi preservado. Após o procedimento, ela fez sessões de radioterapia, que provocaram queimaduras e lesões. Para completar, ela perdeu o emprego. 

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Natalie Nanini descobriu um câncer de colo de útero bastante incomum

Passado o período de luta, ela transformou a dor em informação e criou o blog Câncer Sem Censura. Atualmente, ela comanda a Direção de Jornalismo do Sistema Santa Cecília de Comunicação, além de apresentar o jornal Bom Dia Cidades, veiculado em toda Baixada Santista. Nanini também ministra palestras de motivação a partir de toda ressignificação da trajetória que viveu com a doença.  

A atriz Fran Drescher, conhecida por sua atuação na série The Nanny, teve o diagnóstico após passar por oito médicos. Em junho de 200 ela foi internada no Hospital do Cedars-Sinai Medical Center, em Los Angeles, e passou por cirurgia de emergência. Como a doença estava na fase 1, não precisou fazer quimioterapia. Em 2007, no aniversário de sete anos da cirurgia, ela inaugurou a Fundação Schmancer Câncer, entidade sem fins lucrativos para ajudar pessoas com a doença. 

Mulher do roqueiro Ozzy Osbourne, Sharon Osbourne descobriu que tinha câncer em 2002. Passou por uma cirurgia para tirar parte do cólon, porém, foi descoberto que a doença era mais grave do que parecia, pois teria se espalhado para seu sistema linfático. Ela passou pelo tratamento e fez questão que tudo fosse mostrado durante a segunda temporada do programa The Osbournes na MTV. Em 2004, criou o Programa de Câncer de Cólon que leva seu nome no Hospital Cedars-Sinai, em Los Angeles. Em novembro de 2012, revelou que havia realizado uma dupla mastectomia após descobrir que tem um gene que aumenta o risco de desenvolver câncer de mama. Ela afirmou que não queria passar por tudo novamente. 

Mulher do roqueiro Ozzy Osbourne, Sharon Osbourne descobriu que tinha câncer em 2002

Lembram da Peladona de Congonhas? Jessica Lopes se submeteu a uma cirurgia em fevereiro de 2016, dois anos após o diagnóstico revelado em um exame preventivo. Havia uma pequena ferida no colo do útero provocando sangramentos e ela passou por uma cauterização, mas outras feridas surgiram e foram sendo cauterizadas.

Jessica Lopes se submeteu a uma cirurgia em fevereiro de 2016

  

Entenda a doença

 

Seja qual for o tipo, o câncer não tem uma causa única. Há diversas causas externas (presentes no meio ambiente) e internas (como hormônios, condições imunológicas e mutações genéticas). Os fatores podem interagir de diversas formas, dando início ao surgimento do câncer. 

O câncer do colo do útero é uma doença de desenvolvimento lento, que pode não apresentar sintomas em fase inicial e evoluir para quadros de sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada com queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados. 

Ele é caracterizado pela replicação desordenada do epitélio de revestimento do órgão, comprometendo o tecido subjacente (estroma) e podendo invadir estruturas e órgãos contíguos ou à distância. Há duas principais categorias de carcinomas invasores do colo do útero, dependendo da origem do epitélio comprometido: o carcinoma epidermóide, tipo mais incidente e que acomete o epitélio escamoso (representa cerca de 90% dos casos), e o adenocarcinoma, tipo mais raro e que acomete o epitélio glandular (cerca de 10% dos casos). Ambos são causados por uma infecção persistente por tipos oncogênicos do Papiloma Vírus Humano (HPV). 

De acordo com o Inca, O câncer do colo do útero está associado à infecção persistente por subtipos oncogênicos do vírus HPV (Papilomavírus Humano), especialmente o HPV-16 e o HPV-18, responsáveis por cerca de 70% dos cânceres cervicais.  

A infecção pelo HPV é muito comum. Estima-se que cerca de 80% das mulheres sexualmente ativas irão adquiri-la ao longo de suas vidas. Aproximadamente 291 milhões de mulheres no mundo são portadoras do HPV. Comparando-se esse dado com a incidência anual de aproximadamente 500 mil casos de câncer de colo do útero, conclui-se que a infecção pelo HPV é um fator necessário, mas não suficiente, para o desenvolvimento do câncer cervical uterino. 

O tabagismo, a iniciação sexual precoce, a multiplicidade de parceiros sexuais, a multiparidade e o uso de contraceptivos orais são considerados fatores de risco para o desenvolvimento de câncer do colo do útero. A idade também interfere nesse processo, sendo que a maioria das infecções por HPV em mulheres com menos de 30 anos regride espontaneamente, ao passo que acima dessa idade a persistência é mais frequente.

 

Pelo mundo

A incidência de casos de câncer decorrentes do HPV foi um dos assuntos discutidos na edição 2019 do Encontro da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), o maior evento de oncologia do mundo, ocorrido em Chicago. Especialistas apresentaram estudos que reforçam a importância da vacinação contra o HPV como ferramenta essencial para frear os índices de surgimento de tumores de canal anal e de colo uterino entre a população mundial. 

No entanto, apesar dessa recomendação, no Brasil, estima-se que apenas 48,7% das meninas com idades entre 9 a 14 anos – população-alvo recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) – foram imunizadas, embora a vacinação do HPV esteja incluída no calendário da saúde. 

De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de colo de útero atinge 16 mil mulheres no Brasil por ano, o que já faz dele o terceiro tipo de câncer mais prevalente entre a população feminina. A doença é silenciosa e, por isso, em cerca de 35% dos casos acaba levando à morte. A preocupação acerca dos crescentes índices da doença aumenta quando analisado o principal causador da condição: o contágio pelo HPV (Papilomavirus Humano). 

Por regiões

Na análise regional, o câncer do colo do útero é o primeiro mais incidente na região Norte (26,24/100 mil) e o segundo nas regiões Nordeste (16,10/100 mil) e Centro-Oeste (12,35/100 mil). Já na região Sul (12,60/100 mil), ocupa a quarta posição e, na região Sudeste (8,61/100 mil), a quinta posição.

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