Frejat relembra convivência com Cazuza: ‘Orgulho dele’

Por - 24/09/20

Reprodução/Instagram

O cantor Frejat participou, na última terça-feira (22), do programa Provacações, apresentado por Marcelo Tas na TV Cultura. Um dos fundadores da banda Barão Vermelho, o artista falou da carreira no grupo musical e seu relacionamento com Cazuza, que morreu há 30 anos. 

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Foramada a amizade com o famoso cantor, Roberto Frejat lembrou do adeus.

"Triste ver gente que foi embora e que tinha muita coisa para vencer, produzir e criar", disse. "A última vez que o encontrei foi muito pesado. Foi na casa dele, fui visitá-lo. Cazuza estava muito doente, fraco. 'Meu Deus do céu, isso não é vida. Ninguém merece passar por isso', pensei. E ele foi embora três, quatro dias depois", lamentou ele.

Ainda na conversa, o carioca comentou a respeito da curiosa rotina inicial do trabalho deles no início da trajetória musical. 

"Eu morava no Flamengo, onde meus pais moram até hoje, e ele morava em Ipanema. Então eu saía, pegava o ônibus. Aí chegava na casa dele, acordava, ele tomava café e acendíamos um cigarro e íamos para a praia. Ficávamos lá, batíamos um papo", disse.

"Daí, quando a gente voltava [para a casa de Cazuza], ele me dava uma letra que ele tinha feito na madrugada. Aí eu ia para casa com aquela letra. Na manhã seguinte – naquela época eu ainda levantava cedo – eu fazia a música antes de ir para a praia", relembrou.

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A doença

 

Segundo Frejat, não foi fácil ver Cazuza piorando com o HIV, porém, a batalha do artista contra a doença serviu grandes ensinamentos para o ex-Barão Vermelho.

"A gente vive hoje uma pandemia, mas era como se naquela época tivesse uma pandemia virada para a classe artística. E naquele momento o que se sabia da doença ainda estava muito ligada a sexualidade. Perdemos muitos amigos. E se tem uma coisa que Cazuza me ensinou foi brigar até o fim. Tenho muito orgulho dele. Ele só largou a briga quando não tinha mais condição de brigar", reforçou.

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Confira o bate-papo na íntegra:

 

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