Filho de Flavio Migliaccio vai processar Estado por vazamento de fotos

Por - 05/05/20

Divulgação/Globo

Um dia após a morte de seu pai, Marcelo Migliaccio, filho do ator Flavio Migliaccio, está tendo que viver com uma polêmica. Uma imagem do corpo de seu pai foi veiculada nas redes sociais e ele pretende processar o Estado por conta disso. As informações são do jornal O Dia.

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"Foi uma violência, um desrespeito! Estarei tomando todas as medidas judiciais cabíveis em face de dois Agentes do Estado, dois Policiais Militares, que divulgaram foto de meu cliente", disse.

Um beijo, Seu Mamed!

"Esses policiais carregam a bandeira do Estado em suas fardas. Além de Vilipêndio de cadáver, elencado no Código Penal, buscaremos em face do Estado, danos causados pela absurda, abusiva e mórbida divulgação da foto de meu Cliente Flávio Migliaccio, já falecido, violando sua imagem, o luto da família, amigos e fãs. Ressaltamos que a fotografia foi feita dentro da propriedade privada, sem autorização da família e divulgada em redes sociais. O filho de Flávio, Marcelo Migliaccio, já se manifestou no sentido de doar a indenização, caso seja reconhecida pela Justiça", acrescentou o advogado.

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Flávio Migliaccio foi encontrado morto na manhã de hoje em seu sítio em Rio Bonito, no Rio de Janeiro, aos 85 anos. No boletim de ocorrência, constava que ele foi encontrado pelo caseiro do local e ainda deixou uma carta aos familiares.

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Carreira de Flavio Migliaccio

Com mais de 60 anos de carreira, Flávio Migliaccio deu vida a personagens inesquecíveis que divertiram o público em seriados de humor, como o lendário Seu Chalita de 'Tapas & Beijos' (2011) e o Xerife de  'Shazan, Xerife e Cia' (1972), um de seus primeiros sucessos na TV. Encantou e conquistou os telespectadores com tipos diferentes e marcantes nas novelas. Seu último trabalho em folhetim foi como Mamede, em 'Órfãos da Terra', trabalho que lhe trouxe o troféu APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), como Melhor Ator de Televisão. Atualmente, pode ser visto no ar como o veterinário Josias em 'Êta Mundo Bom!', no 'Vale a Pena Ver de Novo'.

Neste ano, o ator participou da série 'Hebe', como Fego, o pai da apresentadora na fase adulta. "Eu tenho o costume de me apaixonar pelo personagem e querer representá-lo para o resto da vida. Pode ser tanto o herói, quanto o ermitão ou o aposentado", declarou sobre a sua relação com a arte.

O ator nasceu em 26 de agosto de 1934, no bairro do Brás, São Paulo. Em 1954, fez o curso de teatro do italiano Ruggero Jacobbi. Ao final, foi encaminhado para o grupo amador Teatro Paulista do Estudante. Sua profissionalização se deu com o Teatro de Arena, onde participou de uma série de peças, como 'A Revolução na América do Sul', de Augusto Boal; 'Eles não Usam Black-Tie', de Gianfrancesco Guarnieri, e 'Chapetuba Futebol Clube', de Oduvaldo Vianna Filho.

Fez algumas participações na TV Tupi e atuou em dois longas-metragens de Roberto Santos – 'O Grande Momento' (1958) e 'A Hora e a Vez de Augusto Matraga' (1965). Em 1962, participou de 'Cinco Vezes Favela', atuando e escrevendo. No ano seguinte, estreou como roteirista e diretor em 'Os Mendigos'.

A carreira de Flávio Migliaccio na Globo começou em 1972, em 'O Primeiro Amor', novela de Walther Negrão, onde viveu Xerife. O sucesso foi tamanho que a emissora criou o seriado 'Shazan, Xerife & Cia', que ficou no ar de 1972 a 1974, em que atuou com Paulo José. Foi uma das primeiras vezes na televisão brasileira em que personagens de uma novela ganhavam um programa próprio. A dupla foi reeditada em 1998, em uma participação especial na novela 'Era uma Vez…', também de Walther Negrão, que assim homenageou os 25 anos dos personagens.

Baseado em Xerife, Flávio criou o personagem Tio Maneco, que lhe rendeu alguns longas-metragens produzidos, dirigidos e estrelados por ele. Um dos filmes, 'As Aventuras de Tio Maneco', chegou a ser vendido para 31 países e resultou num prêmio em um festival de cinema infantil na Espanha.

Entre os sucessos do ator na TV, destacam-se ainda as participações em 'Rainha da Sucata' (1990), de Silvio de Abreu; 'A Próxima Vítima' (1995), do mesmo autor; ' Caminho das Índias' (2009), de Glória Perez; e 'Passione' (2010), também de Silvio de Abreu. O ator também participou dos principais humorísticos de sucesso da Globo, como 'Viva O Gordo' (1981), 'Chico Anysio Show' (1982) e Sai de Baixo (1987).

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